O fim da temporada 2020 da WNBA ocorreu na última terça-feira (06), após o atropelo do Seattle Storm para cima do Las Vegas Aces. Vencendo a série por 3 a 0, a equipe de Sue Bird e Breanna Stewart conquistou o quarto título.
Após quase três meses de muito basquete feminino nos Estados Unidos, alguns questionamentos começam a surgir. O que acontece agora? O que as atletas da WNBA fazem na espera de uma nova temporada? Como elas se preparam?
A temporada 2020, não diferente das anteriores, porém de forma muito mais incisiva, foi palco de protestos contra preconceitos. A “Wubble” (WNBA + bubble – bolha) foi o principal local de voz para atletas e não atletas, servindo como uma ponte rumo às tentativas de combate e/ou conscientização em relação ao racismo, sexismo, homofobia, política, salários, entre outras situações. Assim, tivemos camisetas e outros “acessórios” com frases relacionadas aos assassinatos de Breonna Taylor, Sandra Bland, Atatiana Jefferson e Dominique Remy Fells, cobrando e lembrando a todos que devemos dizer os nomes delas até que a justiça seja feita. A frase Say Her Name, aliás, pipocou por toda a liga e foi o principal lema, seguido dos inúmeros pedidos de “Vote”.
Falando em política, aliás, as atletas da WNBA enfrentaram poucas e boas antes do início da temporada 2020. Isso porque a senadora conservadora Kelly Loeffler disparou inúmeras represálias às atitudes e posicionamentos das atletas, julgando como errado “misturar” esporte e política, e teve uma resposta inicial de Layshia Clarendon, do New York Liberty. O curioso é que a política tem uma parte nas ações do Atlanta Dream, o que culminou numa onda de mensagens contrárias a ela por parte das jogadoras, inclusive do time em questão. Com isso, e com a chegada das eleições nos Estados Unidos, uma nova onda de protestos se iniciou em relação à conscientização da importância do voto, visto que no país não é um exercício obrigatório.
E AGORA?
O título do Seattle Storm trouxe consigo o final de uma temporada incrível. Atletas em alto nível, recordes quebrados e atuações especiais, com o objetivo de celebrar o basquete feminino e lutar contra preconceitos, fizeram da temporada um momento marcante. Mas agora, o que as atletas irão fazer enquanto não estão jogando?
É muito comum que, durante a offseason, as atletas assinem contrato fora dos Estados Unidos. Diversas jogadoras da WNBA como Breanna Stewart, Diana Taurasi, Brittney Griner, Damiris Dantas, entre outras, acabam por optar por disputar ligas europeias (EuroLeague e EuroCup), asiáticas (Copa da Ásia) e até brasileira (LBF) para não apenas suprir o buraco deixado com o final da W, mas também por conta de salários e preparação física.
No entanto, o primeiro momento não demonstra mudanças ou opções significativas, mesmo que elas estejam em prática. Se, nas modalidades masculinas de primeiro nível, a offseason supre qualquer despesa ou não enfrenta problemas financeiros, visto que um atleta em contrato de novato pode ganhar de US$838,4 mil (2019) a cerca de US$5,5 milhões por ano, nas modalidades femininas isso não ocorre. A atleta mais bem paga atualmente, na WNBA, é DeWanna Bonner, com um salário de cerca de US$100 mil. Em 2020, a comissária da liga, Cathy Engelbert, anunciou algumas mudanças nesse quesito, mas a igualdade é ainda extremamente utópica. De US$117,5 mil, o salário máximo foi para US$215 mil. Somando prêmios, bônus, publicidade e outras situações, algumas jogadoras poderão ganhar cerca de US$500 mil. O teto salarial das equipes foi de US$996,1 mil para US$1,3 milhão. Esses números são baixos e acabam por ser o principal motivo para viajarem.
Com isso, há o perigo de lesões, pois algumas atletas chegam a atuar por várias equipes em locais diferentes. Algumas acabam perdendo não só a temporada com as “novas” equipes como também são impedidas de jogar nos Estados Unidos. Alguns times, inclusive, até oferecem salários “absurdos” para manter atletas quando a temporada da WNBA está próxima. Assim, fica complicado preparar e manter o físico em dia, causando prejuízos para ambas partes.
Os fatores, apesar disso, não colaboram positivamente com a ideia de permanecer nos Estados Unidos. O que nos resta é apoiar e acompanhar como for possível, visto que alguns campeonatos têm transmissão internacional. Inclusive, há diversas brasileiras atuando no exterior enquanto a temporada da Liga de Basquete Feminino (LBF) não tem início. O Campeonato Português, por exemplo, conta com Rapha Monteiro e tem transmissão pelo site da Federação Portuguesa da Basquete.
POR ONDE AS ATLETAS DA WNBA ESTARÃO?
A EuroLiga feminina tem previsão de início para o próximo dia 28 de outubro. Confira os grupos.
Here are the new groups for the upcoming #EuroLeagueWomen season! Each of the Regular Season groups will be played in two separate hubs in single venues with each club playing three games per hub, amounting to six Regular Season games. 🔗 https://t.co/LuGhaWaBGW pic.twitter.com/X9QH5viLjF
Publicidade— EuroLeague Women (@EuroLeagueWomen) September 17, 2020
A EuroCup feminina tem previsão de início para o dia 09 de dezembro. Confira os grupos.
The field for the upcoming #EuroCupWomen season is set ✅
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— EuroCup Women (@EuroCupWomen) August 17, 2020
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