Reggie Evans é um dos melhores reboteiros da NBA desde que entrou na liga, há 10 temporadas. Atuando por Seattle SuperSonics, Denver Nuggets, Philadelphia 76sers, Toronto Raptors e Los Angeles Clippers até chegar ao Brooklyn Nets, o ala-pivô sempre teve um faro acima do comum para conseguir apanhar a bola após um arremesso errado.
Porém, ele nunca teve muito tempo de quadra, porque apanhar rebotes é basicamente a única coisa que sabe fazer. Não é bom em dar tocos, não é bom passador, e sua média de acertos nos arremessos só é de 46,7% na carreira porque sempre chuta “na boa”, nunca tendo sido a primeira, ou segunda, ou terceira opção no ataque.
O número de rebotes que apanha são dignos de orgulhar Moses Malone e Dennis Rodman: na carreira ele pegou 21,8% de todos os rebotes possíveis enquanto esteve em quadra. Quando atuou pelo menos 24 minutos por jogo, suas médias de rebotes foram de dígitos duplos, primeiro em 2010-11, com o Raptors (11.5), e agora com o Nets, onde tem 10.8.
Mas sua presença na franquia é mais importante do que o número de rebotes que apanha. Com ele em quadra, dois jogadores se beneficiam diretamente: Brook Lopez e Deron Williams.
Lopez nunca foi um bom reboteiro. Na carreira, pegou apenas 13% dos rebotes possíveis enquanto esteve em quadra, e esse defeito no seu jogo sempre foi cobrado. Evans é o complemento perfeito para o pivô, porque ele supre a carência que ele deixa na defesa – e no ataque, já que os rebotes ofensivos de Lopez também são pífios.
Ainda no ataque, Evans é importante por não tumultuar o garrafão. Como nunca foi uma arma ofensiva, ele espaça a parte pintada e permite que Lopez possa se movimentar com mais liberdade. Nos 1155 minutos em que ambos estiveram em quadra, o Nets teve uma vantagem de 3.4 pontos e 4.5 rebotes sobre os seus adversários. Ah, o pivô foi para o seu primeiro All-Star Game esse ano.
Já Deron Williams vinha tendo uma temporada abaixo do esperado até a parada para o mesmo All-Star Game. Porém, após o evento ele vem sendo o melhor jogador do Nets: 23.0 pontos e 7.9 assistências em média, com uma melhora no aproveitamento de arremessos para 48% em geral e 42.9% do perímetro.
Coincidentemente, Reggie Evans passou a jogar quase 30 minutos por partida nesse período.
O ala-pivô nunca foi uma referência no ataque, como já disse, e por isso não se preocupa em fazer muitos pontos. Assim, quando Williams chama o pick and roll, sua especialidade, o bloqueio que ele realiza é muito mais eficiente do que o que – adivinhem – Brook Lopez realizava.
O pivô não bloqueava o marcador de Deron com eficiência porque partia rapidamente em direção à cesta, já que também se beneficiava da visão de jogo do armador para receber passes açucarados e pontuar. Com Evans, esse “problema” é resolvido tanto para Williams quanto para Lopez: fazendo o bloqueio na cabeça do garrafão, sobra mais espaço para os dois.
Reparem no vídeo como ele quase não incomoda o adversário:
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O resultado? O Nets passou a pontuar mais, fazer menos faltas e apanhar mais rebotes.
Reggie Evans não é o melhor jogador do Nets, é claro. Mas sua importância – além do absurdo número de bolas que ele recupera para a franquia – é vital para o sucesso da franquia no futuro.
Aqui, a melhor atuação da sua carreira: 22 pontos e 26 rebotes.
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PS: Na minha opinião, a relevância de Evans para o Nets está em um nível intermediário entre a que Luke Walton tem no Cleveland Cavaliers e a que Jarrett Jack tem no Golden State Warriors. Nenhum dos três é a peça mais importante para a franquia, mas são essenciais para que os outros jogadores possam brilhar.
PS2: Estatísticas de 06/04.