Governo da Turquia intensifica caça a “terrorista” Enes Kanter Freedom

Ex-jogador da NBA, pivô é um dos homens mais procurados pelo regime autoritário de Recep Erdogan

Enes Kanter governo turquia Fonte: Vaughn Ridley/AFP

A perseguição do governo da Turquia a Enes Kanter Freedom alcançou um novo nível nos últimos dias. A cabeça do ex-pivô do Boston Celtics, afinal, parece estar oficialmente à prêmio no país. As pistas que possam levar a sua prisão, com isso, vão ser muito bem recompensadas. O regime de Recep Erdogan vai pagar US$500 mil por informações que levam à localização do jogador.

O atleta é, sobretudo, um dos críticos mais verbais do autoritário presidente do seu país natal. “Isso faz com que tudo seja muito perigoso para mim. Antes do prêmio, por exemplo, só a inteligência turca estava me perseguindo. Mas, agora, qualquer pessoa pode estar atrás de mim porque todos querem o dinheiro”, contou Kanter, em entrevista ao jornal New York Post.

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Kanter notabilizou-se, ao longo da carreira, por ser muito enfático sobre as suas posições. Uma delas, por fim, terminou por mudar a sua vida. Ele tornou-se um dos maiores críticos de Erdogan, chegando a chamá-lo de “Hitler dos nossos tempos”. O firme posicionamento levou-o a virar persona non grata no país e ser deserdado até pela própria família.

“Tudo o que eu digo consegue muita repercussão por causa da minha visibilidade. Então, obviamente, o governo me odeia. Eles já estão cansados, na verdade, da minha insistência em denunciá-los. E, por isso, acho que deram um basta. Estão fazendo tudo o que for possível, no fim das contas, para calarem a minha boca”, afirmou o atleta de 30 anos.

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Mais procurados

O governo da Turquia já colocou Enes Kanter Freedom na lista das pessoas mais procuradas do país. É uma relação cheia de defensores dos direitos humanos e, como resultado, críticos de Erdogan. Até mais pessoas anônimas ou bem poucas conhecidas do grande público estão nessa lista do que personalidades. Cada uma delas, na verdade, preocupa o pivô mais do que a sua própria vida.

“Eu estou protegido sete dias por semana e 24 horas por dia. Estou seguro. Então, preocupo-me com todas as outras tantas pessoas que estão na lista e não tem as minhas condições. Há tantos jornalistas, ativistas e esportistas que já não são tão conhecidos quanto eu, mas também são perseguidos. São alvos bem mais fáceis, que estão sozinhos por aí”, lamentou o veterano.

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Independentemente da perseguição governamental, Kanter é um alvo todos os dias nas redes sociais de apoiadores do presidente. Ele contou que recebe ameaças, por exemplo, de morte diárias pelo instagram. Nos últimos dias, uma pessoa chegou a dizer que havia contratado um assassino de aluguel para caçá-lo.

Boicote

Os ataques ao governo turco passam longe de ser a única polêmica em que Kanter envolveu-se. Ele também criticou o controle opressivo da China à Taiwan, enquanto a NBA tentava “apartar” a discussão aberta por Daryl Morey. O ex-jogador “pagou” por isso. Ele nunca mais conseguiu uma vaga na liga e credita a “aposentadoria forçada” à sua postura, mas prepara-se para dar o “troco”.

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“A NBA nunca vai admitir, mas eu acredito que fui boicotado. Tive várias conversas e todos dizem a mesma coisa. A minha carreira acabou por causa das críticas ao governo chinês. Essa liga é uma organização norte-americana, mas controlada pelos interesses da ditadura da China. Por isso, eu só estou esperando o momento certo para processá-los”, confirmou o experiente pivô.

 

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