Jumper Brasil discute – Surpresas da temporada

E aí, imaginava que o Charlotte Bobcats ia conquistar sete vitórias em menos de um mês? E o New York Knicks brigando pela liderança da conferência Leste? Todo início de temporada traz algumas surpresas e desempenhos inesperados para destruir prognósticos e “balançar” a lógica da NBA. Convidamos cinco integrantes do Jumper Brasil para falar sobre […]

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E aí, imaginava que o Charlotte Bobcats ia conquistar sete vitórias em menos de um mês? E o New York Knicks brigando pela liderança da conferência Leste? Todo início de temporada traz algumas surpresas e desempenhos inesperados para destruir prognósticos e “balançar” a lógica da NBA. Convidamos cinco integrantes do Jumper Brasil para falar sobre cinco times que consideramos ter começado a campanha melhor do que esperado.

 

1. Verdadeiro ou falso: a lesão de Amare Stoudemire contribuiu para a arrancada inicial do New York Knicks.

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Ricardo Stabolito Jr.: Nada contra Amare, mas verdadeiro. As duas principais virtudes deste início de campanha do Knicks foram a defesa sufocante e a paciência trabalhando a bola, um ataque com ênfase no passe e buscando o melhor arremesso. A ausência do ala-pivô foi benéfica ao permitir que a equipe jogasse com uma formação mais baixa, dinâmica e versátil: dois armadores de ofício “movendo” o jogo e Carmelo Anthony na posição quatro – onde deveria jogar com mais frequência.

Zeca Oliveira: Verdadeiro. É jogando com quatro atletas de perímetro que o Knicks está conseguindo se afirmar como o maior arsenal de bolas de três da liga e, além disso, abrindo espaço para que Carmelo Anthony possa jogar como rende mais.

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Gustavo Freitas: Verdadeiro. Já ficou provado que Stoudemire e Carmelo Anthony não conseguem jogar juntos. Entretanto, o ala disse que quando Amare voltar às quadras vai evitar o garrafão, para deixá-lo livre para o colega. De qualquer forma, ainda não vimos isso acontecer.

Luiz Fernando Teixeira: Como foi colocado na pergunta, “verdadeiro”. Entre aspas porque a experiência da temporada passada provou que Amare e Carmelo Anthony tem dificuldades de jogar juntos, porque ambos querem a bola no ataque e ser o principal pontuador. Como tiveram toda a pré-temporada para treinarem juntos, é difícil saber o que teria acontecido se o ala-pivô tivesse iniciado a campanha, mas é muito provável que a rotação não estivesse funcionando tão bem.

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Lucas Colisse: Verdadeiro. Sem Amare, o Knicks passou a jogar com Carmelo Anthony na posição quatro, fazendo valer a capacidade de pontuar do ala e dos bons scorers que o elenco possui. Outro fator que tem de ser destacado é a defesa do time. Até Carmelo está marcando bem. Se eu fosse o gerente-geral do Knicks, trocaria Amare por alguns bons defensores.

 

2. O Charlotte Bobcats alcançou as sete vitórias conquistadas em 66 jogos da última temporada em apenas 13 partidas da atual. Para você, qual o principal fator para a “virada” do time?

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Ricardo Stabolito Jr.: Praticamente tudo melhorou em Charlotte e acredito que o principal fator é Mike Dunlap. Ele “soltou” o time e deu mais liberdade para a maioria dos jogadores, “abraçou” o espírito rápido e agressivo que o elenco do Bobcats sempre teve – antítese do jogo “travado” de Paul Silas. Além disso, é um treinador que sabe trabalhar com jovens. Todos deram risada quando o time contratou um assistente da NCAA. Quem está rindo agora?

Zeca Oliveira: Vejo melhoras no Bobcats em quase todos os aspectos, mas acredito que a maior influência no sucesso atual da equipe esteja mesmo na defesa – em especial – de perímetro. Michael Kidd-Gilchrist e Jeff Taylor eram dois grandes defensores no basquete universitário e são alguns dos principais responsáveis pela alta qualidade da marcação de Charlotte hoje. A defesa está infinitamente melhor do que a da temporada passada.

