O início da carreira de Jonathon Simmons já é uma história para ilustrar mensagens motivacionais. O ala estava quase desistindo do basquete e decidiu, em uma última chance, pagar US$150 para participar de uma “peneira” da franquia afiliada do San Antonio Spurs na liga do desenvolvimento. Ele foi aprovado – e nunca mais olhou para trás. Foi uma trajetória de quatro anos com o time texano, mas que ele sentiu a necessidade de encerrar na offseason passada.
“Eu acho que tive problemas no sistema de San Antonio por falta de sequência, por entrar e sair da rotação constantemente. Gregg [Popovich, treinador] sempre quis aproveitar-me com bastante calma e, de certa forma, também foi ótimo para mim porque pude aprender muito. Mas eu precisava ir embora agora, pois era hora de libertar o animal dentro de mim”, contou o jogador de 28 anos, em entrevista ao site oficial da NBA.
A dívida de gratidão de Simmons com o Spurs vai ser eterna, mas o passo à frente que sua carreira pedia levou-o para o Orlando Magic. Depois de duas semanas de agência livre, ele quebrou a expectativa de vários candidatos ao título ao firmar um contrato de US$20 milhões por três temporadas com a equipe da Flórida. O atleta ainda lembra da última (e compreensiva) conversa que teve com Popovich.
“Eu expliquei para Gregg que desejava um papel maior e não poderia atingir o mais alto nível, aquele que quero, em San Antonio. Para ser um dos melhores, eu tenho que encarar os melhores a cada noite. Ele compreendeu, cumprimentou-me e disse que, se precisasse de qualquer coisa, estaria lá para ajudar. Nós ainda temos uma ótima relação”, relembrou o ala.
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A amizade foi comprovada em um episódio engraçado ocorrido na última semana, quando Popovich quis fazer uma brincadeira com o ex-comandado antes do jogo entre as duas equipes e acabou “atacando” o ala-armador Terrence Ross, por engano.
Simmons não deixou de ser reserva no Magic, mas sua função na rotação tornou-se bem maior do que no Spurs. De “mero” especialista defensivo no Texas, ele passou a ser o sexto jogador da equipe da Flórida e mantém média de quase 17 pontos por partida nos seis primeiros jogos da temporada. Mais do que minutos ou números, o ala acredita ter ganhado a chance de ser si mesmo em Orlando.
“Eu precisava sentir-me simplesmente confortável para poder jogar basquete. Para não me preocupar com o fato de que, se cometesse um erro, iria para o banco de reservas novamente. Então, vir para Orlando ajudou-me muito. Sinto que extrai o melhor da oportunidade de ser agente livre. Estou feliz aqui”, celebrou Simmons, buscando voos mais altos em uma improvável carreira.
