Kobe acusa crise na formação de jogadores nos EUA: “Sistema estúpido”

Para craque do Lakers, atletas europeus são mais habilidosos do que norte-americanos por problemas na base

Fonte: Para craque do Lakers, atletas europeus são mais habilidosos do que norte-americanos por problemas na base

Kobe Bryant 9

Um dos maiores jogadores da história, Kobe Bryant deve se aposentar ao término da próxima temporada. Mas ele não está satisfeito com as novas gerações que chegam para substituí-lo. Em entrevista neste fim de semana, o astro do Los Angeles Lakers fez críticas ao sistema de formação de atletas dos EUA – que vai se afastando das escolas e ensino de fundamentos para basear-se em campos de treinamento, academias especializadas e competições.

“O sistema é estúpido. Nós não estamos ensinando as crianças a jogar basquete. Acabamos com esses jogadores que são grandes e fazem lances de efeito, mas não sabem fazer um movimento de costas para a cesta. Eles não sabem os fundamentos”, avaliou o ala-armador, que ainda acusou a base do país de tratar os jovens talentos como “árvores de dinheiro em que todos só querem lucrar em cima”.

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Apesar do domínio dos EUA no cenário internacional, a forma equivocada de ensinar o esporte no país criou um efeito negativo que Kobe observa em seu dia-a-dia na NBA. “Os jogadores europeus são muito mais habilidosos do que os norte-americanos hoje. Eles ensinam o jogo corretamente para os garotos e nós não ensinamos o basquete completo, os fundamentos. Por isso, temos os irmãos Gasol dominando e 90% do elenco do Spurs é europeu”, apontou.

O ídolo opina com conhecimento de causa: ele passou boa parte da infância na Itália, uma vez que seu pai jogava profissionalmente no país. Assim, seus primeiros passos como jogador de basquete e o aprendizado dos fundamentos do jogo aconteceram na Europa. Neste momento, observando o sistema de formação dos jovens atletas norte-americanos, ele considera que o acaso acabou ajudando-o.

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“Provavelmente, eu não saberia driblar e arremessar com minha mão esquerda se tivesse sido formado aqui. Meu trabalho de pernas não seria bom. Tive sorte de crescer na Itália. Eu, Manu [Ginobili] e outros fomos produtos de um ambiente diferente de formação. Fez uma grande diferença”, encerrou o terceiro maior cestinha da história da NBA, sem acreditar em mudanças a curto prazo pelos interesses econômicos envolvidos na questão.

Atualmente, prospectos colegiais são identificados desde muito cedo e costumam se aproveitar de condições e estrutura particulares para chegarem à NBA. Eles são inscritos em eventos especiais organizados por técnicos de base consagrados e jogadores profissionais, podem fazer o ensino médio em escolas com programas para esportistas de elite e só precisam passar um ano na universidade antes de entrarem no draft.

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