Dentro de três semanas, a NBA vai parar e todos os principais atletas da liga estarão reunidos em Nova Orleans para o All Star Weekend. Os titulares do Jogo das Estrelas já foram definidos por votação popular, os reservas das duas conferências vão ser anunciados na próxima quinta-feira e os boatos sobre participantes das outras atrações dos três dias de festa já circulam nos bastidores. Para jogadores e/ou fãs, este é um momento de diversão e necessária pausa no ritmo frenético da temporada regular.
Aproveitando o anúncio dos titulares do Jogo das Estrelas, nós reunimos três integrantes do Jumper Brasil e o convidado João Henrique Olegário (do site do Ivan Zimmermann) para falar sobre a importância da partida festiva e a escolha dos atletas participantes do embate amistoso entre as duas conferências. E aí, quem merece e quem não merece estar em Nova Orleans em 16 de fevereiro? Nossa equipe opina…
1. Você tem algum problema com atletas contundidos (como Kobe) sendo selecionados pelo público, basicamente, por serem quem são?
Ricardo Stabolito Jr.: Não. O Jogo das Estrelas é um evento unicamente para o público que não tem influência alguma nos rumos da temporada em si. É uma celebração. Se os torcedores sentem-se bem levando um jogador que tem grandes chances de não jogar, ou entrar por uns cinco minutos para marcar presença, tudo bem. Não estão prejudicando nada ou ninguém.
Luiz Fernando Teixeira: Não. Se os titulares do Jogo das Estrelas são escolhidos por votação e eles são os mais “pedidos”, por que eu deveria me importar? Yao Ming foi titular por anos por causa da China e ninguém questionava. Se o público acha que um jogador machucado deve ser considerado uma das “estrelas” da temporada, que assim seja.
Gustavo Freitas: Não. É tudo uma questão de ponto de vista: Kobe pouco atuou na temporada, disse que não queria ser escolhido, mas qual é a graça de um jogo festivo sem ele? Não sei. Prefiro contar com os melhores, ainda que seja por cinco minutos.
João Henrique Olegário: Não. O jogo é das estrelas, não tem caráter competitivo. É uma festa para o público reunir seus jogadores favoritos. Sendo assim, nada mais justo que os maiores astros da liga estarem envolvidos no evento.
2. Se você pudesse substituir apenas um dos titulares escolhidos pelo público por outro jogador, quem seria e por quem?
Ricardo Stabolito Jr.: Kyrie Irving por John Wall. Eu não mudaria nada, na verdade, mas não vou ficar em cima do muro. Potencialmente, o armador do Wizards pode trazer tantas jogadas “plásticas” e vive melhor momento do que o jovem astro do Cavs.
Luiz Fernando Teixeira: Blake Griffin por LaMarcus Aldridge. O líder do Blazers está jogando muito mais bola do que o ala-pivô do Clippers na temporada e seu time caminha para fazer uma campanha histórica. Merecia muito mais.
Gustavo Freitas: Carmelo Anthony por um pivô de ofício – no caso, Roy Hibbert. E também, se pudesse, Blake Griffin por Dwight Howard. Sou saudosista e gosto de pivôs.
João Henrique Olegário: Kyrie Irving por John Wall. O meu time titular do Leste teria o armador do Wizards. Os números dos dois jogadores são parecidos, mas Wall vem conduzindo o Wizards a uma campanha de playoff – algo que Irving não consegue com o Cavaliers.
3. Verdadeiro ou falso: o Jogo das Estrelas precisa valer algo de importância na temporada (mando de quadra nas finais, por exemplo).
Ricardo Stabolito Jr.: Falso. Seria bom que valesse, mas injusto também. Mandos de quadra, por exemplo, devem ser merecidos pelas equipes ao longo da temporada e não pelo placar de uma partida com vários jogadores que nunca atuaram juntos. É algo importante demais para ser resolvido assim. Este não é o caminho.
Luiz Fernando Teixeira: Falso. O Jogo das Estrelas é um evento de confraternização dos jogadores e relaxamento da temporada. Se está chato de uns anos para cá, é porque todos os atletas são amigos fora de quadra e não existe rivalidade – diferentemente do que acontecia nas décadas de 1980 e 1990, quando os caras queriam se matar em quadra.
Gustavo Freitas: Verdadeiro. Eu sempre pensei que deveria ser como fazem na MLB, onde o time vencedor tem o mando de quadra nos playoffs. Imaginando que o Leste vença, por exemplo, seu campeão teria vantagem na decisão contra o “sobrevivente” do Oeste.
João Henrique Olegário: Falso. O jogo é um amistoso. É festa. Torná-lo mais atrativo não passa por colocar alguma vantagem na temporada em disputa. Há outras formas de gerar mais competitividade entre as equipes, como premiações ou até manter a sede do All Star Weekend na conferência vencedora.
4. Quem é o atleta que muitos acreditam ter vaga entre os reservas do Jogo das Estrelas, mas você acha que não será selecionado pelos técnicos?
Ricardo Stabolito Jr.: DeMarcus Cousins. Não entrando na esfera do merecimento ou não, o pivô do Sacramento Kings pode ter sido o grande prejudicado com a saída de Dwight Howard do quinteto inicial do Oeste na reta final da votação popular. Agora, a tendência é que todos os técnicos da conferência escolham o jogador do Rockets como pivô reserva.
Luiz Fernando Teixeira: Monta Ellis ou Dirk Nowitzki. Os dois estão se completando nesta temporada e o Dallas Mavericks vem colhendo os frutos da parceria em quadra. Mas ambos devem ficar de fora da festa.
Gustavo Freitas: Dirk Nowitzki. Eu acho que ele não entra, principalmente pela competição que há nas posições de ala-pivô e pivô. São muitos bons jogadores ali: Blake Griffin, Kevin Love, LaMarcus Aldridge, Dwight Howard e Tim Duncan. Não sei se tem espaço para o astro do Mavs agora.
João Henrique Olegário: Ricky Rubio é um nome bastante popular ao redor da liga e um dos favoritos do público, mas tem concorrência muito forte para estar entre os reservas. Praticamente certo que fica de fora da festa.
5. E quem é o jogador que você acredita merecer estar entre os reservas do Jogo das Estrelas, mas não acha que estará na lista dos treinadores?
Ricardo Stabolito Jr.: Ty Lawson. Ele é o motor, coração e alma de um Denver Nuggets que está até bem demais para o momento que vive – ainda em busca de uma identidade – e o material humano que possui. É o único atleta do elenco que você sabe o que vai te entregar todas as noites e, ao seu modo, vem dominando adversários jogo após jogo.
Luiz Fernando Teixeira: Goran Dragic. O esloveno tem sido o maestro do Phoenix Suns e conseguiu manter o nível da equipe mesmo após a lesão de Eric Bledsoe.
Gustavo Freitas: Paul Millsap. Mais ou menos, pelo mesmo problema que citei do Oeste: são muitos jogadores de qualidade da mesma posição e fica difícil encaixá-lo.
João Henrique Olegário: Joe Johnson. Eu penso que o ala-armador do Brooklyn Nets tem feito o suficiente para estar, pelo menos, entre os reservas do Leste. No entanto, não tenho certeza se ele será lembrado pelos treinadores.
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