O início da temporada já ficou para trás, as equipes têm uma boa ideia sobre suas pretensões e rumores de troca começam a surgir. É sobre isso que vamos debater hoje!
O Jumper Brasil reuniu três integrantes de sua equipe e dois convidados especiais – Vagner Vargas (High Five) e André Rocha (podcast Basqueteiros) – para discutir quais seriam os melhores destinos para cinco dos principais jogadores especulados em negociações nas últimas semanas e que poderão ser envolvidos em transações até o fim da temporada.
Quais seriam os times que melhor poderiam utilizar esses “trocáveis”? E qual seria o lugar certo para que possam brilhar? Isso é o que vamos discutir…
1. Qual seria o destino ideal para Andre Drummond?
Gustavo Lima: Celtics. A equipe carece de um pivô reboteiro e mais intimidador no garrafão, como Drummond. Ele seria de grande valia nos playoffs. Resta saber se Boston estaria disposto a enviar um pacote-base contendo, entre outros ativos, Gordon Hayward e escolha(s) de draft para Detroit.
Vagner Vargas: Lakers. Sem considerar questões contratuais, Drummond seria perfeito para atuar ao lado de LeBron James e Anthony Davis: um dos melhores reboteiros da liga, que não demanda bola nas mãos, poderia aproveitar espaços gerados pelas duas estrelas e ainda vem se adaptando ao estilo de jogo da liga desenvolvendo a visão de quadra. Seria um inferno para os adversários.
Eduardo Ribeiro: Celtics. O elenco possui “excesso” de boas opções no perímetro, mas falta um nome de peso no garrafão. A troca serviria para balancear o plantel, de certa forma: mantém o poder de fogo da armação e alas enquanto adiciona a presença do melhor reboteiro da liga, o que ajudaria todos os arremessadores do time titular.
André Rocha: Warriors. Imaginem o Warriors com Drummond, Draymond Green, Klay Thompson, Stephen Curry e uma das primeiras escolhas do draft! Seria uma nova tentativa de Golden State investir em pivôs, como aconteceu com DeMarcus Cousins, mas com um legítimo titular em forma.
Ricardo Stabolito Jr.: Celtics. Boston possui um “rombo” de alternativas provadas na rotação de garrafão e Drummond chegaria como solução imediata para um dos problemas crônicos da equipe: os rebotes. Além disso, a sensível evolução do astro do Pistons defendendo em espaço aberto e como passador fazem com que seja um encaixe melhor do que aparenta na ideia de jogo de Brad Stevens.
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2. Qual seria o destino ideal para Danilo Gallinari?
Gustavo Lima: Blazers. Gallinari possui contrato expirante e seria importante para melhorar o espaçamento de quadra, em uma franquia que já está acima do teto salarial e corre sério risco de ficar fora dos playoffs. Uma proposta com o vínculo expirante de Kent Bazemore e uma escolha de draft pode “seduzir” o Thunder.
Vagner Vargas: Heat. A franquia de Miami tem um time extremamente físico e “cascudo”. Acrescentar um ala-pivô com alto poder ofensivo, principalmente por arremessar de longa distância, como Gallinari seria um ótimo upgrade para uma equipe que já vem fazendo ótima temporada na conferência Leste.
Eduardo Ribeiro: Heat. A equipe vem realizando grande temporada e poderia aproveitar mais um pontuador na rotação. Gallinari não é o astro que Miami soa procurar ultimamente e há preocupação com lesões, mas é um jogador eficiente no ataque que vive fase muito positiva. E essa seria a chance do ala disputar os playoffs.
André Rocha: Mavericks. Seus 18 pontos por jogo, com 40% de acerto nos arremessos de longa distância, encaixariam como uma luva com o jogo de Luka Doncic e permitiria que Kristaps Porzingis fosse mais aproveitado dentro do garrafão, sem precisar ficar aberto como um chutador a maior parte do tempo. Faz muito mais sentido, sem dúvidas, do que Chris Paul.
Ricardo Stabolito Jr.: Mavericks. Não sei se há respostas erradas aqui: Gallinari poderia encaixar-se muito bem em diversas equipes. Dallas é a opção mais lógica pela carência de alas que ofereçam maior versatilidade nos dois lados da quadra e pontuadores secundários – em especial, porque Kristaps Porzingis ainda não embalou de vez.
3. O que seria ideal para o Spurs: trocar LaMarcus Aldridge ou DeMar DeRozan?
Gustavo Lima: DeRozan. E essa resposta tem dois motivos: o ala-armador tem a opção de tornar-se agente livre irrestrito ao fim da temporada e sair “de graça” de San Antonio e a equipe já tem vários atletas para suprir a posição, incluindo jovens que pedem passagem – como Lonnie Walker IV e Keldon Johnson.
Vagner Vargas: Aldridge. A saída do ala-pivô poderia levar o Spurs a investir no que faz melhor: garimpar talento. Alguém duvida que, em uma troca, os texanos conseguem achar um jovem talento que ainda não “explodiu”, pronto para dar o “salto” em San Antonio? Seria uma troca, até pela idade e contrato do veterano, com a cara e o DNA da franquia.
