Jumper Brasil discute – Extensões contratuais

Integrantes do site analisam os novos vínculos fechados pelos calouros da classe de 2010

Fonte: Integrantes do site analisam os novos vínculos fechados pelos calouros da classe de 2010

O último dia de outubro marcou também a data-limite para que times acertassem as extensões prévias dos contratos dos calouros da classe de 2010, evitando que testem o mercado como agentes livres em julho do ano que vem. Ao todo, seis jogadores elegíveis para negociações tiveram seus vínculos alongados nesta offseason. O número pode parecer pequeno, mas está dentro da média. Sete atletas receberam extensões prévias em 2012 e apenas cinco no ano anterior.

Com o prazo expirado, o Jumper Brasil convidou cinco de seus integrantes para analisar as extensões que foram assinadas nas últimas semanas. Quais foram os melhores negócios? Quem pode ter gastado demais? Nossa equipe opina.

 

Publicidade

1. Você daria um contrato de US$49 milhões (mais bônus de produtividade) para Derrick Favors, como fez o Utah Jazz?

Luiz Fernando Teixeira: Sim. Mas acho arriscado, já que ele não jogava muito como reserva de Paul Millsap e Al Jefferson. Favors demonstra potencial e, agora, com tempo de quadra, vai mostrar o que o Jazz conseguiu: uma barganha, salário decente ou se gastou dinheiro demais.

Publicidade

Kaio Kleinhans: Não, mas posso entender o motivo de terem concluído a negociação. Nós sabemos que ser um cara alto e talentoso na NBA rende muito dinheiro. Acredito que, se o Jazz não acertasse com Favors agora, alguma franquia ofereceria uns US$14 milhões no próximo ano e eles teriam que cobrir a proposta para não perdê-lo de graça.

Gustavo Lima: Não. Favors nunca havia sido titular na NBA até o início desta temporada e já vai receber mais de US$12 milhões por ano?  Ele tem potencial para ser um jogador de bom nível na NBA por muitos anos, mas o valor do contrato é exagerado.

Publicidade

Gustavo Freitas: Sim, pois o Jazz preparou Favors para ser um de seus melhores jogadores nos últimos anos. Agora, com as saídas de Jefferson e Millsap, o time sabe que os números do jovem vão crescer e o assédio seria grande em 2014. O salário é alto, fato, mas sua produção dentro de quadra deverá pagar o valor.

Ricardo Stabolito Jr.: Não, mas entendo por que o Jazz fez isso. Favors é titular neste ano e jogará muito tempo. No caso de um breakout year, alguém pode oferecer ainda mais dinheiro ao pivô e tudo ficaria mais caro. Mesmo assim, eu acho que correria o risco: US$8 milhões a mais é um custo aceitável para poder avaliar mais um ano no que vou investir tanto dinheiro.

Publicidade

 

2. Verdadeiro ou falso: o Kings acertou ao oferecer uma extensão máxima (US$62 milhões por quatro temporadas) a DeMarcus Cousins com um ano de antecedência?

Publicidade

Luiz Fernando Teixeira: Falso. Cousins é muito inconstante e não conseguiu fazer com que o Kings vencesse nem 30 partidas em uma temporada. Com este contrato, ele é capaz de tornar-se mais um típico caso de “too much, too soon” na NBA. Com o dinheiro garantido, o pivô pode pensar que não precisa mais se esforçar tanto em quadra.

Kaio Kleinhans: Falso. Por mais que Cousins tenha potencial de encher os olhos, trata-se de um jogador problemático e devem provar ainda mais na liga para receber um contrato tão valioso. Conhecemos exemplos de vínculos altos para esse tipo de atleta e, na maioria dos casos, a franquia dá um tiro no próprio pé ao tomar essa decisão.

Publicidade

Gustavo Lima: Verdadeiro. Cousins é o principal jogador do time. Possui tremendo potencial. Ainda é muito imaturo, mas o Kings acredita que pode melhorá-lo – dentro e fora de quadra. Assim como a franquia de Sacramento, ainda não o considero um caso perdido. Ele vale a aposta.

Gustavo Freitas: Bem, é difícil analisar qualquer coisa que o Kings faça. Pode ser que o time tenha dado o “pulo do gato”, pois todos sabem do talento que Cousins tem. Também pode ter sido uma besteira sem tamanho, por conta dos problemas que o pivô traz. É sempre um risco.

Publicidade

Ricardo Stabolito Jr.: Falso. Cousins é uma bomba-relógio que, mesmo sendo um talento natural, nunca conseguiu compensar os problemas que causa dentro e fora do vestiário com sua excelência técnica. Sou um fã do que pode fazer em quadra, mas nem cogitaria dar-lhe uma extensão prévia. É um risco desnecessário.

 

3. John Wall e Paul George foram os outros dois atletas do draft de 2010 a receber contratos máximos. Quem fez o melhor negócio: Wizards ou Pacers?

Publicidade

Luiz Fernando Teixeira: Pacers. George ganhou o último prêmio de jogador que mais evoluiu e tomou o posto de Danny Granger como “o cara” da franquia. Foi selecionado para o Jogo das Estrelas e entrou nos quintetos ideais de defesa em 2013. Já Wall lesionou-se na temporada passada, não mostra grande evolução desde que chegou à NBA e ainda não provou ser o líder que o Wizards precisa.