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Gustavo Freitas: Mike Dunlap. O sistema defensivo melhorou bastante, claro que com as ajudas de calouros muito dispostos a mudar o rumo da franquia. Creio que a mudança de treinador tenha sido importantíssima para tirar aquele “clima” de perdedor.

Luiz Fernando Teixeira: São vários fatores, para mim. Pesa a chegada de Mike Dunlap, um especialista em treinar jovens, mesmo sem experiência na NBA. Pesa a confiança de Kemba Walker, que vem sendo um dos destaques da equipe em seu segundo ano como profissional. Pesa a experiência de atletas como Ramon Sessions, Ben Gordon e Brendan Haywood, que reduzem a pressão sobre os jovens. Pesa Michael Kidd-Gilchrist, um calouro que prova com sua liderança, dedicação e vontade que o basquete não pode ser medido apenas em números.

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Lucas Colisse: Eu tenho assistido aos jogos do Bobcats e fico impressionado com a vontade dos jogadores em erguerem a franquia. Kemba Walker e Michael Kidd-Gilchrist vêm sendo os principais destaques, mas, além deles, Ramon Sessions também faz uma temporada muito boa. Acho que Charlotte não têm fôlego para chegar aos playoffs, mas esse bom início é animador.

 

3. Neste momento, o Golden State Warriors é o sexto colocado da conferência Oeste. Temos um legítimo candidato a uma vaga nos playoffs ou só time em boa fase?

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Ricardo Stabolito Jr.: Tenho problemas para confiar no Warriors, mesmo que esse seja o melhor time que montam em anos. Acho que o calendário que pegaram até o momento é suspeito e o perímetro não tem quem ataque a cesta com eficiência. Acima de tudo, tem equipes “patinando” no Oeste (Jazz, Lakers, Mavs sem Nowitzki) que ainda devem chegar.

Zeca Oliveira: Legítimo candidato. Apesar das várias contusões que deverá ter que superar, eu ainda vejo este time com opções em todas as posições e isso é um diferencial atualmente.

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Gustavo Freitas: Pode ser que seja candidato, mas lembre-se que tem time que vai subir nos próximos meses, como o Lakers. Ao menos, é o que eu espero que aconteça. De qualquer forma, o Warriors conta com um elenco que está evoluindo aos poucos e possui bons jogadores. É um time respeitável.

Luiz Fernando Teixeira: Um pouco dos dois. O time vive uma boa fase porque seu principal jogador, Stephen Curry, está livre de lesões – algumas delas, aparentemente, bobas – que o atormentaram nos últimos anos. Com ele saudável, o Warriors chega aos playoffs. Mas é inegável que, se Andrew Bogut e Brandon Rush estivessem jogando, o time seria bem melhor. Além disso, é difícil Carl Landry manter os quase 60% de aproveitamento nos arremessos até o fim da temporada regular.

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Lucas Colisse: O Warriors é uma equipe para embaçar a vida de muita gente. Eles têm um quinteto titular muito forte. Stephen Curry é um futuro all star. David Lee é um ótimo jogador. Harrison Barnes e Klay Thompson são novos, mas possuem muita personalidade. E Andrew Bogut está lá, tentando se recuperar de lesão. Se conseguirem se manter saudáveis, eles podem ter uma chance.

 

4. Se a temporada regular terminasse hoje, o Atlanta Hawks teria vantagem de mando de quadra na primeira rodada dos playoffs. Você acredita que eles possam se segurar como uma das quatro melhores campanhas do Leste até abril?

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Ricardo Stabolito Jr.: Improvável, porque o histórico recente diz que o Celtics melhora com o caminhar da temporada e tende a ser o dono da quarta vaga. Se o time de Boston continuar penando, porém, eles aparecem como os favoritos a ficar com o “quarto mando”. Defendem bem, forçam erros e tem dois jogadores em ótima fase (Al Horford e Jeff Teague).

