O Chicago Bulls perdeu o segundo jogo da temporada desperdiçando uma atuação sensacional de Zach LaVine. O ala-armador marcou 51 pontos na derrota contra o Detroit Pistons e, assim, quebrou o seu recorde na carreira. Mas esse foi só mais um episódio da saga de um time que reuniu ótimos valores, mas não constrói uma unidade. O astro admite que a frustração já tomou conta do elenco.
“Todos estão frustrados aqui, pois o nosso jogo simplesmente não encaixa da forma como deveria. Mas, ao mesmo tempo, não podemos nos abalar. Essa é a situação e precisamos achar soluções. O time jogou bem quando Lonzo Ball estava saudável. Ele era grande parte da equipe, certamente. No entanto, já se passaram dois anos e temos que seguir em frente”, desabafou o pontuador, após o revés.
O Bulls realizou um alto investimento para formar um time competitivo nos últimos meses. Os astros DeMar DeRozan e Nikola Vucevic, por exemplo, chegaram como grandes reforços à Illinois. Todos foram referências em suas equipes anteriores. No entanto, os resultados do trio ainda são bem tímidos. Para LaVine, o encaixe difícil não é desculpa para o insucesso dentro de quadra.
“Nós já fomos a primeira opção ofensiva de times antes. Dividir responsabilidades é uma experiência diferente, mas temos que encontrar respostas. São só três jogos, então, naturalmente, nem tudo é perfeito. É duro quando você trabalha em algo e não consegue fazer funcionar. Não temos, no entanto, outra alternativa a não ser tentar mais”, refletiu o jogador de 28 anos.
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Individualismo
A reação natural, a princípio, é vincular os resultados ruins do Bulls a um suposto individualismo dos atletas. Mas DeRozan não acha que esse seja o foco para uma avaliação. O problema de Chicago, antes de qualquer coisa, está no coletivo. Dois anos podem até parecer um longo período, mas o time comandado por Billy Donovan ainda busca o seu caminho.
“Desde a lesão de Lonzo, a gente está em uma constante busca pelo que funciona. Há noites em que as individualidades aparecem, mas o nosso coletivo não anda. A gente ainda procura equilíbrio em todos os sentidos. Nós mostramos alguns sinais de bom basquete pontual, antes de tudo. Mas estamos longe da consistência que gostaríamos”, analisou o experiente ala-armador.
As narrativas em torno de egoísmo, aliás, são uma grande injustiça com os atletas para DeRozan. Ele admite que, em um primeiro momento, o elenco é uma reunião de diversos jogadores acostumados a atuarem com a bola nas mãos. Mas todos se dão bem e estão comprometidos com o sucesso da equipe. Não é um caso, então, de apontar o dedo para um ou outro culpado.
“Não existe nenhum jogador egoísta aqui, para começar. O problema é outro, pois ainda estamos tentando achar uma forma de deixar o jogo mais fácil uns para os outros. É frustrante porque já deveria ter sido resolvido. E nós até ‘forçamos’ as coisas, às vezes, por causa da vontade de fazer funcionar. Eu acho que vamos acertar, mas não é simples”, completou o veterano.
Mudanças
O jogo do Bulls precisa encaixar porque a continuidade do núcleo liderado por Zach LaVine depende disso. Sabe-se que a franquia estudou o valor de mercado de alguns jogadores durante a offseason. E, mais do que isso, uma nova campanha medíocre deve levar ao desmanche do elenco. Por isso, segundo o astro, esses jogadores lutam pelo direito de poderem seguir juntos.
“Desde o primeiro dia da pré-temporada, eu falo que essa é a temporada para dar resultados. É o nosso terceiro ano juntos, afinal, e sabemos como a NBA funciona. Todos se adoram dentro desse vestiário. DeMar tornou-se um dos meus melhores amigos, por exemplo. Mas temos que ter sucesso em quadra. Senão, tudo acaba aqui”, reconheceu o astro.
Um aspecto positivo das referências experientes do Bulls é a visão lúcida sobre o funcionamento da liga. Sabem, por isso, que a solução para as incertezas é uma: vencer. “Todos são profissionais e já jogamos nessa liga há alguns anos. Nikola já foi negociado, assim como DeMar e eu. A gente se importa uns com os outros, mas, no fim das contas, entendemos que isso é um negócio”, complementou.
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Todos juntos
O jogo de 51 pontos de Zach LaVine deveria representar uma vitória certa para o Bulls. Mas, como de costume, o resto da equipe de Chicago não acompanhou a grande noite de um jogador específico. Na verdade, ele anotou metade dos 102 pontos do time. O time planejava ter um ataque mais diluído nessa temporada, mas LaVine já não vê essa ideia como uma solução nesse momento.
“DeMar e eu começamos a temporada com menos volume, pois queríamos tentar um ataque mais distribuído. Deu certo nos amistosos de preparação, mas era só pré-temporada. Agora, nós dois tentamos agredir mais. Mas, no fim das contas, todos precisam andar juntos. E não pode ser só 50 pontos meus ou um quarto de 20 pontos de DeMar, por exemplo”, finalizou um incomodado LaVine.
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