Fonte: AFPIsso é raro, então aproveite o momento: o Sacramento Kings vive um ótimo momento na temporada. A equipe californiana venceu seis dos últimos oito jogos e está na zona de classificação para os playoffs, com a chance real de voltar ao mata-mata depois de mais de uma década. Antigo desafeto do criticado Luke Walton no elenco, o chutador Buddy Hield reconhece que o trabalho do treinador mudou muito e o Kings vive um momento de sintonia com o seu comandante.
“Luke deu o próximo passo para comandar-nos na direção certa: permite que joguemos e sejamos nós mesmo em quadra. Tem sido divertido conhecê-lo melhor e acho que o elenco vem adorando a maneira como passou a conduzir o dia-a-dia do grupo. Ele faz um ótimo trabalho e simplesmente nos ajuda a alcançar o melhor de nosso potencial. Sinto que estamos no caminho certo sob o seu comando”, exaltou o ala-armador, que chegou a pedir para ser negociado na última offseason.
Walton assumiu o comando antes do início da temporada passada, com a perspectiva de chegar aos playoffs após o excelente fim de campanha do time sob o comando de Dave Joerger. O resultado, porém, foi muito abaixo do esperado: a equipe voltou à espiral de derrotas dos últimos anos, nunca sequer ameaçou ficar entre os oito melhores do Oeste e o trabalho do ex-atleta foi extremamente criticado. O que mudou desde então? Hield garante que, para quem vive o dia-a-dia da franquia, bastante coisa.
“Na temporada passada, a abordagem de Luke era diferente. Acho que está mais alerta para o que estamos errando nos jogos e mostrando esses erros com maior clareza nos treinos. Isso é o que técnicos fazem: ajudam a corrigir os erros que custam as vitórias. Ele enfatiza a todo momento para não cometermos desperdícios de posses e todas as pequenas coisas que acontecem em jogos. Luke tem sido um efetivo líder para nós”, apontou o arremessador, sugerindo que o treinador era menos detalhista antes.
Embora Hield fosse um crítico declarado do trabalho de Walton, o que causou um óbvio mal estar internamente, nem todos julgam que tanta coisa estava errada no comando técnico do Kings. A principal referência da equipe, na verdade, sempre foi um defensor dos métodos do ex-ala – que já conquistou dois títulos da NBA como jogador, pelo Los Angeles Lakers. Para o jovem De’Aaron Fox, o que soa diferente na última semana é que o elenco simplesmente tem conseguido executar o plano de jogo em quadra.
“Nós sempre tivemos planos de jogo e simplesmente estamos conseguindo executá-los agora. Nossos relatórios pré-jogo são excelentes, mas Luke também dá liberdade para que possamos pensar em que queremos fazer em quadra e isso tem sido ótimo para o elenco. Quando precisamos mudar alguma coisa durante jogos, fazemos juntos. Essa fase do time passa por um grande esforço desde os atletas até os técnicos, com Luke incluso”, opinou o armador, eleito melhor jogador do Oeste na última semana.
A melhora de Sacramento, especialmente no lado defensivo da quadra, é sensível nos últimos jogos: o time, que caminhava para ter a pior eficiência defensiva da história da NBA, registrou o 10o melhor índice da liga no recorte dos últimos dez jogos. Após sofrer 120 pontos em 11 dos primeiros 18 jogos da temporada, a equipe evitou essa marca por seis partidas seguidas. Esse é o tipo de evolução do elenco que, no fim das contas, motiva Walton a seguir com o trabalho no Kings diante de tantos críticos.
“O que me traz alegria é ver o nosso time crescendo, os jogadores interagindo uns com os outros, a construção de um clima de confiança dentro do grupo e a comunicação em quadra. Quando você torna-se treinador, coloca suas crenças sobre a melhor forma de jogar basquete à prova para construir uma equipe. E enxergar isso começar a ganhar forma é muito empolgante. Gratificante. É divertido. É o verdadeiro prazer do trabalho de um técnico”, concluiu Walton, em um raro momento de calmaria em Sacramento.
