Mark Cuban voltou aos holofotes com mais uma de suas declarações polêmicas, na última semana. Animado com o sucesso imediato de Luka Doncic na NBA, o dono do Dallas Mavericks exaltou o sistema de formação de jogadores da Eslovênia e fez duras críticas ao modelo norte-americano. O país está formando mais artistas de Youtube do que atletas de basquete, na visão do empresário.
“A maior benção de Luka foi simplesmente ter aprendido a jogar basquete. A NBA seria muito melhor se enviássemos nossos jovens talentos, uns sete anos antes do McDonald’s all-American, para serem educados na Eslovênia. Os garotos europeus aprendem a jogar, enquanto os nossos prospectos aprendem a provocar-se e fazer vídeos de enterradas”, polemizou o magnata, em entrevista ao site Eurohoops.
Essa não é a primeira vez que Cuban critica o sistema de formação de jogadores norte-americanos, baseado em um circuito de escolas e academias especializadas que “monopolizam” a distribuição de jovens talentos do país para competirem em torneios. A extrema ênfase no caráter competitivo compromete o desenvolvimento dos atletas, dentro e fora das quadras, para muitos analistas.
O dono do Mavs chegou a ser criticado nas redes sociais por suposto preconceito contra a comunidade negra, mas ele rejeitou essa interpretação do seu comentário. “Eu não estou difamando nenhuma cultura. Só acho que esse modelo é péssimo. É algo que tenho dito por anos. Nós colocamos as crianças em torneios que fazem os garotos preferirem ter vídeos de highlights a vencer”, rebateu.
A maior parte dos jogadores em atividade na NBA são produtos do sistema AAU e, claro, não se sentiram confortáveis com as declarações de Cuban. O ala Harrison Barnes, que atua pelo próprio Mavericks, assumiu a linha de frente das respostas aos comentários de Cuban. Em comunicado oficial, o McDonald’s all-American em 2010 repudiou a posição do patrão e defendeu a diversidade da liga.
“Eu não concordo com essa declaração. E, se foi uma piada, não achei engraçada. A característica mais especial de nossa liga é que temos atletas de todas as partes do mundo. Nós somos formados em cada cenário imaginável e trazemos perspectivas únicas, com as quais não temos medo de aprender. Acho que deveríamos celebrar as diferenças, pois essa é a nossa força”, refletiu Barnes.