Jumper Brasil discute – Os novos rumos do Lakers

O Los Angeles Lakers passou por grandes mudanças nos últimos dias. Como todos já sabem, a equipe demitiu Mike Brown e contratou Mike D’Antoni para assumir o elenco mais badalado desta temporada. Bom momento para convidarmos cinco de nossos analistas e avaliar a troca de comando – dentro e fora de quadra. Mais um de […]

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O Los Angeles Lakers passou por grandes mudanças nos últimos dias. Como todos já sabem, a equipe demitiu Mike Brown e contratou Mike D’Antoni para assumir o elenco mais badalado desta temporada. Bom momento para convidarmos cinco de nossos analistas e avaliar a troca de comando – dentro e fora de quadra. Mais um de nossos comentaristas, Ricardo Stabolito Jr., falou sobre o assunto (entre outros temas) na edição desta semana do Overtime, que já está disponível para ser ouvido aqui no Jumper.

O que é possível dizer sobre os novos rumos do Lakers? Vamos ver…

 

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1. O Lakers acertou ao demitir Mike Brown?

Vinicius Donato: O Lakers errou ao contratar Mike Brown. A transição da “Era Phil Jackson” deveria ter sido feita por alguém que já estivesse mais acostumado com o time – Brian Shaw, por exemplo. Ou deveriam ter trazido alguém que suportasse a pressão de um início de maus resultados. Mas, se a intenção agora era não insistir, acabou acertando.

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Gustavo Lima: A decisão do Lakers foi lamentável. Demitir o técnico após cinco partidas é ridículo, uma falta de respeito ao profissional. A direção da franquia deveria ter contratado um novo treinador ainda na offseason, logo após o fracasso nos playoffs da temporada passada. Como optaram pela continuidade, os dirigentes deveriam ter dado mais tempo a Brown, já que o Lakers adicionou peças novas ao elenco e entrosamento não se compra na esquina.

Gustavo Freitas: A demissão foi um erro. Não que Brown estivesse fazendo um bom trabalho, mas o fato é que não foi dado tempo para que tentasse algo novo. No entanto, ele não era o nome certo para dirigir o Lakers desde o início da temporada. A diretoria deveria ter feito a troca de comando nas offseason.

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Luiz Fernando Teixeira: Não. A demissão é só mais uma prova da megalomania da família Buss querendo chegar – no mínimo – à final ano após ano. Brown estava com problemas para implementar o sistema novo de ataque, mas as derrotas na pré-temporada, a volta apressada de Dwight Howard e a lesão de Steve Nash fizeram com que a pressão por resultados aumentasse. Apesar das derrotas, o time estava indo bem e vitórias sobre equipes fracas após a saída de Brown serviram como atenuante.

Zeca Oliveira: Sim. Sinceramente, eu acho que a demissão foi injusta (quase uma sacanagem) porque não deram tempo para que ele pudesse implantar sua filosofia já com os novos comandados. Isso não quer dizer, porém, que eu considere a demissão errada pensando no futuro do Lakers.

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2. Mike D’Antoni é a escolha certa para comandar o Lakers. Verdadeiro ou falso?

Vinicius Donato: Aparentemente, falso. O grande trabalho de D’Antoni na NBA (no Phoenix Suns) era baseado em um ataque rápido. A equipe do Lakers não tem a velocidade ou juventude compatível com aquele esquema de jogo. Teremos que ver uma nova filosofia ser implantada e funcionar para que a escolha tenha sido correta.

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Gustavo Lima: Falso. Meus preferidos eram Phil Jackson, Jerry Sloan e Brian Shaw. D’Antoni é um mestre em esquemas ofensivos, mas, para ser campeão da NBA, não basta dar show no ataque. Tem que marcar também e, por onde passou, ele não deu atenção à defesa. Mas, por outro lado, agora ele contará com três defensores de alto calibre (Howard, Bryant e World Peace). Além disso, no run and gun adotado por D’Antoni, o time é dependente de arremessadores de longa distância e de velocidade no jogo de transição. O Lakers não tem isso.

Gustavo Freitas: A princípio, verdadeiro. Acho que o Lakers vai entrar em choque, o que pode ser positivo. Choque porque começou a temporada com um treinador especialista em defesa, ainda que a equipe estivesse mal no quesito, e D’Antoni sempre busca o ataque sem muita preocupação com a marcação. Já vimos esse filme no Suns e Knicks: vai vencer, parecer bonito, mas trata-se de um sistema que não fica com o título há décadas.

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Luiz Fernando Teixeira: Falso. D’Antoni é especialista ofensivo e o ataque do Lakers estava indo bem até a saída de Brown. O problema está na defesa. O elenco carece de um bom defensor de perímetro, já que Kobe e World Peace não têm as mesmas pernas de antes e os Steves – Nash e Blake – são cones marcando. Se um bom auxiliar defensivo chegar, como Mike Woodson foi em Nova York, a decisão muda de cara. Mas não por causa de D’Antoni.

Zeca Oliveira: Falso. Talvez o maior ponto positivo do Lakers seja seu excelente garrafão e, com D’Antoni, ele tende a ser subutilizado. Além disso, ele vai pensar para manter o estilo de jogo ofensivo e envolver Kobe Bryant ao mesmo tempo. O ala-armador precisa da bola nas mãos e de um ataque mais cadenciado para render mais. E, é claro, o fato de D’Antoni não ter sucesso brigando por títulos em sua carreira também pesa um pouco.

