A trajetória de Jimmy Butler até o estrelato na NBA foi bem diferente do roteiro da maioria dos craques da NBA. O novo reforço do Minnesota Timberwolves não tinha bolsa de estudos no ensino colegial, mas sempre foi reconhecido como um dos jogadores mais contestadores e obcecados pelos treinamentos por onde passou. Hoje, ele vê o empenho que tornou-o um astro como fator de antipatia junto a outros atletas.
“Sim, eu sou uma pessoa difícil. Sou confrontador. Esse embate é meu alimento e motivação. Mas nem todos são assim. Fred [Hoiberg, treinador do Chicago Bulls não tinha esse estilo e não há nada errado com isso. Não deveria exigir que todos fossem como eu, mas tem outro lado meu já pensa: ‘se trabalho assim, os outros também deveriam fazê-lo’”, afirmou o ala-armador, em longa entrevista ao site VICE.
Nos últimos anos, Butler entrou em choque com Hoiberg por seu estilo calmo de comando e parte do elenco pelo que diagnosticou como uma falta de empenho. As polêmicas, certamente, ajudaram o Bulls a decidir negociá-lo nesta offseason. Tudo passou por uma declarada mudança de postura do jogador, que disse estar tentando tornar-se um líder e crê não ter sido bem recebida pela franquia.
“Ninguém esperava que eu mudasse, mas mudei – e acredito que tenha sido para melhor. Estou marcando 20 pontos por partida hoje e é mais provável que custe vitórias ou derrotas. Agora, eu sou a diferença entre ganhar ou perder para meu time. Então, não dou a mínima para pressão. Melhorei porque quero vencer e fazer a diferença”, cravou o titular, sem sinais de mudança chegando ao novo time.
Butler foi trazido para Minnesota pelo seu ex-técnico em Chicago, Tom Thibodeau, com a mentalidade sempre aguerrida em mente. O atleta de 28 anos deverá servir como exemplo para um grupo muito jovem que ainda precisa colocar em prática a filosofia do treinador em quadra. Tudo que o ala-armador espera ver no Twolves é um elenco sem comodismos, disposto a ser tão competitivo quanto pode.
“Algumas pessoas estão satisfeitas em terem sido draftadas. Outras em atuar dois, quatro ou seis anos na liga. Há quem sinta-se ok em fazer uma cesta por partida. Eu não consigo ser assim. Quero que todos trabalhem tão duro quanto eu – e, em minha cabeça, quem não o faz está errado. Por que não buscar seu melhor como eu? Não estarei satisfeito enquanto não for campeão da NBA”, garantiu o astro.
Para conquistar o primeiro título da carreira – e da história do Timberwolves –, Butler terá que bater o tricampeão do Oeste e atual campeão da liga, o temido Golden State Warriors. Algo que acredita, sim, ser possível “Não gosto dessa coisa de ‘supertime’. Todos somos humanos. Eles são muito bons, mas não são super. Podem ser derrotados. Tudo gira em torno de quem estiver jogando o melhor basquete no momento certo”, concluiu.
