Um dos maiores jogadores da história da NBA, Jerry West está acompanhando o crescimento do papel das estatísticas avançadas na análise do que acontece na liga com desconfiança. O lendário ex-atleta e conselheiro especial da direção do Golden State Warriors contou que não acredita nas chamadas “analytics” como ponto fundamental da construção de um elenco campeão.
“Para ser franco, eu não sou muito fã das estatísticas avançadas, todos esses estatísticos que começaram a ter um grande papel no esporte. Dê-me os melhores jogadores, um ótimo técnico e vamos vencer esses times orientados pelos números sempre”, garantiu o campeão da NBA e uma das camisas aposentadas do Los Angeles Lakers, em entrevista à rádio Sirius XM na última sexta-feira.
Em seguida, o vencedor de dois prêmios de executivo do ano na liga baixou o tom e passou as críticas à postura de certas equipes. “Eu sei que os estatísticos têm seu papel, espaço. Não os estou criticando, de nenhuma forma. Mas vejo muitas franquias seguindo essa linha e não vejo muito sucesso assim. É simples: só traga os melhores competidores e mostrou-lhe uma equipe com ótimas chances de vencer todos os anos”, reforçou.
O Warriors é considerado uma das franquias que utilizam, mas não se baseiam totalmente em estatísticas avançadas no andamento do time. Entre os defensores notórios dos números na organização surgem o técnico Steve Kerr e o assistente da gerência geral Kirk Lacob. Para o GM dos atuais campeões, Bob Myers, o sucesso da organização está no balanço de abordagens mais tradicionais e tendências recentes.
“Jerry defende o bom e velho teste ocular, o que é ótimo. E ele é mais do que qualificado para isso, porque já viu de tudo – jogou, treinou, foi GM. Você ouve seu ponto de vista e, então, os mais jovens que trabalham com estatísticas. Quando tomamos uma decisão, os números não passam de 50% do avaliado. Eles têm seu valor, mas não ameaçam a importância de ninguém”, explicou Myers, pregando não dar preferência a um ou outro lado.
West teve presença ativa nas decisões que levaram à construção do elenco campeão da NBA na última temporada. O lendário ex-jogador – conhecido pelo apelido “The Logo”, por ser dono da silhueta que ilustra o logotipo da NBA – esteve, por exemplo, entre os executivos que se posicionaram ativamente contra trocar o ala-armador Klay Thompson pelo ala-pivô Kevin Love – especulada na offseason do ano passado.