Antes do início da temporada, fiz uma análise de quais seriam os melhores jogadores de 2013-14 por posição, levando sempre em conta o que aqueles atletas poderiam produzir, se estavam lesionados (qual a gravidade da contusão e quanto tempo levariam para retornar), e como alguns deles reagiriam em novos times. Claro que não é uma ciência exata. Afinal de contas, não contava com um início tão complicado de Kyrie Irving, por exemplo, ou com um retorno tão brilhante de Kevin Love. O que dirá da surpresa de Kevin Martin sendo tão importante no Minnesota Timberwolves. Mas como disse, nada disso é exato. Existem furos e são opiniões expressadas apenas por mim, e não da equipe do Jumper Brasil.
Por falta de calendário, e pela reestruturação que fizemos aqui, não tive como publicar antes a lista dos melhores pivôs. Preferia ter feito antes, pois seria mais um exercício de adivinhação com números projetados. Agora a temporada já começou, mas a lista finalmente saiu.
Relembrando, essa lista não representa o histórico, se o atleta já produziu números importantes em sua carreira ou qualquer coisa do tipo. Aqui, a relevância fica por conta do que ele poderá fazer na temporada, evidenciando lesões e seus riscos, tempo de quadra e importância dentro do elenco.
O único problema de sair assim é que já sei como estão os jogadores neste início e essa projeção torna-se muito mais fácil. Perdeu um pouco da graça. Para não deixar a coisa inacabada, vamos lá.
1- Dwight Howard – Houston Rockets
Começou a temporada como ala-pivô, em uma tentativa de Kevin McHale de utilizar dois jogadores grandes no garrafão. Dwight Howard e Omer Asik até poderiam dar certo, caso um deles tivesse arremesso de média distância. Não é exatamente isso. Os dois bateram cabeça em várias oportunidades e McHale viu o óbvio: tinha de buscar um jogador com mais mobilidade e encontrou em Terrence Jones essa peça. Não deu outra. Howard voltou a ser pivô de ofício e Asik foi para o banco. Tudo bem, entendo. Howard faz um ano horroroso nos lances livres, mas quem esperava muito dele nesse quesito? Em dez partidas, o camisa 12 bloqueou ao menos um arremesso em todos os jogos e pegou pelo menos 20 rebotes em dois deles. Ofensivamente, ele segue sofrendo com as marcações duplas e os hack-a-Howard. Ao menos, as seis assistências que teve na derrota para o Philadelphia 76ers, mostraram que ele pode utilizar esse artifício como Shaquille O’Neal e tantos outros grandes o fizeram.
2- Brook Lopez – Brooklyn Nets
Com um talento pouco comum para jogadores de garrafão, Brook Lopez faz um grande ano no Brooklyn Nets. Seu maior problema, no entanto, continua sendo nos rebotes (média de 6.4 por jogo). Apesar disso, é um dos líderes em bloqueios (2.7) e no aproveitamento de arremessos (57.6%) e ainda contribui bem no ataque, com 19.6 pontos. Se a lista fosse publicada antes, ele seria apenas o quinto melhor.
3- Al Horford – Atlanta Hawks
Al Horford já era o meu terceiro melhor jogador antes da temporada. Depois que começou, apenas confirmou aquilo que eu imaginava. Sem a presença de Josh Smith, tornou-se o líder técnico do Atlanta Hawks. Horford é um atleta muito inteligente e de um repertório vasto no ataque. Pode produzir ainda mais, mas os 19.4 pontos, 9.1 rebotes e 2.0 bloqueios, são suficientes para credenciá-lo ao pódio dos pivôs.
4- Marc Gasol – Memphis Grizzlies
Vou ser bem sincero. Não gosto do estilo do Memphis Grizzlies. É um time muito dependente de seu garrafão (tem alergia do arremesso de três) e Marc Gasol e Zach Randolph ficam sobrecarregados. Eu já imaginava que Randolph teria uma queda neste ano, até porque essa previsibilidade o afetaria. Mas não pensei nisso sobre Gasol. Seu talento dos dois lados da quadra o deixa obrigatoriamente entre os cinco melhores da posição, ainda que seus números não saltem aos olhos (16.0 pontos, 6.8 rebotes, 3.0 assistências e 0.9 bloqueio), mas está tudo no começo e ele ainda vai melhorar em alguns aspectos.
5- DeMarcus Cousins – Sacramento Kings
E lá vamos nós. DeMarcus Cousins é um dos jogadores que eu mais gosto na NBA. Cousins não está no radar entre os melhores para muitos, mas ele é talentoso. Confuso, problemático, mas tem potencial ali. Seu grande azar nem é o fato de ter mais atributos negativos do que positivos, mas por jogar no Sacramento Kings. Aquilo é uma bagunça só. Não se iluda com a vitória massacrante sobre o Brooklyn Nets. Aquilo foi uma aberração. Mas em sete partidas, ele já anotou ao menos 30 pontos em três delas e é uma ameaça a qualquer equipe dentro do garrafão.
