Fonte: ROB CARR / AFPQuando o Dallas Mavericks foi campeão, em 2011, a equipe era guiada por Dirk Nowitzki. Embora não tivesse uma segunda estrela imediata na época, o time tinha um coletivo forte, com diversos bons jogadores, como Shawn Marion, Tyson Chandler, Jason Terry e Jason Kidd. Agora, com Luka Doncic, outra estrela europeia, o Mavs quer voltar a brigar por título, mas dessa vez, sem o mesmo suporte que o alemão tivera.
Nos últimos anos, tem acontecido a união de astro da NBA para tentarem vencer o campeonato. Foi o caso, por exemplo, de LeBron James e Anthony Davis no Los Angeles Lakers, bem como Kyrie Irving e Kevin Durant no Brooklyn Nets. Mesmo que não seja regra e ter mais de um All Star para ser competitivo, dois costuma ser maior que um.
Além disso, com outro craque no elenco, a responsabilidade se divide, sem que sobrecarregue apenas um jogador. Entretanto, para o Mavericks, não é bem assim. A equipe até tentou manter Jalen Brunson após boa temporada em 2021/22, mas o ala-armador optou por ir para o New York Knicks. Com dificuldade para o repor, o Mavs começa 2022/23 sem uma segunda estrela e dependendo demais de Luka Doncic.
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Aspirantes
Embora Christian Wood esteja contribuído bem, com aproveitamento de 46% de três pontos, há limites para o que ele é capaz de fazer sozinho. O outro candidato dentro da franquia a ser um “ajudante de luxo”, é Spencer Dinwiddie, que iniciou quente o ano e tem sido o melhor companheiro do esloveno em quadra.
No entanto, ele não demonstra ser capaz de ultrapassar sempre a margem dos 20 pontos por jogo. Se pararmos pra pensar, há estrelas da liga com coadjuvantes ainda mais explosivos que Dinwiddie.
Por isso, Dallas precisa achar formas de colocar talento ao redor de Luka. Assim, ele terá algum tempo sem a bola em mãos e poderá ter mais tempo sem o foco do jogo em si. Além disso, é importante também para o técnico Jason Kidd ter um leque maior de opções já que, até agora, os ataques do Mavs são previsíveis.
O ‘faz tudo’
Em 11 jogos do Mavericks na temporada, Doncic participou de todos. Como resultado, tem uma taxa de uso de 40%, ou seja, a quantidade de jogadas que passam pelas mãos do esloveno. Esse percentual é o terceiro maior da história da NBA. Além disso, tem médias de 33,3 pontos, 8,3 rebotes e 7,9 assistências.
A importância e o “monopólio” de Doncic no jogo do Mavs é tamanho que 39% dos arremessos de quadra do time são dele. Da mesma forma, 56% das assistências distribuídas pela equipe em 2022/23 saíram das mãos do armador.
É possível identificar alguns pontos que tornam claro o quanto a organização precisa de um Robin para seu Batman. Geralmente, Luka tem inicia as partidas com bom aproveitamento. O jogador tem 12,4 pontos de média nos primeiros quartos, com aproveitamento de 52.7% nos arremessos. No segundo quarto, o número fica ainda melhor, com 53.3%.
Entretanto, após o intervalo, o aproveitamento do craque despenca: 47,9% no terceiro quarto e somente 36,4% nos últimos 12 minutos. Isso pode ser explicado, por exemplo, pelo cansaço causado pelo acumulo de funções. Afinal, o jogador pontua, arma o jogo, dá assistências, pega rebotes…
Claro que isso não é coisa de outro mundo, visto que vários grandes jogadores ao longo da história também desempenharam esse papel. Mas é certamente mais fácil ter sucesso caso haja bons ajudantes. É importante, então, que Dallas consiga rodear Doncic de talento.
O jogador de 23 anos já mostrou adorar a cidade e os fãs, mas se o proprietário do Mavs, Mark Cuban, não conseguir dar a ele a ajuda que precisa para ser campeão, não é absurdo imaginar um mundo em que Dallas não terá Luka.
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