Eles são muitos

Há algum tempo eu acompanho o Denver Nuggets mais de perto. Tenho visto mais jogos, procurado mais informações, mas sabe qual foi a principal informação que eu tive? Que qualquer um pode definir uma partida. Não estou falando só pelo fato de Corey Brewer ter sido o responsável pela vitória sobre o Philadelphia 76ers, porém […]

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Há algum tempo eu acompanho o Denver Nuggets mais de perto. Tenho visto mais jogos, procurado mais informações, mas sabe qual foi a principal informação que eu tive? Que qualquer um pode definir uma partida.

Não estou falando só pelo fato de Corey Brewer ter sido o responsável pela vitória sobre o Philadelphia 76ers, porém em todos os jogos alguém diferente se destaca. Isso acontece com um time que não tem exatamente “o cara”. Na realidade, são vários deles.

Quando a diretoria trocou Carmelo Anthony, muitos pensaram que a competitividade do Nuggets cairia e que a equipe poderia até ficar de fora dos playoffs nos anos seguintes. Claro, o time perdia ali uma referência, um astro, e recebia bons jogadores, mas ninguém que pudesse fazer a diferença em momentos decisivos. 

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No ano passado, trocou o brasileiro Nenê. Pronto, agora sim esse time não vai a lugar algum, disseram alguns.

Até aí, nada de absurdo pensar assim. Um tempo depois, recebeu Andre Iguodala em uma troca. E mais uma vez: o Nuggets estava sem “o cara”. Por mais que Iguodala tivesse assumido um papel similar no Sixers, ele nunca foi aquele sujeito que ofensivamente levará uma equipe a algum lugar. Defensivamente, a história é outra.

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Mas aí é que está o ponto principal. Se você tem um grupo de bons defensores, é possível vencer mesmo sem ter a referência no ataque. E isso é exatamente o que acontece no Nuggets. 

São muitos jogadores com ótima capacidade defensiva, mas com uma grande qualidade no arremesso de longa distância. Wilson Chandler, Ty Lawson, Brewer, e Iguodala. Todos eles fazem bem as duas coisas. Existem outros que só são um ou outro, como Danilo Gallinari e Andre Miller.

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E o Nuggets, ao contrário do que se pensa, não é um time que depende apenas do arremesso de três para viver. A equipe, de terceiro melhor ataque desta temporada, com 106 pontos por jogo, busca os tiros de longa distância apenas como artifício, não como uma obrigação. O time tenta cerca de 18 arremessos, 11 a menos que os líderes no quesito, New York Knicks e Houston Rockets. Ou seja: eles não forçam e fazem da velocidade o seu principal aliado. Claro, ao lado da forte defesa.

No garrafão, começa por um nome pouco provável antes do início da temporada. Kosta Koufos. 

Quem era Koufos antes de 2012-13? Bem… ninguém mesmo. Ele nunca havia sido titular com alguma regularidade, exceto no fim da temporada passada. Entretanto, para quem criticou o técnico George Karl por manter JaVale McGee no banco, Koufos está mostrando, principalmente nas últimas semanas, que pode ser bastante útil dos dois lados da quadra. 

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Ao seu lado está um dos jogadores mais intensos da NBA: Kenneth Faried. Ele é bem a cara desse Nuggets. Jogador raçudo, de grande vigor físico, e que sabe o que fazer quando a bola chega em suas mãos. Não por menos, lidera o time com 29 duplo duplos na temporada.

Karl sabe o que está fazendo. Também pudera. Desde 1991-92, só ficou de fora dos playoffs uma única vez, quando treinava o Milwaukee Bucks em 2001-02. Detalhe: naquele ano, o Bucks não ficou com campanha negativa, com 41 vitórias em 82 jogos. Hoje, é o meu principal candidato ao prêmio de técnico do ano. Ah, e o Nuggets já está classificado para a pós-temporada.

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OK, são 14 vitórias consecutivas e não sabe o que é perder há exatamente um mês. E de quem ganhou? De times como Memphis Grizzlies, Los Angeles Clippers, Chicago Bulls, e Oklahoma City Thunder (duas vezes). Sim, venceu o Thunder em duas oportunidades, algo raríssimo em 2012-13.

Em casa, o Nuggets é praticamente imbatível. Em 34 embates, venceu 31.

E para quem riu do início da temporada do time, quando nos dez primeiros jogos perdeu seis, aí uma estatística: desde então, são 44 vitórias em 60 partidas, um aproveitamento incrível de 73.3%, o que lhe daria a segunda melhor campanha do Oeste, atrás apenas do San Antonio Spurs.

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O Nuggets não tem “o cara”. O time conta com vários jogadores operários (roubando a ideia aqui, xará) e um técnico capaz de liderar. Se vai passar da primeira rodada dos playoffs, a história é outra. Até porque, ninguém espera que um time que caiu nessa fase em sete dos últimos oito anos, consiga passar. Mas e se…?

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