Eduardo Ribeiro: Ambos. Eu optaria por iniciar uma reconstrução de verdade, agora mesmo. Os dois atraem algum interesse ao redor da liga e faria trocas antes que seja tarde e saiam como agentes livres. Aldridge já está com 35 anos de idade, enquanto DeRozan possui a chance de ser agente livre em 2020. O Spurs não está acostumado com isso, mas o melhor caminho é abraçar a renovação.
André Rocha: Aldridge. Essa é difícil, pois ambos tem contratos parecidos e, enquanto DeRozan tem mais concorrência no elenco, o ala-pivô obrigou Gregg Popovich a adaptar o estilo do time ao pedir para ser negociado no passado. Acho que manteria o ala-armador porque, apesar do histórico negativo em playoffs, ainda o vejo como um líder mais consolidado.
Ricardo Stabolito Jr.: DeRozan. Do ponto de vista puramente técnico, eu optaria por negociar Aldridge e seus sinais evidentes de declínio na carreira. Mas não é só isso que pesa, né? A verdade é que o Spurs está bem mais preparado para a saída do ala-armador, com opções jovens para repor a rotação, do que do ala-pivô.
4. Qual seria o destino ideal para Andre Iguodala?
Gustavo Lima: Mavericks. Poderia ser algum dos times de Los Angeles, mas acho que Iguodala teria mais impacto e espaço em Dallas. A grande surpresa do Oeste na temporada tem uma base jovem e um veterano vencedor poderia elevar o nível competitivo da equipe pensando na disputa dos playoffs.
Vagner Vargas: Clippers. Iguodala ainda tem lenha para queimar, em especial nos playoffs. E, em busca de um título histórico para a organização, o que seria melhor do que acrescentar ao elenco alguém que já viveu a experiência das finais e eleito MVP da decisão marcando LeBron James? Seria, para mim, um casamento perfeito.
Eduardo Ribeiro: Qualquer time de Los Angeles. Iguodala seria um ótimo reforço e chegaria para agregar duas defesas que já atuam em alto nível. No Lakers, ele formaria um trio de respeito com Avery Bradley e Danny Green. E o que dizer do veterano fechando jogos com Patrick Beverley, Paul George e Kawhi Leonard no Clippers? Certamente, os adversários não gostariam de ver isso.
André Rocha: Heat. Clippers, Lakers e Bucks já estão com rotações bem montadas, enquanto o Rockets provavelmente só poderia pegá-lo se fosse dispensado. Memphis não deve fazer isso. Miami já está surpreendendo muita gente, poderia utilizar mais um reforço provado nas alas e tem contratos altos para mandar em uma hipotética troca (James Johnson?).
Ricardo Stabolito Jr.: Rockets. Os texanos realmente precisam de reforços nas alas, estão estudando o mercado nesse sentido e Iguodala atenderia o perfil que o time sempre busca: provado, versátil e disposto defensivamente. Com a mão calibrada para espaçar a quadra, ele é uma peça para ajeitar rotações de Houston.
5. Qual seria o destino ideal para Kevin Love?
Gustavo Lima: Heat. A equipe já faz uma ótima temporada, mas pode melhorar o elenco. Um jogador de categoria que espaça a quadra, pega rebotes e joga com alta inteligência como Love cairia como uma luva no sistema de jogo de Erik Spoelstra. E olha que Miami até tem moedas de troca interessantes para uma eventual oferta ao Cavaliers…
Vagner Vargas: Nets. Embora Love não dê tantos sinais de que ainda pode ser aquele astro de anos atrás – reboteiro excelente, ótimo finalizador –, Brooklyn ganharia muito com a sua presença no lado ofensivo por ser outro jogador de garrafão que espaça a quadra. Seria uma aventura interessante tanto para o ala-pivô, quanto para a franquia.
Eduardo Ribeiro: Blazers. Especula-se que Portland é o destino favorito de Love e o time ainda tenta recuperar-se de um começo de temporada ruim, podendo utilizar um atleta de suas características para “ajeitar-se”. É verdade que o contrato pesado dificulta uma troca, mas seria bom para todos os lados. Certeza é que sua permanência em Cleveland não faz mais nenhum sentido.
André Rocha: Nuggets. Love pode até preferir jogar em Portland, mas imaginem o ala-pivô espaçando a quadra e recebendo passes de Nikola Jokic! Uma troca pelo contrato expirante de Paul Millsap e escolhas protegidas de primeira rodada de draft fazem bastante sentido para mim.
Ricardo Stabolito Jr.: Heat. Ala-pivô é a posição “cega” do elenco de Miami, com Erik Spoelstra escalando meros pivôs arremessadores (Meyers Leonard, Kelly Olynyk) e jogadores baixos (Derrick Jones Jr., Justise Winslow) para supri-la com um mínimo de funcionalidade. Ofensivamente, Love traz tudo o que eles fazem com mais qualidade. E o Heat tem o sistema defensivo ajustado para comportar suas limitações.
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