Lucas Colisse entrevista Neto

O técnico Neto, do Flamengo, foi o entrevistado de Lucas Colisse. O assistente da seleção brasileira fala sobre o bom desempenho do Brasil nas Olimpíadas. Confira: Neto, como você avalia a evolução do basquete da seleção brasileira desde a chegada do técnico Rubén Magnano? A quinta colocação na Olimpíada foi um resultado satisfatório ou vocês […]

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O técnico Neto, do Flamengo, foi o entrevistado de Lucas Colisse. O assistente da seleção brasileira fala sobre o bom desempenho do Brasil nas Olimpíadas. Confira:

Neto, como você avalia a evolução do basquete da seleção brasileira desde a chegada do técnico Rubén Magnano? A quinta colocação na Olimpíada foi um resultado satisfatório ou vocês achavam que dava para ir mais longe?

Estar entre os cinco melhores do mundo não é uma coisa qualquer. No basquete masculino, que é uma modalidade extremamente competitiva em nível mundial, o resultado é ainda mais digno. Fizemos uma excelente preparação e estávamos jogando bem em Londres. Terminamos a primeira fase como a melhor defesa dos Jogos Olímpicos. A maneira que estávamos jogando nos deu uma expectativa de disputarmos uma medalha, mas no esporte de alto nível é assim, um jogo pode te tirar da disputa da medalha e, infelizmente, foi isso que aconteceu. Logo depois do acontecido, ficamos com uma sensação ruim, mas quando analisamos mais friamente então podemos ver que estamos entre os melhores do mundo e com uma tendência de evolução. Isso nos motiva seguir o trabalho buscando a excelência.
 
A vitória do Brasil sobre a Espanha gerou muita polêmica. Os espanhóis foram acusados de fazer corpo-mole dentro de quadra para cair em uma chave melhor nas fases seguintes. Deu para perceber isso em quadra ou o Brasil soube ser superior?

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Já vi isso acontecer várias vezes no esporte. Particularmente não me sinto bem usando essa estratégia, mas isso é uma opinião pessoal. No jogo contra a Espanha, jogamos como nos outros jogos, com o foco na vitória. Então, não percebi se eles estavam querendo perder. Tentamos fazer o nosso melhor sempre. Temos a consciência tranquila.

Quais foram os pontos cruciais para a derrota nas quartas de final para a Argentina?

Em um jogo decisivo e equilibrado como esse, o erro pesa muito. Jogamos contra uma equipe que errou pouco porque isso é uma característica de equipes que estão acostumadas a serem fortes em momentos como esse. Essa equipe da Argentina tem uma história e usa muito bem essa arma para vencer.

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O Brasil teve força máxima na convocação (contou com todos os atletas da NBA) pela primeira vez desde o Pré-Olímpico das Américas, em 2007. Que influência e impacto esses jogadores tiveram no grupo?

Ter os melhores do país disponíveis para a seleção é importantíssimo, mas para vencer é necessário que esses jogadores possam formar uma grande equipe. Para isso serve o trabalho na preparação, o comprometimento de todos. Acredito que isso não falta nos envolvidos. Por isso é visível a melhora como equipe a cada ano.

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Além do foco no Mundial de 2014, na Espanha, há um projeto visando a Olimpíada de 2016? Que novos atletas vocês têm acompanhado que têm potencial para representarem o país nos jogos?

O Brasil tem muitos jogadores de qualidade que não estiveram nos Jogos Olimpicos, mas tem mostrado em suas equipes que podem estar. Agora mesmo vimos mais dois jogadores que foram para a NBA: Fabricio Melo (Boston Celtics) e Scott Machado (Houston Rockets). Na Europa ainda tem outros se destacando como Vitor Faverani, Rafael Hettsheimeir, Rafael Luz, Paulão Prestes, Augusto Lima, entre outros. Não tenho dúvidas de que o Brasil terá uma seleção muito forte para os Jogos Olímpicos no Rio, em 2016.

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Agora sobre o NBB, Neto. Você fez uma belíssima campanha no comando do Joinville, conseguindo chegar à pós-temporada. Ser contratado para dirigir o Flamengo é um prêmio? O time contratou Benite, Marquinhos e Olivinha. Como lidar com um elenco tão talentoso?

Fiquei muito feliz pelo convite do Flamengo para que eu pudesse trabalhar nesse grande clube. Sem dúvidas, o trabalho da temporada passada em Joinville teve um peso significativo porque fizemos uma boa temporada e isso foi bom para aquele momento. Sou muito grato a Joinville por ter me dado as condições para desenvolver o trabalho. Para esta  temporada, o Flamengo reformulou sua equipe e contratou excelentes jogadores. Agora, o desafio é fazer desses jogadores um grupo vencedor. Não tem outra maneira a não ser treinar muito, pois o NBB tem sido cada ano mais forte. Temos que estar preparados.

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A evolução no basquete brasileiro ficou nítida quando o espanhol Moncho Monsalve assumiu o comando. Agora, na era Magnano, o trabalho vem dando resultados. Pensa em um dia ser técnico da seleção?

Trabalhei com Lula, Moncho e agora com Magnano. Sou e sempre serei muito grato aos técnicos que permitiram que eu estivesse trabalhando junto deles. Aprendi muito com todos eles. Mais importante que isso é o respeito que tenho por esses profissionais e, principalmente, pelas pessoas que são. Hoje tenho a função de assistente e procuro fazer o melhor possível para que o Rubén tenha uma condição melhor para dirigir a equipe e ter sucesso. Hoje não penso em ser o técnico da seleção. Penso sim em estar junto com o Rubén e contribuindo para que o basquete brasileiro atinja seus objetivos.

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