Todos os olhos do mundo estarão voltados para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, cuja cerimônia de abertura será realizada nesta sexta-feira (5), a partir das 20h.
O maior evento esportivo do planeta terá a cobertura do Jumper Brasil. Estaremos comentando tudo sobre o torneio de basquete masculino, que será disputado entre os dias 6 e 21 de agosto. Aliás, não deixe de conferir o nosso Guia Especial sobre a competição, que será publicado nesta quinta-feira (4).
Enquanto as partidas não começam, reunimos o quarteto mais veterano do site – Gustavo Freitas, Gustavo Lima, Ricardo Stabolito Jr. e Vinicius Donato – para discutir o que pode acontecer no basquete olímpico.
Os Estados Unidos vão ganhar o tricampeonato olímpico? Quem pode surpreender? E o Brasil? Temos alguma chance de conquista de medalha olímpica após 52 anos de jejum? Nossa equipe opina…
1- Quem será o destaque individual da competição?
Gustavo Freitas: Kevin Durant. Depois da polêmica saída do Oklahoma City Thunder para o Golden State Warriors, ele vai querer provar que é um dos melhores jogadores da atualidade.
Gustavo Lima: Kevin Durant. O agora jogador do Warriors é o maior talento do torneio olímpico. Nos amistosos preparatórios, ele já mostrou que é “o cara” da seleção norte-americana. Durant tem tudo para ser o cestinha da competição e liderar os Estados Unidos a mais um ouro olímpico.
Ricardo Stabolito Jr.: DeMarcus Cousins. São muitas possibilidades e sempre parece que o destaque nessas competições aparece do nada, então é um grande chute. Não acho que o astro do Kings seja o jogador mais dominante do mundo, como Vlade Divac diz acreditar, mas ele está muito motivado e pode ser o pivô mais dominante das Olimpíadas.
Vinicius Donato: Kyrie Irving. Embalado pela grande atuação nas finais e pela conquista de seu primeiro título na NBA, Irving vive grande momento e está pronto para liderar os EUA a mais uma conquista.
2- Qual seleção vai decepcionar?
Gustavo Freitas: Estou apostando na Argentina. É um time envelhecido e que não foi tão bem em alguns dos amistosos preparatórios. Luis Scola e Manu Ginobili passaram de suas melhores fases há algum tempo. Vejo apenas Carlos Delfino jogando em bom nível ainda, entre os mais veteranos.
Gustavo Lima: Croácia. Além de ter caído em um grupo forte, e não possuir um garrafão confiável, a Croácia corre sempre o risco de algum conflito interno por causa do temperamento forte dos balcânicos. O time é jovem, tem alguns talentos como Dario Saric e Mario Hezonja, mas na hora decisiva, a inexperiência e a falta de disciplina tática em determinados momentos pode pesar nos duelos contra os elencos mais rodados de Espanha, Lituânia, Brasil e Argentina.
Ricardo Stabolito Jr.: Croácia. Minha impressão é que as seleções balcânicas têm vivido em pé de guerra internamente nos últimos anos e, obviamente, isso não ajuda. Também não sou muito fãs das opções de garrafão croatas.
Vinicius Donato: Argentina. É uma candidata a decepção porque se espera muito da equipe. Uma seleção que foi campeã olímpica há 12 anos, e que pode, agora, não chegar tão longe por ter um time em fim de ciclo. A Argentina dá a impressão de que vai fazer uma campanha frustrante. Vale ressaltar, no entanto, que a geração argentina que se despede nestes Jogos é digna de muitos aplausos, qualquer que seja o resultado.
3- Você acredita que alguma seleção possa desbancar a desfalcada equipe dos Estados Unidos?
Gustavo Freitas: Não. Por mais que algumas pessoas considerem a Espanha por conta das inúmeras ausências de astros nos Estados Unidos, os próprios espanhóis estão sem grandes nomes, como Marc Gasol e Serge Ibaka. Vou ficar surpreso se alguma seleção sequer ameaçar os Estados Unidos.
Gustavo Lima: Não. Mesmo sem pelo menos uma meia dúzia de astros, a seleção norte-americana ainda é, de longe, a mais forte entre os 12 participantes. Se os EUA pudessem levar três seleções para o torneio, conquistaria ouro, prata e bronze, dada a diferença de nível para o resto.
