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Pelo amor dos meus filhinhos, o que é isso? Eu sabia que o Philadelphia 76ers tinha um time ruim para 2014-15 e, muito provavelmente, teria a pior campanha da liga. Eu só não tinha ideia que o nível fosse tão baixo quanto o campeonato Filipino. O Sixers fede, mas fede com força.
Perder por querer tem limite e a culpa não é de quem está em quadra. Na verdade, metade dos jogadores não deveria estar sequer na NBA e estou sendo bondoso. O problema tampouco é o técnico Brett Brown. Mas paciência, né?
A direção do Sixers fez de tudo para deixar o elenco podre e conseguiu. Primeiro, ainda na temporada passada, mandou Jrue Holiday para o New Orleans Pelicans pelo promissor Nerlens Noel. Depois, trocou Evan Turner e Spencer Hawes por absolutamente nada. Por fim, negociou o bom Thaddeus Young com o Minnesota Timberwolves e recebeu atletas obscuros ou apenas esforçados, como Luc Mbah a Moute.
Essa estratégia esdrúxula está estragando a bela história da franquia, três vezes campeã da NBA — o primeiro título veio ainda em 1954-55, quando o time era baseado em Syracuse. Nove anos depois, foi para Philadelphia, onde conquistou de forma brilhante os campeonatos de 1966-67 e 1982-83.
Quando comecei a acompanhar a NBA, o Sixers tinha ali um tal de Charles Barkley e, posteriormente, contou com caras como Jerry Stackhouse, Dikembe Mutombo e Allen Iverson. Porém, o que acontece hoje é vergonhoso.
O Sixers entrou na noite de quinta-feira sem vencer nenhuma das sete partidas disputadas. Mas não eram jogos com vantagens tão dilatadas para os seus adversários. De fato, teve embates interessantes, como fora contra o Houston Rockets, o Orlando Magic,e o Chicago Bulls, quando perdeu por pequenas margens de diferença. Mas ontem, eu quis acompanhar a estreia de Michael Carter-Williams, eleito o melhor calouro de 2013-14.
Eu já esperava a vitória do fortíssimo Dallas Mavericks, que, jogando em casa, não teria grande trabalho para superar uma equipe apenas ruim. Em um determinado momento, o Mavs liderava por incríveis 54 a 14 — placar que não me lembro de ver em lugar algum, exceto no NBA 2K. Ao fim do primeiro tempo, a pancada já estava em 73 a 29. O resultado final foi uma lavada de 123 a 70. O Mavericks poderia fazer todo o segundo tempo sem pontuar e mesmo assim venceria. Uma lástima.
A NBA até tentou fazer algo para mudar esse tipo de situação. Em outubro, donos de equipes se reuniram em Nova York para discutir uma alteração nas regras na busca para evitar com que times perdessem intencionalmente. A ideia consistia em ter um novo sistema de loteria no draft. Eram necessários 23 dos 30 votos e tudo estaria resolvido. Acontece que apenas 17 estavam a favor e a coisa parou por ali.
Não é possível que nada possa ser feito. Sinceramente, acredito que o Sixers vai brigar com ele mesmo para ter a pior campanha da história. Em 1972-73, venceu apenas nove dos 82 jogos, mas teve um aproveitamento melhor que o Charlotte Hornets de 2011-12 por conta do locaute.
Philadelphia tem até agora a terceira pior bilheteria da liga e a diretoria faz de tudo para não gastar dinheiro. Não por menos, é o time com a menor folha salarial na NBA, com cerca de US$ 37 milhões — bem longe dos US$ 63 milhões do teto.
Sim, existem esperanças em jogadores como K.J. McDaniels, Tony Wroten, Joel Embiid, Carter-Williams e Noel. Mas será que esse papo de perder de propósito vai acabar imediatamente? Temo que não. Ruim para o Sixers, para os atletas, e para o fã, que nem sabe exatamente pelo que torce.