Kevin Durant recebe homenagem e aplausos em reencontro com o Brooklyn Nets

A passagem de Kevin Durant pelo Brooklyn Nets, certamente, foi uma decepção. Ele integrou um trio de astros que pouco jogou junto, venceu só uma série de playoffs e, por fim, pediu para ser trocado. Mas essa história não impediu o reconhecimento da franquia e da torcida local. O (agora) craque do Phoenix Suns recebeu um vídeo de homenagem do time e aplausos da torcida antes do jogo entre as equipes.

“Há muitas pessoas de classe, antes de tudo, dentro dessa organização. Elas apreciam todos que suaram e lutaram por esse uniforme, não importa se foram dez dias ou dez anos. Uma franquia que exalta os jogadores que se esforçaram e deram o seu sangue durante as partidas dá um sinal de grandeza. Então, respeito muito isso”, exaltou o veterano, após a vitória por 136 a 120.

As homenagens, de certa forma, contrariam até o próprio Durant. O jogador chegou a dizer que não queria receber um vídeo de tributo porque seria “melhor para todos”. É provável que ele esperasse uma recepção mais hostil em Brooklyn. No entanto, assim que a bola subiu, o jogo ganhou contornos mais próximos do que o ala pensava. Foi hostilizado, afinal, sempre que tocava na bola.

“Havia algumas pessoas um pouco mais chatas que simplesmente queriam chamar a minha atenção. Ou seja, tirar a minha concentração. Falavam que me odiavam, mas respondi que amo todos. Essa é a parte divertida de jogar em Nova Iorque, pois tem essa paixão. No entanto, todas as homenagens não poderiam me impedir de fazer o meu trabalho”, afirmou o veterano do Suns.

Sem arrependimento

O Brooklyn Nets de Kevin Durant vai ser lembrado como uma das grandes histórias de “se” da história moderna da NBA. A sua parceria com Kyrie Irving e James Harden, afinal, tinha tudo para ser uma força na liga. Mas os três astros só atuaram juntos em 16 jogos. Todos pediram para deixar a equipe nova-iorquina com menos de três temporadas disputadas pelo time.

“Eu não penso no que poderia ter sido porque acho que não faz sentido. Não vai mudar o que aconteceu, a realidade. O fato é que simplesmente não tivemos tempo suficiente juntos, pois os jogadores quiseram seguir outros caminhos. Nós tentamos salvar tudo, montamos três ou quatro equipes diferentes em dois anos. Mas, infelizmente, já não havia salvação”, contou o futuro integrante do Hall da Fama.

Mais do que isso, o ala não tem arrependimentos de passar parte da carreira no Nets. “No fim das contas, eu adorei trabalhar e jogar aqui. Ser parte dessa comunidade e representar Brooklyn, para resumir, foi uma honra. Não importa o que ocorresse ou sentia, sempre quis trabalhar e atuar diante dessas pessoas”, garantiu o jogador. Ele terminou a partidas com 33 pontos e oito assistências.

Rival especial

Durant reencontrou vários amigos e ex-colegas durante o seu retorno pelo Brooklyn. Mas houve um jogador do Nets, em especial, que o veterano queria rever e enfrentar: Cam Thomas. Apesar da diferença de idade, os dois criaram uma ótima relação nesse período. O atleta de 35 anos não escondeu que colocou um “alvo” nas costas do ala-armador agora adversário.

“Todas as vezes em que puder pontuar em cima de Cam e provocá-lo, vou fazer. Podem apostar nisso, pois é algo que já fazemos um com o outro desde que nos conhecemos. Esse garoto é um irmão para mim, acima de tudo. Por isso, se ele vai tentar me marcar em quadra, eu preciso ensinar-lhe uma lição. Uma liçãozinha que leve para o resto da carreira”, brincou o bicampeão da NBA.

No entanto, como um bom mentor, Durant torce e aposta no potencial de Thomas. “Cam ainda tem 22 anos, então só vai melhorar nos próximos anos. Todas as franquias já se preparam para enfrentá-lo porque sabem que é um dos scorers mais difíceis de marcar nessa liga. Por isso, acredito que o céu seja o limite para esse menino”, reverenciou o veterano pontuador.

Legado

Mas, no fim das contas, qual foi o legado de Kevin Durant no Brooklyn Nets? Não é uma reflexão fácil. A curta passagem e resultados decepcionantes, por exemplo, indicam que muito pouco para os torcedores. O ala, certamente, não vai ser lembrado como um dos maiores jogadores da história da franquia. O técnico Jacque Vaughn, no entanto, assegura que o craque deixou uma grande marca em sua carreira.

“Nunca vou esquecer a experiência de trabalhar com Kevin. Esse é um mundo de muita negatividade, mas treiná-lo foi uma das vivências mais positivas de minha carreira. Fez com que virasse um melhor treinador, aliás. Eu nunca duvidei que, quando entrava em quadra, ele queria vencer – e nós sempre tínhamos uma chance de ganhar”, elogiou o ex-armador.

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