Zeca Oliveira: Só três times despontam no Leste até o momento (Nets, Heat e Knicks) e, depois disso, a situação está em aberto. No entanto, eu ainda não consigo confiar no Hawks pela questão da difícil renovação de contrato de Josh Smith. O time vem defendendo excepcionalmente bem e reage muito bem à perda de Joe Johnson. Mas, talvez, uma resposta mais concreta só possa ser dada em fevereiro, após o fim da janela de trocas.

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Gustavo Freitas: Difícil dizer, mas creio que não. O Hawks é um time que ainda está buscando uma identidade sem Joe Johnson. Era para Josh Smith estar em melhor nível, liderando a equipe, mas a direção foi buscar boas peças no mercado – como o grande defensor DeShawn Stevenson e o especialista em arremessos Kyle Korver. 

Luiz Fernando Teixeira: Não. Acredito que Boston Celtics e Indiana Pacers os superem. O Chicago Bulls e Milwaukee Bucks também podem surpreender. No entanto, acho que o Hawks se classifica aos playoffs. Não com mando de quadra, mas classifica.

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Lucas Colisse: Eu não vejo o Hawks com um elenco capaz de jogar em alto nível a temporada inteira. Jeff Teague está em boa fase e, para mim, é o principal responsável pela sequência de vitórias que deixou o time nessa condição. Se ele conseguir manter o ritmo ao longo dos meses, quem sabe…

 

5. Verdadeiro ou falso: o Memphis Grizzlies briga pelo título.

Ricardo Stabolito Jr.: Verdadeiro. Um ótimo time defensivo, que está entre os melhores da NBA conseguindo segundas chances de pontuar e forçando desperdícios. Tem altura em todas as posições e experiência. Eles são um verdadeiro pesadelo como matchup e tão bons quanto qualquer time da liga.

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Zeca Oliveira: Verdadeiro. Lembro ter gravado um podcast com um amigo antes dos playoffs da temporada passada e meu palpite foi que o Grizzlies seria campeão. Acabou que Zach Randolph voltou mal de lesão e o banco de reservas foi nulo. Tudo está tudo diferente neste ano. Não só a defesa continua excelente, mas o ataque funciona bem e é o mais disciplinado que vi na temporada. Se continuar assim, o time é um dos favoritos ao título.

Gustavo Freitas: Verdadeiro. É um dos times mais interessantes de se ver. Tem um técnico competente, ótimo quinteto titular e só peca quando o assunto é reposição. Na briga dentro do garrafão, é certo que para bater o Grizzlies tem que ser muito forte. Acredito muito no trabalho da equipe e penso que pode entrar na disputa pelo anel.

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Luiz Fernando Teixeira: Por que não? Tem uma das melhores duplas de garrafão da NBA (Marc Gasol e Randolph), um dos melhores marcadores de perímetro da liga (Tony Allen), um ótimo scorer (Rudy Gay) e um dos armadores mais subestimados do país (Mike Conley). E só citei os titulares. Todos os reservas (Jerryd Bayless, Marreese Speights, Quincy Pondexter, Wayne Ellington) estão jogando bem. Embora uma lesão possa acabar com o sonho denovo (lembram das duas últimas temporadas?), mas o céu é limite para o Grizzlies completo.

Lucas Colisse: Verdadeiro. O Grizzlies tem dois dos melhores defensores de perímetro da NBA em Tony Allen e Rudy Gay. No garrafão, estão Zach Randolph (um dos principais jogadores da posição quatro da liga) e Marc Gasol. Apesar de não serem tão bajulados pela mídia, só esses quatro bastam para vencer muitos jogos. Minha dúvida é se Mike Conley suporta a pressão de conduzir a equipe nos playoffs, mas, de um jeito ou outro, Memphis vai longe.

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