Eles não tinham bolas de cristal – parte 6

Nesta série estamos fazendo uma retrospectiva da história da NBA de um ponto de vista inusitado: as escolhas de Draft trocadas antes do tempo. Já falamos de Warriors, Lakers, Celtics, 76ers, Blazers, Cavaliers e Sonics. — Em toda a sua história, o Chicago Bulls só chegou às Finais da NBA seis vezes, todas elas durante […]

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Nesta série estamos fazendo uma retrospectiva da história da NBA de um ponto de vista inusitado: as escolhas de Draft trocadas antes do tempo. Já falamos de Warriors, Lakers, Celtics, 76ers, Blazers, Cavaliers e Sonics.

Em toda a sua história, o Chicago Bulls só chegou às Finais da NBA seis vezes, todas elas durante a década de 90 (entre 91-93 e 96-99). “Coincidentemente”, esse é o período em que o principal jogador, não só da franquia, mas de toda história da NBA desfilou seu talento pelas quadras e conquistou seus seis títulos: Michael Jordan.

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Draftado em 1984, Jordan esperou sete anos até conseguir chegar a uma Final da liga norte-americana porque o elenco do Bulls era sofrível. Assim, a direção da franquia precisou de tempo para montar um elenco com qualidade que pudesse auxiliá-lo em sua busca pelo título; esse processo levou toda a década.

Entre os que estiveram presentes no primeiro tricampeonato da franquia, John Paxson foi o primeiro a chegar, assinando com a franquia em 1985 após duas temporadas com o San Antonio Spurs; Bill Cartwright chegou em Chicago em 1988 através de uma troca que enviou Charles Oakley – um dos melhores amigos de Jordan até hoje – para o New York Knicks. Mas boa parte dos jogadores chegaram através de draft.

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Scottie Pippen e Horace Grant em 1987, Will Perdue em 1988, Stacey King e B.J. Armstrong em 1989. Com exceção de Grant, todos os outros jogadores vieram de escolhas não pertencentes ao Bulls originalmente, e isso foi fruto do trabalho de Jerry Krause, General Manager da franquia, em se livrar dos jogadores medíocres que integravam o seu elenco.

A história da pick de Pippen é longa, mas vamos lá: em 1986 o Seattle SuperSonics havia adquirido a escolha do New York Knicks em troca de Gerald Henderson, como eu já havia explicado; essa pick se tornou a 5ª escolha do draft, que foi trocada pela 8ª escolha (Olden Polynice) com o Sonics. Porém, essa mesma escolha também não era do Bulls, mas sim do Denver Nuggets. Já tendo sido trocada antes com o Knicks em troca de Darrell Walker, ela finalmente foi para o Bulls em troca do pivô Jawann Oldham.

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Resumindo, Bulls e Sonics trocaram de escolhas logo após o draft, Pippen – juntamente com futuras outras escolhas – foi para Chicago e Polynice para Seattle.

Pippen foi o segundo jogador mais importante da franquia na época, e seu estilo de jogo combinava perfeitamente com o de Jordan. Juntos, ambos formaram uma das duplas de defensores de perímetro mais demolidora de todos os tempos na NBA. Entre 91 e 93 suas médias foram de 19.1 pontos, 7.5 rebotes, 6.5 assistências, 2.1 roubos e 1.1 tocos – um jogador completo.

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A escolha que resultou em Will Perdue foi adquirida na mesma troca que trouxe Bill Cartwright para Chicago, em 1988. Além de Charles Oakley, também foram para o Knicks as escolhas de primeira e terceira rodada (Rod Strickland e Phil Stinnie) do Bulls, que recebeu, além de Cartwright, as escolhas de primeira e terceira rodada (Perdue e Derrick Lewis) da franquia nova iorquina.

O melhor jogador que o Bulls tinha em seu elenco antes de Michael Jordan era o ala-pivô Orlando Woolridge – scorer que chegou a ter 22.9 pontos de média em 1984-85, mas seu estilo de jogo era incompatível com o do mais novo astro da franquia. Por isso, ele saiu da equipe em 1986 e foi para o New Jersey Nets, que enviou para Chicago sua escolha de primeira rodada de 1989 (Stacey King), além de duas outras escolhas de segunda rodada de 88 e 89.

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O combo Perdue + King era responsável por dar um descanso para Bill Cartwright, um veterano na faixa dos 30 anos na época. Juntos, eles combinaram 10.5 pontos e 6.9 rebotes em 28 minutos em quadra durante o tricampeonato.

Também em 89 o Bulls draftou o armador B.J. Armstrong, cuja pick lhe pertencia, mas havia ido para o Sonics na troca que trouxe Pippen à equipe. Mas em 1989, eles enviaram Brad Sellers a Seattle e “resgataram” sua escolha. Armstrong era o reserva de John Paxson na armação, e se tornou titular apenas em 1992-93. Contribuiu com 10.3 pontos e 3.6 assistências no período.

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Sorte no draft ou competência de Jerry Krause, General Manager do Bulls durante todo esse tempo?

PS: O elenco do segundo tricampeonato do Bulls, entre 96 e 98 foi bastante diferente do primeiro, porque não foi formado através do draft, mas sim através de trocas por jogadores já consagrados, como Dennis Rodman, Ron Harper, Luc Longley e Steve Kerr. Mas um jogador havia selecionado em draft: o croata Toni Kukoc.

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Ele foi a 29ª escolha de 1990, e o Bulls utilizou uma pick que originalmente pertencia ao Orlando Magic. Ela foi adquirida em troca do pivô Dave Corzine em 1989. Kukoc se juntou à equipe na temporada 1993-94, e chegou a ser eleito o melhor sexto-homem de 1996.

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