A NBA começou o ano de 2020 com uma notícia triste e luto geral. O ex-comissário David Stern faleceu na tarde dessa quarta-feira, em decorrência de complicações de um derrame cerebral sofrido há cerca de três semanas. O lendário executivo, que esteve à frente das operações da liga por três décadas (entre 1984 e 2014), tinha 77 anos de idade.
“Por causa de David, nossa liga é uma marca verdadeiramente global – o que faz dele não apenas um dos maiores dirigentes esportivos de todos os tempos, mas também um dos líderes mais influentes nos negócios de sua geração. Todos os membros da família da NBA foram beneficiados por sua visão, generosidade e inspiração”, exaltou o atual comissário, Adam Silver, em nota oficial.
Stern deu entrada em um hospital de Nova Iorque no último dia 12, depois de ter sido socorrido por conta de um mal súbito durante um almoço de negócios. O ex-dirigente passou por cirurgia de emergência para estancar hemorragia cerebral e, embora o procedimento tivesse sido pontualmente bem-sucedido, ele nunca sairia mais da unidade de terapia intensiva (UTI).
“Sem David, a NBA não seria o que é hoje. Ele guiou a liga por tempos turbulentos e transformou-a em um fenômeno internacional, criando oportunidades que poucos poderiam imaginar. Sua visão e liderança proporcionou o palco global que permitiu-me ser o sucesso que sou. Não estaria aqui se não fosse por David”, lamentou o ídolo Michael Jordan, dono do Charlotte Hornets.
Stern foi considerado, ao longo de suas três décadas como comissário, o principal responsável pela globalização da NBA e “revolucionou” os negócios envolvendo a liga. Ao mesmo tempo, ele também incentivou a ação de todas as equipes como organizações transformadoras comunitárias. Para Magic Johnson, essa faceta do seu trabalho elevou o executivo à categoria de um grande amigo.
“David escreveu a história da NBA. Quando anunciei que era soro positivo, pessoas achavam que poderiam pegar o vírus HIV apertando a minha mão. Nós mudamos o mundo quando ele permitiu que eu disputasse o Jogo das Estrelas de 1992 e fizesse parte do Dream Team. Ele foi um grande marido, pai, amigo e homem, que amei e respeitei”, exaltou o ex-armador do Los Angeles Lakers.
Sob a gestão de Stern, a NBA ganhou sete novos times, realocou seis equipes e viu seu valor aumentar em mais de US$5 bilhões. O visionário executivo ajudou a por fim na imagem marginalizada que a liga carregava nos anos 1970 e implementou políticas como o teto salarial, os exames antidoping e o código de vestimenta. Por suas contribuições, ele foi eleito para o Hall da Fama em 2014.