Jovem Jazz quer ir longe na temporada

Ricardo Romanelli aponta as virtudes do time de Salt Lake City

Fonte: Ricardo Romanelli aponta as virtudes do time de Salt Lake City

Antes da temporada, todos esperavam mais ou menos a mesma coisa para a conferência Oeste. Golden State Warriors, San Antonio Spurs e Los Angeles Clippers estariam no topo. Houston Rockets, Oklahoma City Thunder, Memphis Grizzlies e Portland Trail Blazers fariam campanhas relativamente tranquilas, enquanto que Dallas Mavericks, Los Angeles Lakers, Minnesota Timberwolves e Utah Jazz brigariam pela última vaga.

O Mavericks afundou logo no começo, vítima de diversas lesões. O Lakers, após um bom início e algumas vitórias surpreendentes, sentiu a inexperiência de seu jovem elenco. O Timberwolves ainda é uma situação enigmática. As jovens estrelas subiram de produção (três atletas possuem médias acima de 20 pontos por partida), e o técnico Tom Thibodeau deu um padrão coeso à equipe. Mesmo assim, o time patina com aproveitamento abaixo de 30% e a antepenúltima colocação do Oeste.

Destes, sobrou o Utah Jazz. Por vários motivos, era talvez o time menos badalado do grupo. Apesar disso, é o que vem fazendo a melhor campanha, e como! O Jazz ocupa, atualmente, a sexta colocação do Oeste, à frente de Thunder e Blazers na briga pelos playoffs.

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A equipe vem construindo um sólido projeto há alguns anos. Do quinteto titular, apenas um atleta tem idade de veterano: o armador George Hill, que aos 30 anos vem fazendo aquela que possivelmente é a melhor temporada de sua carreira. Gordon Hayward (26), Derrick Favors (25), Rudy Gobert (24) e Rodney Hood (24) são todos jovens jogadores, que vem melhorando ano após ano. Com exceção de Favors, todos também fazem as melhores campanhas da carreira.

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Hayward merece, inclusive, uma vaga no All-Star Game deste ano. Não sei se vai conseguir por jogar num mercado pequeno e pela forte concorrência na conferência, mas com certeza mereceria um lugar no time. Gobert também vem se firmando como um dos melhores pivôs da liga, especialmente no lado defensivo. No banco, boas peças como os veteranos Joe Johnson e Boris Diaw, além do bom prospecto Dante Exum. O comandante desta equipe, Quinn Snyder, prega um estilo de jogo baseado no tradicional sistema Motion, onde movimento constante da bola e jogadores criam um ritmo certeiro para a equipe que domina este padrão de jogo. Depois de bons trabalhos como assistente, Snyder finalmente se tornou técnico principal de uma equipe ao assumir o Jazz em 2014, e não desapontou.

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Desde os anos 90, quando o Jazz teve a melhor fase de sua história embalado pelos inigualáveis Karl Malone e John Stockton, acredito que a franquia não tenha conseguido montar um núcleo tão bom e ainda com tanto potencial para crescimento. Nem mesmo aquele time dos anos 2000, com Andrei Kirilenko, Deron Williams e Carlos Boozer intrigava tanto fãs do Jazz e executivos rivais como esta equipe.

O Spurs envelhece a cada ano, e já perdeu Tim Duncan para a aposentadoria, mesmo caminho que parece trilhar o Memphis Grizzlies. O Clippers parece em final de ciclo, e um desmonte se aproxima caso o time não ganhe nada. Thunder e Rockets são times de um homem só, com futuro incerto caso não consigam montar elenco. A mesma incerteza paira sobre o Blazers.

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Com certeza o Utah Jazz é um dos times mais prontos para o futuro na conferência Oeste. A equipe deve ter um ciclo de pelo menos cinco anos com aparições em playoffs e boas campanhas na conferência, o que pode atrair mais jogadores para o elenco. Com uma diretoria e comissão técnica competentes, o futuro parece excelente para o Jazz.

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