Indiana Pacers e Rick Carlisle: palmas e puxão de orelha

Antes de fazer jogos duros contra Celtics, time eliminou Milwaukee Bucks e New York Knicks

Indiana Pacers Rick Carlisle Fonte: Reprodução / X

Vamos deixar claro aqui: o Indiana Pacers chegou às finais de conferência por méritos do elenco e do trabalho de Rick Carlisle. Superou adversidades, foi como o “azarão” contra o melhor time da NBA e o encarou como se fosse outro jogo da temporada regular. Por isso, palmas. No entanto, é muito louco pensar que o Pacers poderia estar vivo na série e, no mínimo, empatando em 2 a 2. Daí, o puxão de orelha.

É fato que o Indiana Pacers foi o time que mais deu trabalho ao Celtics nos playoffs e “culpa” disso é de Rick Carlisle. Mas o experiente e já campeão da NBA falhou em alguns momentos cruciais. Seja em formações, na não utilização de alguns jogadores ou em pedidos de tempo. O Pacers teve a chance de “cometer o crime” e não o fez. Isso, em três das quatro partidas.

O roteiro foi exatamente o mesmo. Enquanto o Pacers via o Celtics fazendo inícios melhores e atacando sua fraca defesa, quando os reservas entravam, era um sufoco para Boston. Foi assim nas partidas 1, 3 e 4. Mas o time chegou ao último período desses três jogos e desperdiçou as chances.

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Claro que a defesa de Boston possui seus méritos. Não foi do nada que o Celtics teve a terceira melhor eficiência defensiva da temporada. Mas alguns erros de Indiana aconteceram por culpa do próprio Carlisle.

Ao não pedir tempo na última posse do quarto período, a resposição de bola aconteceu em sua quadra de defesa. Daí, restando 8.5 segundos, o Pacers errou a saída e Pascal Siakam tocou na bola, indo para a linha de fundo. Naquele momento, Indiana vencia por três.

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E nem preciso dizer que, pelas regras, caso Siakam não tocasse na bola, ela voltaria para o Pacers, né? Mas falta desconhecimento por parte dos jogadores.

De acordo com a regra 8, seção III, a posse volta para quem arremessou se não pegar em ninguém. Não é invenção. É regra.

Mas tudo isso poderia ser evitado caso Rick Carlisle tivesse pedido tempo. Ele assumiu a culpa por não colocar seus jogadores espalhados em toda a quadra. Então, não tem muito mais a falar sobre o assunto.

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Só que quando a bola foi para o Celtics, Jaylen Brown arremessou de três e o Pacers optou por não fazer falta. Deixou um jogador gelado na linha dos lances livres durante os playoffs arremessar sem contestação. O jogo foi para a prorrogação e Boston fez 1 a 0.

Mais chances?

Então, no terceiro jogo, já em Indiana, o Pacers liderava por 18 mesmo sem contar com Tyrese Haliburton. Era o momento de sair um pouco de suas características (o jogo corrido) e trabalhar a bola. Mas o que se viu foi um festival de erros e um time cascudo do outro lado voltando no placar e vencendo fora de casa. Aqui, cai no colo de Rick Carlisle imediatamente.

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Por fim, na partida que decidiu a série, Indiana liderava no último quarto por 94 a 85. Depois, quando restavam cerca de três minutos para o fim, o Pacers ainda vencia por 102 a 98. Desde então, foram quatro arremessos errados, dois turnovers e nenhum ponto.

Insistência com Myles Turner

É fato que Rick Carlisle tinha outras opções para o Indiana Pacers na série. Ainda mais quando Kristaps Porzingis estava fora. Sabendo que o seu oponente da posição já não é mais um jovem, o negócio era correr e atacar Al Horford. Por mais que Horford ainda seja um ótimo defensor, você tem que explorar a velocidade, algo que já é a principal característica da equipe.

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Era o momento de tirar Myles Turner, que estava com a cabeça no mundo da lua, e colocar Obi Toppin. Isso obrigaria o técnico Joe Mazzulla a tirar Horford de quadra. Foi o que aconteceu em muitos momentos, aliás. Então, se Jayson Tatum vai marcar Siakam, quem vai pegar Toppin?

Aí o mismatch.

Era bem nítido isso, mas Rick Carlisle insistiu com Turner mesmo assim.

Como um pivô daquele tamanho não pega rebotes?

Para ter uma ideia, o seu reserva, Isaiah Jackson, atuou pouco menos da metade do tempo de Turner: 11 minutos e 48 segundos. E ele pegou cinco rebotes e deu dois tocos, enquanto o seu plus / minus marcava +5. Turner, por outro lado, pegou quatro rebotes, entrou no último quarto com dois pontos e pedindo para levar outra falta técnica. Fez duas cestas do perímetro no começo do quarto período e acabou ali. Não fez mais nada.

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Erros infantis

Não só no jogo que decidiu a série, mas o Indiana Pacers cometeu muitos erros de ataque e o técnico Rick Carlisle não mudava o estilo de jogo de seu time. Não estou falando para mudar o jogo todo. Óbvio que não. Até porque foi isso que colocou o Pacers na decisão do Leste e fez jogos duros contra o Celtics. Mas em gastar tempo de posse de bola, jogar mais com Pascal Siakam perto do garrafão e fazer a defesa de Boston pensar.

Ficava previsível.

O Celtics possui muitos méritos por vencer um adversário tão duro, tão competitivo. Mas vamos combinar, né? O Pacers ajudou entregando duas ou três bolas nos últimos três minutos de cada jogo.

Isso faz parte da maturação de um time, que já não tinha o seu melhor jogador. Só que era o momento de Carlisle aparecer e fazer o Pacers cuidar melhor da bola.

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Futuro

Para a próxima temporada, Pascal Siakam é agente livre. No entanto, ele deve estender seu contrato. Por outro lado, Obi Toppin e Doug McDermott também estarão sem acordos. Mas em seus casos, o Indiana Pacers deveria deixar os dois irem embora.

Isso porque o time tem um jogador muito talentoso que praticamente não pisou em quadra, o jovem Jarace Walker. E Walker é um futuro All-Star. Ótimo nos dois lados da quadra, tem potencial para ser um cara para a franquia depositar suas fichas.

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Ganhou experiência na temporada regular, nos playoffs, mas na próxima campanha ele precisa ter espaço vindo do banco. E com minutos regulares na rotação.

A primeira coisa que o Pacers precisa fazer é trocar Myles Turner. Não é de hoje que batemos na tecla, pois ele oferece o que muito time quer: um pivô que arremesse de três.

Ele tem talento, sem dúvidas. Mas com o estilo de jogo de Rick Carlisle, ele simplesmente não tem o encaixe ideal. Não é rápido o suficiente, não é atento o bastante na defesa, apesar de dar tocos (mas não quer dizer bom defensor). E com um contrato expirante, o Pacers pode lucrar muito com a sua saída.

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TJ McConnell precisa ganhar uma extensão ou vai receber contratos muito melhores por aí. Ele tem um contrato não garantido de US$9.3 milhões para 2024/25. Então, o Pacers tem de olhar isso com carinho.

Andrew Nembhard e ele saem muito grandes. Enquanto McConnell provou ter evoluído em algumas questões (até o arremesso), Nembhard assumiu o protagonismo nos jogos sem Haliburton.

É só dar o próximo passo (e a gente sabe que Kevin Pritchard faz bons trabalhos) e o Pacers vai brigar na parte de cima do Leste.

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