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3. Phil Jackson queria treinar o Lakers, mas o Lakers não quis Phil Jackson. Você teria passado a chance de contratá-lo?

Vinicius Donato: Pelo que li, a rejeição de Jackson não foi por motivos técnicos, mas sim pelas exigências feitas pelo treinador. Se as notícias forem verdadeiras, acho que não há razões para condenar a equipe por recusá-lo.

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Gustavo Lima: Há controvérsias. Phil Jackson é, talvez, o melhor treinador da história da NBA. Mas, pelo que andei lendo, ele fez exigências absurdas ao Lakers. Queria ter poder de gerente da franquia, não viajar em alguns jogos fora de Los Angeles e um salário absurdo. A meu ver, ele pediu isso tudo sabedor de que o Lakers não aceitaria. Ele quer mais é seguir aposentado. Não precisa provar mais nada a ninguém.

Gustavo Freitas: Quando falamos de um dos maiores técnicos de todos os tempos – se não o maior –, você jamais pode deixar passar a oportunidade. Claro que existiam exigências pouco ortodoxas, mas é um sujeito que venceu 11 títulos nos últimos 22 anos, né?

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Luiz Fernando Teixeira: Não. Ele é o maior vencedor da história da liga e já provou ser mais do que capaz de administrar egos – talvez, com a exceção do Lakers de 2004.

Zeca Oliveira: Aquele que venceu 11 títulos em 20 temporadas? De modo algum! Eu acho que o projeto do Lakers é em curto prazo, visto que se não vencer um título nos próximos dois anos será considerado um fracasso. Pensando nisso, acredito que Jackson cairia muito bem aqui. A maioria dos jogadores já conhece seu estilo e ele sabe atuar pressionado.

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4. Como a chegada de D’Antoni afeta a disputa pelo título da conferência Oeste e da NBA?

Vinicius Donato: Pouco. Pela qualidade dos titulares, o Lakers será candidato ao título caso esteja bem fisicamente ao final da temporada regular. Em minha opinião, o grande problema da equipe é a qualidade do banco de reservas e, isso, não há técnico que resolva.

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Gustavo Lima: Acredito que o time vai se classificar sem dificuldade aos playoffs, marcando mais de 100 pontos em vários jogos. Mas, para ser campeão, o Lakers terá que ser bom na defesa. Não adianta ter só um excelente ataque contra o Thunder – equipe que considero a melhor do Oeste. Se conseguir encaixar a marcação, passam a ser o favorito da conferência.

Gustavo Freitas: Ainda acho que o Thunder tem o melhor time, mas o Lakers possui o melhor quinteto titular. É difícil dizer logo de cara, pois precisamos aguardar para saber como os jogadores vão reagir à troca de comando. E ainda tem o Spurs, que vem jogando muito bem há anos com o mesmo treinador.

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Luiz Fernando Teixeira: Acho que não muda muita coisa, porque o Lakers continua sendo um dos favoritos ao título. Como sempre foi. Mas, ainda assim, terá que demonstrar isso em quadra, principalmente contra o Oklahoma City Thunder.

Zeca Oliveira: Difícil. Penso aqui que o principal oponente do Lakers pelo título da conferência é o Thunder. Então, se o time de Los Angeles passará a usar o pick-and-roll Nash-Howard quase sempre, defensores como Kendrick Perkins – bons protetores em torno do aro, mas menos ágeis – serão menos importantes. Ter um antídoto para o pick-and-roll passa a ser a chave para os adversários do Lakers. Na época em que D’Antoni treinava o Suns, o Spurs fazia muito bem esse trabalho.

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5. Com a questão do treinador resolvida, qual passa a ser a maior preocupação do Lakers para o restante da temporada?

Vinicius Donato: A equipe tem que equilibrar o sistema defensivo e – caso não haja um imediatismo por vitórias – dar mais tempo aos reservas em busca de uma rotação ideal. Em longo prazo, é preciso achar a formação ofensiva ideal para tantos talentos juntos. A pressa por resultados, no entanto, é o obstáculo.

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Gustavo Lima: Resta saber se D’Antoni vai conseguir dar equilíbrio ao Lakers. No ataque, as coisas tendem a ir bem com a bola mais tempo nas mãos de Steve Nash (pese o fato de que não contam com especialistas nos arremessos de longa distância). Mas e a defesa? A presença de Kobe, World Peace e Howard é garantia de que a equipe irá defender bem? Ataques ganham jogos, defesas ganham campeonatos.

Gustavo Freitas: Creio que seja o banco de reservas. Faltam atletas que possam fazer a diferença. O sexto homem do time, Antawn Jamison, não vem bem. Mas a gente sabe que D’Antoni nunca foi de usar o banco mesmo e talvez não seja um grande problema para ele. Neste caso, é possível que seja saber como Steve Nash voltará da lesão. Se a bola ficar em suas mãos, o Lakers tem tudo para melhorar.  

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Luiz Fernando Teixeira: Evitar lesões e fazer com que o grupo adquira entrosamento. Além disso, fazer com que o banco seja mais efetivo. Até agora, Antawn Jamison tem sido um fiasco liderando o banco. A opção é fazer com que um dos quatro all stars do time jogue mais com os reservas – o que Pau Gasol já vem fazendo – ou então fazer com que Kobe e Gasol atuem mais tempo juntos e, enquanto descansam, deixar Nash e Howard em quadra “abusando” dos pick-and-rolls.

Zeca Oliveira: O banco de reservas. Que, para ser sincero, sempre foi a maior delas.

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