Fonte: Reprodução / InstagramA demissão de Monty Williams do comando técnico do Detroit Pistons foi uma surpresa para vários jornalistas. Afinal, nos últimos dias, a aposta crescente era que o veterano seguiria no cargo. Mas, para o comentarista Stephen A. Smith, esse é um cenário bem curioso. Uma pessoa normal, a princípio, costuma ficar deprimida após uma decepção. Williams, no entanto, deveria agradecer a decisão da equipe.
“Monty é um homem religioso, então deveria ficar de joelhos e agradecer a Deus por ter sido dispensado. A situação em Detroit era sofrível e, por isso, sei que não poderia estar mais feliz. Vai ter outras oportunidades em breve, pois essa franquia está uma bagunça. Ele não vai dizer isso de forma pública, mas se arrependeu de assinar contrato assim que pisou lá”, disparou o analista da ESPN.
A saída de Williams foi uma das primeiras decisões de Trajan Langdon na presidência de operações do time. O executivo, anteriormente, dispensou o gerente-geral Troy Weaver também. Espera-se que o ex-atleta receba “sinal verde” do dono da equipe, Tom Gores, para selecionar de um novo GM e técnico. Não existem informações, por enquanto, sobre possíveis candidatos aos cargos.
“Decisões como essa, para começar, são sempre difíceis. Quero agradecer Monty por seu trabalho duro e dedicação. O seu trabalho teve várias dificuldades durante a temporada, mas ele encarou todas com habilidade. Tenho um grande respeito por ele não só como profissional, mas como ser humano. Mas, após discussões internas, entendemos que precisamos de uma nova rota de ação”, explicou Gores.
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Recrutamento
A demissão de Monty Williams pode não fazer lembrar, mas o Pistons fez um esforço incrível para contratá-lo. Em primeiro lugar, ele queria tirar um ano sabático após a demissão do Phoenix Suns. O time do Michigan precisou “convencê-lo” a seguir em atividade e, além disso, vencer a concorrência de outras equipes mais competitivas. Conseguiu isso, em síntese, com uma proposta financeira irrecusável.
As partes fecharam um vínculo de US$76 milhões por seis temporadas. Como resultado, o profissional tornou-se o treinador mais bem pago da NBA na época. Dentro de quadra, no entanto, as coisas não funcionaram. Detroit registrou o pior recorde da NBA e de sua história, com só 14 vitórias em 82 jogos. Para piorar, quebrou o recorde de maior sequência de derrotas da liga em todos os tempos: foram 28 reveses seguidos.
A rescisão vai forçar Gores a bancar os mais de US$60 milhões restantes do contrato de Williams enquanto paga outro técnico. E já foi responsável por inflacionar os salários de técnicos da liga. “Todos os outros treinadores da NBA estão agradecidos a Monty nesse momento. Afinal, o contrato que ele assinou definiu um novo padrão na liga”, comentou o analista Zach Lowe, também da ESPN.
Futuro
Espera-se que, agora, Williams siga o plano original e busque tirar férias em família nos próximos meses. O próprio recebimento do valor integral do contrato, aliás, deve ajudá-lo a fazer isso. Mas será que o veterano vai se manter longe por muito tempo da NBA? Udonis Haslem aposta que não, pois trata-se de um dos profissionais mais bem quistos entre as equipes da liga.
“Monty, certamente, pode estar em alguma equipe já na próxima temporada. Ele é um técnico fantástico, antes de tudo. Também é muito respeitado e todos gostam dele nos bastidores. E o respeito é importante demais dentro do vestiário. Muita gente sabe de estratégia e tática, mas os jogadores te ouvem? Eles ouvem Monty”, afirmou o ex-ala-pivô e hoje comentarista.
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