6- Chris Bosh – Miami Heat
Com capacidade de arremessar de qualquer ponto da quadra, o hoje pivô Chris Bosh consegue contribuir como a terceira força ofensiva do Miami Heat. Não que isso seja ruim, pois joga ao lado de LeBron James e Dwyane Wade, dois dos melhores jogadores da atualidade. Mas o fato de jogar tão longe do garrafão acaba sendo um problema para o Heat, como visto nas finais do Leste contra o Indiana Pacers, quando Roy Hibbert e David West dominaram a área pintada.
7- Roy Hibbert – Indiana Pacers
Defensivamente, um monstro. No ataque, nem tanto. Ao menos, sabemos que potencial para ser melhor ofensivamente, como citado sobre Chris Bosh. Roy Hibbert é um jogador de muito físico e até o momento, não parece ser tão talentoso. Sabe explorar o que tem de melhor, ainda que com tempo de quadra inexplicavelmente limitado. Ainda não entendo isso. Hibbert joga cerca de 30 minutos por partida e em 2013-14, lidera a NBA com média de 4.4 bloqueios.
8- Andre Drummond – Detroit Pistons
Ainda que Andre Drummond não esteja pronto tecnicamente, é nítido que na parte física ele já consegue ser dominante, especialmente na defesa. Claro que vai sofrer com os lances livres e com um sistema rígido demais que o Detroit Pistons utiliza. Lá são três jogadores com características diferentes, mas que claramente parece que um deles está sobrando. Por isso, creio que Greg Monroe é esse cara. Josh Smith chegou agora, enquanto Drummond é peça fundamental para o futuro. Monroe pode ser trocado, até porque esse estilo de jogo do Pistons não está funcionando.
9- Joakim Noah – Chicago Bulls
Duas coisas fazem com que o ótimo Joakim Noah esteja tão abaixo na lista. A primeira é pelo fato de ele realmente estar jogando no sacrifício. Noah tem uma lesão crônica nos pés e isso nunca vai melhorar. É o tipo de contusão que apenas um descanso prolongado o fará jogar em melhor nível. Até lá, segue com números bem abaixo do esperado (em seis jogos, ele piorou suas médias em pontos, rebotes, assistências, e bloqueios, em relação a 2012-13). Além disso, Derrick Rose voltou e sua importância no ataque diminuiu sensivelmente, ainda que jogando por menos tempo.
10- Nikola Vucevic – Orlando Magic
Caso fosse melhor defensivamente, o pivô Nikola Vucevic poderia estar em uma posição superior. Não é, e por isso, caiu um pouco em relação ao que muita gente acredita. Potencial, ele tem. Vucevic é excelente nos rebotes e está evoluindo o seu jogo ofensivo. Até o momento, possui médias de 15.8 pontos e 11.8 rebotes.
11- Spencer Hawes – Philadelphia 76ers
Seu início de temporada o credenciou estar tão alto no ranking. Spencer Hawes, em um primeiro momento, não parece ter cacoete para jogar de pivô. Mas é o seu talento que o diferencia. Por estar em um time que surpreende e pelo fato de ele ser um dos melhores jogadores do Philadelphia 76ers até o momento, Hawes ganhou destaque e subiu bastante em relação a lista original.
12- Al Jefferson – Charlotte Bobcats
Ao contrário de Spencer Hawes, o pivô Al Jefferson tem um começo difícil no Charlotte Bobcats. O jogador ainda está fora de forma e não consegue repetir suas boas atuações dos tempos de Utah Jazz. Em boas condições físicas, certamente é um dos melhores de sua posição. Em três jogos, possui médias de 15.0 pontos e 8.3 rebotes.
13- Enes Kanter – Utah Jazz
A boa temporada do pivô Enes Kanter não é nenhuma surpresa, afinal, nos tempos em que era reserva de Al Jefferson e Paul Millsap, o turco sempre produziu bem em tempo de quadra limitado. É possível que ele atinja um nível ainda melhor no decorrer de 2013-14 e consiga contribuir com 20 pontos e dez rebotes de forma regular.
14- Nikola Pekovic – Minnesota Timberwolves
Nikola Pekovic é um pivô com características dos jogadores de antigamente da NBA. Ótimo na defesa, parece um tanque dentro do garrafão. Sabe jogar de costas para a cesta e briga muito pela posse de bola. Perdeu espaço ofensivamente em relação a 2012-13, pois Kevin Love está de volta, mas segue como uma das principais peças do Minnesota Timberwolves.
15- Marcin Gortat – Washington Wizards
Honestamente, sempre espero mais de Marcin Gortat. Agora, com muito tempo de quadra e bastante espaço para produzir, o polonês finalmente parece que vai engrenar. Para muitos, ele não passa de um intimidador, mas tem talento suficiente para contribuir com o Washington Wizards dos dois lados da quadra.
