Finais podem não voltar para Miami

Para quem gosta de NBA, a final deste ano está sendo realizada entre as duas melhores equipes da temporada. Não pelo simples fato de terem batido seus oponentes nos playoffs, mas pelo que fizeram durante toda a fase regular, também. Miami Heat, que está em sua terceira final consecutiva, tem em LeBron James o seu […]

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Para quem gosta de NBA, a final deste ano está sendo realizada entre as duas melhores equipes da temporada. Não pelo simples fato de terem batido seus oponentes nos playoffs, mas pelo que fizeram durante toda a fase regular, também.

Miami Heat, que está em sua terceira final consecutiva, tem em LeBron James o seu melhor jogador, mas conta ao seu lado com atletas como Dwyane Wade e Chris Bosh. O problema é que, para o Heat conseguir seu segundo título, vai precisar mais de seus colegas, algo que não é novidade. 

Wade está tendo bons primeiros tempos nos últimos jogos. Só que depois, ele fica exausto. Quem identificou isso foi o ala-armador Danny Green, do San Antonio Spurs. O camisa 3 não consegue repetir sua boa performance na segunda etapa, muito pelas excessivas lesões que sofreu na carreira, e em especial, nas semanas que antecederam as finais.

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A questão de Bosh é um pouco mais complexa. Ele não quer brigar lá dentro do garrafão. Não que ele nunca tivesse essa alergia da área pintada, mas de uns tempos pra cá, o ala-pivô tornou-se um jogador de perímetro no ataque em diversas ocasiões, o que de certa forma favorece o estilo de jogo de Miami.

Com Bosh saindo do garrafão, os espaços começam a se abrir, pois o seu marcador terá de acompanhá-lo mais de perto. Assim, LeBron e Wade conseguem pontuar cada vez mais próximo da cesta.

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Só que do lado do Spurs, Tony Parker é quem explora essa mesma deficiência. Parker, que está na NBA há 11 temporadas, nunca foi um especialista nos arremessos de três pontos e sempre procurou, com auxílio de sua velocidade, a infiltração com arremessos curtos ou com bandejas. Isso sem contar com o fato de que ele pode exercer uma função mais coordenadora quando não conseguir pontuar tanto, como fizera na segunda partida da final do Oeste, contra o Memphis Grizzlies.

Tim Duncan não foi bem no segundo jogo. Ele mesmo admitiu. Mas para um jogador de tanta história e de capacidade técnica e física invejável aos 37 anos, ele reúne todas as condições de se superar nos próximos embates.

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Agora quem não me surpreende é um tal de Kawhi Leonard. Por mais que Green tenha igualado o recorde de Robert Horry em cestas de três pontos em uma final, Leonard é, na minha opinião, o fiel da balança.

Não por conta de seu jogo ofensivo, que de fato é bom, mas pelo que ele produz dentro de quadra. Esses números não aparecem em estatísticas individuais. Sua marcação em cima de LeBron é daquelas que você pode contar para os seus netos. 

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Leonard faz com que o seu oponente fique na miséria. Até aqui, nos dois primeiros jogos, ele fez com que os arremessos de James parassem de cair. LeBron converteu 42.4% de suas tentativas. Para se ter uma ideia, na série contra o Indiana Pacers, o camisa 6 acertou 51%.

Se Tiago Splitter ou Duncan precisam sair para marcar Bosh, quem faz a cobertura? Exato. Leonard é o cara. 

Durante o primeiro tempo do segundo jogo, LeBron não fez nenhuma cesta dentro do garrafão. A coisa só desandou quando o Spurs se perdeu nos últimos quatro minutos do terceiro período. Adivinha quem não estava em quadra nessa hora? Se você disse Leonard, bingo.

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Até aquele momento, o Spurs liderava por 62 a 61. Daquele momento em diante, o Heat anotou 14 pontos contra apenas três do Spurs, não só virando o placar, mas também abrindo dez pontos de vantagem para iniciar o último quarto. E o começo do quarto período não foi nada diferente. O Miami fez 16 pontos, contra dois de San Antonio, forçando ao técnico Gregg Popovich a jogar a toalha com quase oito minutos para serem jogados. Até Mario Chalmers apareceu, já que Wade se machucou de novo e pouco jogou na segunda etapa e ele assumiu a condição de segunda opção ofensiva.

Tudo bem. Eu entendo que Leonard não tem um substituto defensivo, que ele precisava de um descanso, e que Manu Ginobili já não é mais o mesmo. Mas estamos nas finais, amigos. Leonard não poderia sair de quadra, até porque ele é bastante jovem e teria condições de jogar por mais tempo. LeBron deitou e rolou sem ele por lá.

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E também teve, um pouco antes de Leonard sair, a substituição de Splitter por Boris Diaw. Quem tem medo de atacar uma cesta contra o Diaw de hoje na NBA? Duvido que alguém consiga citar cinco jogadores em toda a liga que tenham pavor do francês. Splitter, por mais que se critique, impõe muito mais respeito ali dentro do garrafão. Não vamos nos esquecer que no quarto jogo contra o Grizzlies, o brasileiro marcou, e muito bem, Marc Gasol e Zach Randolph, terminando com quatro bloqueios.

Com certeza Popovich já viu isso. Ele sabe que para conquistar o seu quinto título, vai precisar contar com os dois por mais tempo. Até porque, Pop entendeu que não é possível colocar Matt Bonner em quadra. Bonner dava um descanso para os jogadores de garrafão nas outras séries e trazia consigo seus arremessos de longa distância, mas aqui ele não se encaixa por conta de sua marcação digamos… pobre.

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Posso estar totalmente enganado, porém acho que, em casa, o Spurs não deve perder. Entretanto, se por acaso o Heat vencer o primeiro, o moral estará elevado o suficiente para triunfar novamente. Uma coisa leva a outra e aí a final não volta para Miami.

Eu quero que essa final tenha os sete jogos, claro. Quem ama basquete, quer isso.

Vejo hoje os dois melhores times da NBA em quadra. Um é bastante dependente de LeBron, e vez ou outra consegue se virar com a ajuda de algum coadjuvante. Foi assim com Udonis Haslem, Norris Cole, e agora, Chalmers. Mike Miller e Ray Allen podem aparecer mais nos próximos jogos. Chris Andersen usa toda a sua energia e consegue, eventualmente, mudar o panorama de uma partida com seus rebotes ofensivos e seus bloqueios. No entanto, do outro lado tem um conjunto com grandes jogadores e com peças importantíssimas. 

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Ainda acredito que o Spurs sai com o título, mas não ficarei nada surpreso se o Heat conseguir superar seus maiores problemas – leia-se: lesões de Wade – e ser campeão pela segunda vez consecutiva. O fato é que, pelo andar da carruagem, a chave está no terceiro jogo. Quem vencer, acho que vai ditar o restante da série.

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