Por Eduardo Ferreira
O mundo não acabou, o próximo ano está chegando, a Copa do Mundo se aproximando e nós, basqueteiros, estamos vivos e prestes a enfrentar o quê há de pior em termos de “mídia esportiva” no Brasil. Aliás, podíamos dar a esta o nome de “mídia futebolística” tranquilamente.
É com desgosto que escrevo isto em um site de basquete como o Jumper, porém a nossa triste realidade é essa. Como já foi mencionado no artigo (A pátria sem chuteiras) escrito por Vinícius Donato, toda conversa sobre esportes no nosso país acaba em futebol. Não importa se é uma conversa de bar entre amigos, um bate papo informal entre tenistas ou uma mesa redonda sobre vôlei, mas invariavelmente todos vão terminar falando em futebol, em rivalidades regionais e na famosa “contagem de títulos”.
O fato é que com tantos talentos emergentes em diversas modalidades esportivas a mídia nacional parece cegar-se diante disso e continuar nos bombardeando com mais do mesmo. O que mais me indigna talvez nem seja a falta de atenção com os outros esportes, afinal de contas o que o povo quer é futebol mesmo, porém a falta de qualidade na pouca informação que recebemos sobre as outras modalidades.
Sempre há algo relevante acontecendo nos esportes, mas vamos focar do basquete: uma fase decisiva nos playoffs da NBA, jogos importantes da NBB, ás vezes os nossos próprios atletas conquistando grandes feitos na melhor liga do mundo, enfim, fatos relevantes que merecem ser trazidos à tona não somente para quem aprecia o esporte, mas para todos os brasileiros. E ao contrário disso as matérias que chegam e quando chegam na mídia são do tipo: “Kobe Bryant acerta uma cesta sensacional do meio da quadra” ou “Kevin Durant foi salvar uma bola e caiu por cima de uma torcedora”. Matérias como essas roubam os poucos minutos, quando muito, em meio à horas e horas de futebol.
Até Kobe Bryant que nem vive aqui sabe e disse quando questionado, que o problema do basquete brasileiro era “futebol demais”. Essa é a nossa imagem fora do país também. Somos o país do futebol (e será q somos mesmo?), enquanto poderíamos ser o país do vôlei, da natação, do tênis e por que não do basquete também?
Infelizmente a mídia esportiva no Brasil é assim, a pouca informação que nos chega é precária. Nós basqueteiros e acredito que apreciadores de outros esportes só sobrevivemos a todo esse lixo graças à internet que surge como uma mídia alternativa rica em informação sobre tudo o que precisarmos. Sites como o Jumper estão aqui para contribuir para todos que estão cansados de ouvir falar em “chuteiras” e buscam informações além das cestas sensacionais do Kobe do meio da quadra.