16- Tyson Chandler – New York Knicks
A lesão de Tyson Chandler certamente está fazendo com que o New York Knicks perca jogos considerados “vencíveis”. Sem ele, o Knicks torna-se penetrável no garrafão e é aí que ele faria toda a diferença. Quando Chandler retornar, daqui aproximadamente um mês, a equipe provavelmente estará com uma campanha negativa. Sua volta deverá ser acelerada, o que é um grande fator de risco para que novas contusões aconteçam.
17- Miles Plumlee – Phoenix Suns
A surpresa Miles Plumlee herdou a vaga de titular na troca de Marcin Gortat para o Washington Wizards. Como Emeka Okafor está contundido e sem previsão de retorno, e o calouro Alex Len começou a temporada machucado, Plumlee ganhou tempo de quadra imediatamente. O Phoenix Suns poderia utilizar jogadores mais rodados, mas o técnico Jeff Hornacek consegue extrair o melhor de seu principal jogador de garrafão. Plumlee possui médias de 11.5 pontos, 9.6 rebotes e 2.1 bloqueios nos primeiros jogos de 2013-14.
18- Anderson Varejão – Cleveland Cavaliers
O brasileiro Anderson Varejão está sendo limitado no Cleveland Cavaliers por vários motivos. O principal deles é o fato de se contundir com alguma facilidade, tanto que em quatro partidas nesta temporada ele atuou por menos de 30 minutos. Outro problema para Varejão está na concorrência com Andrew Bynum. Por mais que o camisa 17 seja considerado um dos favoritos dos fãs de Cleveland, e que Bynum esteja sendo poupado, é nítido que o novo jogador do Cavs pode assumir a titularidade em algum momento. Claro que vai depender de sua condição física.
19- Jonas Valanciunas – Toronto Raptors
Talento, Jonas Valanciunas tem. O seu grande problema é a imaturidade. Não fora de quadra, mas dentro dela. A irregularidade é um sinal claro disso. Esta ainda não será a sua melhor temporada, mas certamente ele tem muito a produzir nos próximos anos.
20- Larry Sanders – Milwaukee Bucks
A temporada 2013-14 não começou nada bem para o pivô Larry Sanders. Primeiro, uma queda brutal em seu tempo de quadra fez com que ele reclamasse publicamente sobre o fato. Depois, envolveu-se em uma briga e ficará cerca de seis semanas fora. Com 2.7 pontos, 3.7 rebotes, Sanders passa longe de estar entre os melhores jogadores da posição.
21- Nenê – Washington Wizards
Existe uma dura realidade para o brasileiro Nenê: o Washington Wizards não é bom o suficiente para brigar por algo. Ainda que a equipe tenha dado um aparente salto de qualidade, ele não consegue produzir. Depois de oito jogos, o Wizards venceu apenas dois e ele já demonstrou o seu descontentamento com alguns companheiros. Nenê pode acabar sendo “fritado” por seus colegas e acabar recebendo menos oportunidades no ataque. Na derrota para o San Antonio Spurs, o camisa 42 anotou apenas quatro pontos.
22- Andrew Bogut – Golden State Warriors
OK. Ofensivamente, Andrew Bogut já não mete medo em mais ninguém. É até compreensível, pois o australiano nunca foi um cestinha de fato e no Golden State Warriors é a quinta opção de ataque em qualquer formação. Mas nos primeiros nove jogos, ele anotou seis pontos ou menos em sete oportunidades. O fator lesão é outra coisa que preocupa.
23- Robin Lopez – Portland Trail Blazers
Em quatro anos no Phoenix Suns, Robin Lopez nunca pareceu ter as mesmas habilidades de seu irmão (Brook). Depois, foi para o New Orleans Pelicans, onde ficou por apenas uma temporada e não agradou. Chegou no Portland Trail Blazers desacreditado e, talvez por isso, esteja conseguindo atuar de forma descente. Com 8.8 pontos, 7.3 rebotes e 1.4 bloqueio, Lopez faz do garrafão do Blazers um pouco mais confiável.
24- Samuel Dalembert – Dallas Mavericks
É fato que o haitiano Samuel Dalembert teve por oito temporadas um dos salários mais superestimados da NBA, mas no Dallas Mavericks, ganhando cerca de $3.7 milhões de dólares e produzindo em um nível razoável, ele acabou se tornando uma peça útil com um preço justo. Até por uma limitação na rotação – quando até aqui jamais jogou por mais do que 26 minutos, Dalembert contribui bem dos dois lados da quadra com 8.1 pontos, 6.6 rebotes e 1.0 bloqueio.
25- Andrew Bynum – Cleveland Cavaliers
Existem dois Andrew Bynum. Um é fantástico dentro do garrafão, com potencial para estar entre os três melhores pivôs da NBA. O outro, esse o Philadelphia 76ers conheceu na temporada passada, quando sequer atuou pela equipe. Saudável, é titular em qualquer time. Mas o Cleveland Cavaliers ainda aposta no jogador e, se tudo der certo, Anderson Varejão pode ser negociado e ele certamente fará parte do quinteto inicial. Resta saber qual dos dois vai chegar ao fim de 2013-14.
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