Confesso que minha primeira reação quando soube que NBA ia realizar um jogo em que os atletas usariam apelidos nas costas das camisas ao invés dos seus sobrenomes foi de descrença. “Ah não, David Stern não vai permitir isso pra valer”, mas eu estava errado, no fim das contas.
Quando foi divulgado que o primeiro jogo em questão seria entre Miami Heat e Brooklyn Nets, ficou claro que a principal intenção era vender as tais camisas com apelidos ao invés de nomes, e também inflar um pouco o ego dos próprios atletas. Agora… sinceramente, eu acho que não deveriam ser todos os integrantes dos times que deveriam usar os apelidos nas camisas.
Caras como Paul Pierce (The Truth), Kevin Garnett (Big Ticket) e Ray Allen (Jesus Shuttlesworth) tem moral dentro da liga, e os fãs os conhecem tanto pelos seus apelidos quanto por seus nomes reais. LeBron James (King James), por exemplo, é conhecido dessa forma desde o High School.
Agora, qual é a empatia que eu deveria ter em ver Norris Cole jogando com uma camisa com “Cole Train” nas costas? Quem chama ele assim? Você vê na TV um cara com “Moneymase” e se pergunta quem é esse cidadão, já que nunca ouviu falar em um jogador com esse apelido na liga – por sinal, esse é Roger Mason.
Foi muito legal ver Chris Andersen jogando como “Birdman”, assim como Joe Johnson como “JJ” e Jason Terry (JET), mas Mirza Teletovic (MT3)? Mason Plumlee (Plums)? Michael Beasley (B Easy)? Não, obrigado.
Dessa forma, eu acho que se, em um futuro hipotético, a NBA permitir que jogadores de todas as franquias usem apelidos nas camisas, apenas duas restrições deveriam ser feitas: apenas veteranos com mais de 10 anos na liga e que tenham apelidos dados ou pela imprensa ou por outros jogadores podem usar suas alcunhas nas camisas.
Dessa forma, não teríamos que aturar Rashard Lewis e seu “Sweet Lew”, por exemplo. Na transmissão americana, o próprio Jeff Van Gundy comentou que “ninguém chama ele assim, absolutamente ninguém. Ele pôs esse nome esperando que pegasse, eu acho”. Eu concordo com ele.
A NBA venderia muitas camisas se começasse a estampar “The Matrix”, “Mr. Big Shot”, “Vinsanity”, “The Big Fundamental” ou “Wild Thing”. Mas jogadores sem expressão e/ou que começaram a jogar agora? Não acho que poderiam fazer isso.
Em tempo: o caso de Nenê é diferente. Apesar de sempre ter sido chamado aqui no Brasil por seu apelido, ele usou seu sobrenome – “Hilário” – em sua primeira temporada com o Denver Nuggets. Só quando ele mudou o nome na justiça para “Nenê” é que pôde usá-lo na camisa. A nota que a franquia divulgou na época está online até hoje.
Você acha que todos os jogadores poderiam escolher usar os apelidos nas camisas?
—
Aqui, a lista dos jogadores de Heat e Nets, e seus apelidos.
Miami Heat
Ray Allen | J. Shuttlesworth
Chris Andersen | Birdman
Joel Anthony | Doc
Shane Battier | Battle
Michael Beasley | B Easy
Chris Bosh | CB
Mario Chalmers | Rio
Norris Cole | Cole Train
Udonis Haslem | UD
LeBron James | King James
James Jones | JJ
Rashard Lewis | Sweet Lew
Roger Mason, Jr. | Moneymase
Greg Oden | G.O.
Dwyane Wade | D. Wade
Brooklyn Nets
Andray Blatche | Dray Live
Andrei Kirilenko | Кириленко
Alan Anderson | Double
Brook Lopez | Brooklyn
Deron Williams | D-Will
Jason Terry | JET
Joe Johnson | JJ
Kevin Garnett | Big Ticket
Mason Plumlee | Plums
Mirza Teletovic | MT3
Paul Pierce | Truth
Reggie Evans | Joker
Shaun Livingston | S Dot
Tornike Shengelia | Tokomotiv
Tyshawn Taylor | Tee_Y