Durante a semana, DeMarcus Cousins pediu uma nova chance na NBA, mas é possível cravar que, mesmo hoje, ele é melhor que 30 pivôs que estão sob contrato. É só passar pelos elencos que você vai identificar, pelo menos, um que não tem as mesmas qualidades dele. No entanto, vamos entender o que levou o jogador, de apenas 32 anos, estar sem time hoje.
Primeiro, é necessário exaltar sua carreira.
Quatro vezes All Star, Cousins era um pivô que fazia 25.2 pontos, 12.9 rebotes, 5.6 assistências, 1.6 roubo de bola e 1.6 bloqueio, além de um aproveitamento de 35.4% nos arremessos de três quando se machucou gravemente, em 2018. Ou seja, se ele não era o melhor jogador da posição, estaria entre os três principais.
Em um período de quatro anos, Cousins apareceu em dois times ideais da NBA, foi campeão mundial em 2014 e olímpico em 2016 pela seleção dos EUA. Então, sua contusão aconteceu quando ele estava na melhor fase da carreira.
Uma lástima.
Quinta escolha do Draft de 2010, o pivô entrou na NBA como um futuro astro e, de fato, foi.
Durante sete anos no Sacramento Kings, ele foi o cestinha em cinco, mas ainda liderou em rebotes desde a primeira campanha, mesmo com Samuel Dalembert por lá. Depois, fez dupla com Anthony Davis no New Orleans Pelicans, apesar de não conseguir classificação para os playoffs.
Então, a contusão no tendão de Aquiles.
Problemas de comportamento
Ninguém aqui está falando que ele é um santo ou algo parecido. DeMarcus Cousins sempre teve qualidade para estar entre os melhores pivôs da NBA, mas ele teve muitos problemas de comportamento por todos os anos. No Sacramento Kings, então, era uma discussão atrás da outra com colegas, membros da comissão técnica e, até com a diretoria.
Cousins foi suspenso em algumas oportunidades pela equipe californiana, mas na primeira chance que a equipe teve de punir o jogador, passaram o pano.
No dia 1° de janeiro de 2012, o então técnico Paul Westphal o mandou para Sacramento quando o time estava em New Orleans. O motivo? Cousins não estaria cumprindo as determinações do treinador e não tinha comprometimento em geral com seus colegas. Quatro dias depois, o Kings demitiu Westphal.
Tem noção do tamanho que Cousins ficou na queda de braço? Para o ego de uma pessoa comum, isso já faria muita diferença. Agora, imagine para um jogador com duas temporadas na NBA, que já era paparicado por ser, de fato, o grande nome do time para o futuro.
Então, em novembro daquele ano, Cousins se irritou com o ex-jogador Sean Elliott, comentarista das partidas do San Antonio Spurs. Como resultado, o pivô foi tirar satisfação com Elliott após a transmissão e a NBA o suspendeu por dois jogos.
No entanto, finalmente, a direção fez algo. Um mês depois do episódio com Ellliott, o Kings o afastou por problemas com o elenco. Durou dois dias, mas foi suficiente para ele começar a se enquadrar.
Isso não impediu, entretanto, de ele cometer 143 faltas técnicas durante a carreira.
Depois, DeMarcus Cousins começou a rodar na NBA
Durante muito tempo, eu ouvi que DeMarcus Cousins era jogador de temporada regular. Claro, amigão. Ele não foi para os playoffs antes de 2019. Aí, não tem como ser mesmo.
Após a saída do New Orleans Pelicans, o atleta assinou com o Golden State Warriors. Embora estivesse ainda em recuperação física, ele ainda tinha o status de astro. Mas no Warriors, com Stephen Curry, Kevin Durant, Klay Thompson e Draymond Green, era impossível Cousins ter números minimamente similares aos tempos de Sacramento Kings e Pelicans.
Na final contra o Toronto Raptors, ele não estava bem fisicamente, até pelo excesso de peso. Como resultado, várias contusões.