Ricardo Stabolito Jr.: Não. Eles têm a melhor defesa e, na maioria dos dias, o melhor ataque entre as seleções olímpicas. Além disso, minha impressão é que seus adversários já foram melhores.
Vinicius Donato: Não. Para ser bem prático, não acredito nem que uma seleção de todas as outras equipes do torneio conseguiria bater o time americano. A NBA, porém, nunca pareceu tão FIBA em toda sua história. É bom os americanos não acharem que basta parar na linha de três pontos e ficar arremessando para vencer suas partidas.
4- Sobre o Brasil: é realista pensar em medalha?
Gustavo Freitas: Sim. Mas precisa superar seus próprios problemas para depois pensar em bater adversários. O Brasil não arremessa bem do lance livre, depende muito de três ou quatro jogadores para o arremesso de longa distância e tem no garrafão e na armação as suas melhores armas. Precisa vencer a Lituânia na estreia para entrar com moral na competição. E é em casa. O fator torcida pode e deve fazer a diferença.
Gustavo Lima: Sim. São seis seleções brigando por prata e bronze, e o Brasil não deve nada a nenhuma potência europeia ou à seleção Argentina, por exemplo. Nas últimas edições dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo, o Brasil perdeu nos detalhes e ficou perto de brigar por medalha. Jogando em casa, com o apoio da torcida, e motivada pela última chance olímpica de vários de seus jogadores, a seleção de Rubén Magnano deve entrar preparada para chegar o mais longe possível. Que os erros nos lances livres nem o Scola nos derrubem novamente!
Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Eu não colocaria meu dinheiro nisso, mas é um cenário possível e realista. Acho que, excetuando as “galinhas mortas” e os EUA (ouro), é provável que você tenha sete seleções que – embora umas sejam um pouco melhores do que outras – podem se encarar brigando por prata e bronze.
Vinicius Donato: Sim. Tecnicamente, o Brasil não tem o terceiro melhor elenco das Olimpíadas e seria ingênuo achar que só porque estamos em casa levamos vantagem sobre algumas equipes que são melhores do que a nossa. Porém, estamos falando de um torneio curto e de jogos eliminatórios nas fases mais agudas. Com muita – mas muita – intensidade defensiva, além de volume e qualidade no ataque, podemos transformar o fato de jogar em casa em um real “fator casa”.
5- Na ordem, quais serão as seleções medalhistas no Rio 2016?
Gustavo Freitas: Sem pensar muito: Estados Unidos, Espanha e Brasil. Os EUA porque sempre entram em qualquer disputa mirando o título. Alguns astros não vieram, mas Kevin Durant, Kyrie Irving, Carmelo Anthony, Paul George, Klay Thompson… não. Sem chances. EUA em primeiro. A Espanha, pelo cruzamento que imagino. É uma seleção talentosa, com vários jogadores importantes no cenário europeu e da NBA, porém não tem como bater os EUA. A diferença física é enorme. Por fim, o Brasil. Acredito, pois teremos Nenê em uma de suas melhores fases na parte física, Huertas e Raulzinho fazem bem a armação, com características diferentes, e temos alguns bons arremessadores que, em um dia bom, conseguem carregar o time.
Gustavo Lima: Estados Unidos, Sérvia e Brasil. O primeiro lugar é óbvio. Aposto na Sérvia chegando à final pela geração talentosa que tem, e porque acho que, desta vez, Argentina, França e Lituânia não chegam à disputa de medalha. No meu chaveamento, o Brasil vence a Espanha na disputa do terceiro lugar. Ganhar o bronze seria a coroação dessa geração, que aguentou vaias de torcedores malas e péssimas administrações da CBB, nos últimos anos, para continuar honrando o basquete brasileiro.
Ricardo Stabolito Jr.: Meu dinheiro estaria no ouro para os norte-americanos, prata para os espanhóis e bronze para os lituanos. Como sou péssimo em apostas, acredito que isso é um sinal positivo para o Brasil.
Vinicius Donato: Estados Unidos leva o ouro, a Espanha fica mais uma vez com a prata e o Brasil derruba Batum e companhia para conquistar o bronze.