Kaio Kleinhans: Pacers. George é um jogador mais provado na NBA e esse contrato condiz com o jovem talento que o ala é. Já o Wizards resolveu pagar por talento. Wall tem potencial para ser um jogador de contrato máximo, mas ainda não é. Eu esperaria mais para concluir a negociação.

Publicidade

Gustavo Lima: Pacers. George é um dos melhores jogadores da NBA. Com 23 anos, ele já foi para o Jogo das Estrelas e é o maior talento de um time que brigará pelo título. Uma estrela em ascensão. Já Wall ainda não explodiu na liga.

Gustavo Freitas: Pacers, até porque o time pode querer negociar Granger ainda nesta temporada. Se isso acontecer, a equipe de Indiana dá um salto de qualidade para os próximos anos, mas também fica com a folha salarial engessada.

Publicidade

Ricardo Stabolito Jr.: Pacers. Os dirigentes de Indianápolis sabiam que George como um futuro agente livre poderia ser uma distração e agiram como um candidato ao título deve agir, garantindo a permanência de seu líder para o futuro. Wall pode ser um jogador com contrato máximo – no mercado, certamente seria –, mas seu histórico de lesões inspira cuidado.

 

4. Para você, quem cometeu o maior erro ao não garantir a permanência do seu (agora) futuro agente livre nesta offseason: Detroit Pistons com Greg Monroe, Phoenix Suns com Eric Bledsoe ou Utah Jazz com Gordon Hayward?

Publicidade

Luiz Fernando Teixeira: Jazz. Mas é complicado. O Pistons tem Drummond sob contrato de calouro e acaba de assinar com Josh Smith. O Suns está buscando remontar seu elenco via draft e já tem Dragic. Sobra Hayward: um ótimo jogador que pode formar um bom perímetro para o futuro do time com Alec Burks e Trey Burke. Ele deveria ter ganho um contrato.

Kaio Kleinhans: Pistons. Monroe já provou ser um jogador de alto nível em uma posição que paga contratos caros. Algum time deverá oferecer muito dinheiro ao pivô e o GM do Pistons terá que cobrir uma oferta maior do que poderia ter acertado agora. É o mesmo caso de Derrick Favors, mas Monroe deu mais provas de que merece um contrato mais cedo.

Publicidade

Gustavo Lima: Nenhum deles errou, já que os três atletas serão agentes livres restritos. Monroe é um dos melhores pivôs jovens da NBA, mas o Pistons quer ver como será seu desempenho com Josh Smith e Andre Drummond. O Suns foi prudente, já que é muito difícil valorar o contrato de um atleta que se tornará titular apenas nesta temporada. Já Hayward teria pedido um valor muito alto para estender o contrato.

Gustavo Freitas: Jazz, acho. Monroe me parece “carta fora do baralho” em Detroit e Bledsoe ainda é uma aposta (mesmo que tenha tudo para ser certa). O titular de Utah é um jogador completo e tecnicamente muito bom. Como a equipe fechou com Favors por quatro anos, aparentemente, a direção quis segurar um pouco. Isso pode significar a perda de um atleta de muito futuro.

Publicidade

Ricardo Stabolito Jr.: Suns. No esperado período de agência livre de 2014, Bledsoe deverá ser (com sobras) o melhor armador disponível. Ou seja, se alguém quiser contratar um atleta da posição um, ele é o alvo instantâneo do mercado. As chances dos dirigentes do Arizona terem que cobrir um contrato máximo aqui parece bem considerável.

 

5. No fim das contas, seis jogadores da classe de 2010 tiveram seus contratos estendidos – além dos quatro já citados, Larry Sanders (Bucks) e Quincy Pondexter (Grizzlies). Das seis equipes envolvidas, quem saiu com o melhor custo-benefício?

Publicidade

Luiz Fernando Teixeira: Bucks. Se Sanders continuar na evolução que vem tendo, será um dos melhores defensores da liga pela próxima década. Tê-lo sob contrato agora vai ser ótimo para o futuro da franquia, mesmo que, eventualmente, como moeda de troca.

Kaio Kleinhans: Bucks. O time de Milwaukee sempre tem que pagar bem mais do que os jogadores valem porque ninguém quer jogar lá. No caso de Sanders, eles pagaram exatamente o que o pivô vale pelos padrões da NBA hoje em dia. Acho que foi um bom negócio.

Publicidade

Gustavo Lima: Pacers. Paul George já mostrou que é o melhor jogador da classe de 2010. Dos citados, ele é o único com chances de liderar uma equipe ao título da NBA em um futuro próximo.

Gustavo Freitas: Jazz. Mesmo com o risco de perder Hayward ao fim da temporada, a permanência de Favors é vital para o sucesso futuro da equipe. Com o retorno de Trey Burke, Utah será um dos times mais interessantes de se assistir. Se der tudo certo, eles formam um núcleo extremamente talentoso para o futuro próximo.

Publicidade

Ricardo Stabolito Jr.: Pacers e Bucks. Indiana fez o que espero de um candidato ao título: eliminou distrações e cuidou do seu astro. George receberia o máximo, de qualquer forma. Milwaukee garantiu a permanência do atleta que acredito ter sido o melhor defensor da última temporada por um valor bem razoável, visto o mercado de pivôs da liga. Bons negócios.

[polldaddy poll=7542042]

Últimas Notícias

Comentários