Mas veio a chance de jogar pelo Los Angeles Lakers, em 2019/20. Cousins estava visivelmente mais magro e em grande forma. A expectativa era a melhor possível, mas veio uma nova lesão, no joelho, que o tirou de toda aquela campanha.
Nas últimas duas temporadas, Cousins passou por quatro times: Houston Rockets, Los Angeles Clippers, Milwaukee Bucks e Denver Nuggets. No fim, ele sempre deixava as equipes ao fim dos acordos ou era dispensado.
Mas será que não tem espaço para ele?
DeMarcus Cousins é melhor que 30 pivôs na NBA
Vou apenas trazer alguns números para você entender.
Utilizando a métrica de estatísticas por 36 minutos, Cousins teve médias de 25.1 pontos, 12.8 rebotes e 5.3 assistências no ano em que se machucou. De novo, por 36 minutos. Mas tais números são bem similares aos que ele teve, de fato.
Então, vamos observar as duas últimas temporadas.
Pelo Houston Rockets, por 36 minutos (de novo), ele faria 17.1 pontos, 13.6 rebotes, 4.3 assistências, apesar de baixo aproveitamento nos arremessos. No Los Angeles Clippers, em 16 jogos, seus números seriam em torno de 21.6 pontos, 13.5 rebotes e 3.6 passes decisivos.
Depois, em 2021/22, Cousins atuou em 17 partidas pelo Milwaukee Bucks, com 19.3 pontos, 12.2 rebotes, mas 2.0 roubos de bola. Por fim, no Denver Nuggets (31 jogos), 23.1 pontos, 14.4 rebotes e 4.4 assistências sendo reserva do MVP Nikola Jokic.
Ué, são números realmente bons. Embora seu tempo de quadra nas quatro equipes tenha girado entre 13 e 17 minutos por jogo, ele foi eficiente.
É um pivô que produz imediatamente, que espaça a quadra, sabe passar, mas ainda pega rebotes ofensivos e defensivos. Portanto, qualidade ele ainda possui. O que não tem, mesmo, é oportunidade.
Basta olhar os elencos hoje e você vai perceber que ele é bem superior a caras como Luke Kornet, Day’Ron Sharpe, todos os pivôs do Charlotte Hornets, Andre Drummond, Robin Lopez, Dwight Powell, Derrick Favors, Bruno Fernando, Boban Marjanovic, Usman Garuba…
Só aqui, em ordem alfabética dos times, já encontramos 12.
Mas Cousins ainda é melhor que qualquer um do Oklahoma City Thunder, Los Angeles Lakers, Toronto Raptors (Pascal Siakam é obrigado a jogar ali), Utah Jazz e Washington Wizards (o mesmo acontece com Kristaps Porzingis).
Então, se for somar tudo, dá muito mais que 30.
Onde ele ainda teria espaço?
Seja para onde DeMarcus Cousins for, ele pode assinar um contrato de mínimo para veteranos. Ou seja, zero dificuldade em termos de salários. Mas em espaço mesmo, existem algumas possibilidades.
Se o Miami Heat quiser, por exemplo, Cousins pode ser aquele pivô para deixar Bam Adebayo jogar de ala-pivô que Erik Spoelstra tanto quer. No primeiro jogo da pré-temporada, ele utilizou Omer Yurtseven.
O Boston Celtics é uma equipe que poderia ter espaço para ele, especialmente pela lesão de Robert Williams. Assim como o Memphis Grizzlies, por Jaren Jackson Jr.
Que tal o Brooklyn Nets, que precisa de mais talento em outras posições? Ou o Charlotte Hornets, Toronto Raptors, Utah Jazz?
Inexplicavalmente, o Denver Nuggets não estendeu com ele e fechou com DeAndre Jordan.
Sério!
Estamos em 2022 e o Nuggets preferiu Jordan.
De qualquer forma, DeMarcus Cousins reclama por espaço na NBA porque sabe de seu talento para fazer parte de um grupo de pivôs. Nem precisa ser titular, pois ele precisa provar que mudou seu comportamento.
A temporada regular começa em cerca de dez dias. Ainda é possível sonhar com sua presença na liga.
Talento nunca é demais.
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