Por Ricardo Romanelli
Na hora certa
Heat e Pacers foram duas das equipes que mais receberam críticas ao término da temporada regular. Enquanto os principais postulantes ao título no Oeste, Thunder e Spurs, tiveram finais de campanha tranquilos, as duas maiores forças do Leste encontraram dificuldades para encaixar boas sequências. Miami espantou a zebra ao “varrer” o Bobcats na primeira rodada e, agora, possui liderança tranquila sobre o Nets. É verdade que o Pacers teve que “suar” para passar pelo Atlanta Hawks na fase inicial, mas, agora, faz uma série sem sustos contra o Wizards e pode garantir vaga nas finais de conferência já nesta terça-feira.
No começo da temporada, uma decisão do Leste entre Pacers e Heat parecia tão certa quanto emocionante. Bom para nós, que acompanhamos a NBA, que isso deve se concretizar e os dois melhores estarão frente a frente.
Indefinição no Oeste
Enquanto isso, no outro lado dos playoffs, nós temos alguma imprevisibilidade. O Spurs destoa: tem uma confortável liderança sobre o Blazers e tem jogado muito melhor do que o adversário até aqui. Apenas uma grande e bem improvável virada parece capaz de tirar a equipe texana de outra final de conferência.
O outro duelo é o que impressiona mais, pois Thunder e Clippers fazem uma série emocionante e aberta. As equipes possuem enorme vigor físico e capacidade de pontuação, o que transforma as partidas em verdadeiros tiroteios em campo aberto. São jogos agradáveis aos telespectadores.
A nova geração
Fora das quadras, o mercado de treinadores vem movimentando a NBA: Golden State Warriors (Mark Jackson, foto, saiu do comando), New York Knicks, Los Angeles Lakers, Cleveland Cavaliers, Minnesota Timberwolves e Utah Jazz estão atrás de novos comandantes. O fator intrigante da situação é que os nomes especulados são, em sua maioria, de técnicos com pouca ou nenhuma experiência na liga. Profissionais universitários também têm sido frequentemente mencionados.
O perfil de técnico de sucesso na NBA mudou muito nos últimos anos. Se, antes, era necessário apenas um bom motivador com conhecimento tático clássico para triunfar na liga, agora os treinadores precisam ir além. Eles devem saber fazer, por exemplo, uma leitura estatística do jogo e trabalhos de vídeo com os jogadores. São novas demandas que fazem nomes antigos perderem cada vez mais espaço na NBA, abrindo caminho para treinadores da nova geração – mais novos e que, desde cedo, se prepararam para o cargo.
Isso é bom para o basquete e para a liga, diferente do que se pode imaginar. Um processo perfeitamente natural e necessário num processo de renovação do esporte.