“É muito mais do que basquete para Sudão do Sul”, garante Wenyen Gabriel

País mais novo do mundo vai disputar os Jogos Olímpicos

Wenyen Gabriel Sudão Sul Fonte: Reprodução / X

A seleção do Sudão do Sul, do pivô Wenyen Gabriel, está em evidência desde o grande jogo com os EUA no fim de semana. Mas, além da disputa incrível contra o estrelado esquadrão estadunidense, existe uma história poderosa de um país que só conseguiu sua independência oficial em 2011. Agora, disputa as Olimpíadas no basquete, contra vários dos melhores jogadores do mundo.

A equipe é a única representante da África no torneio. O time conta com alguns destaques, como os também ex-atletas de NBA Carlik Jones e Marial Shayok. Além disso, a promessa Khaman Maluach também atua pela seleção do país. Após a partida, eles não lamentaram a virada sofrida após liderar por 14 pontos contra o principal favorito à medalha de ouro em Paris. A luta deles, afinal, está além das quadras.

“Está longe de ser só basquete para nós”, afirmou Wenyen Gabriel. “Existe muito talento em nosso país. Muitas pessoas que têm 2.13m e poderiam estar aqui, mas que, muitas vezes, não têm a possibilidade de ganhar a vida jogando basquete. Muitos deles precisam pescar para comer, lutar por sua sobrevivência. Então, estarmos aqui vai muito além do esporte”.

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O grande feito não pode ser diminuído. O Sudão do Sul de Wenyen Gabriel é o país mais novo do planeta. O estado fazia parte do Sudão, que conquistou sua independência do Egito e da Inglaterra em 1956. Mas as diferenças entre o norte e o sul do país levaram a uma nova separação.

O hoje Sudão é um país majoritariamente cristão, com grande região desértica, enquanto o Sudão do Sul tem mais pessoas adeptas ao Islamismo e com uma vegetação mais ampla em relação ao vizinho. Quase 98% das pessoas que habitam o novo país votaram pela emancipação em 2011.

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Mas a situação não deixa de ser precária no país. Wanyen Gabriel falou sobre as diferenças entre ele, um jogador internacional, e as pessoas que tentam jogar basquete no país.

“Como eu disse, muitas pessoas do nosso país poderiam estar aqui hoje. Porém, mal temos quadras cobertas em nosso país. Mas o grande ponto é que a maioria não tem as oportunidades necessárias. Eu tive uma estrutura nos EUA, outros no Canadá ou Austrália, mas temos que pensar em meios de levar isso para lá”, explicou.

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O ex-jogador do Los Angeles Lakers e Portland Trail Blazers ressaltou o tamanho da nação e o impacto positivo que espera ver após a disputa do torneio.

“Nós temos apenas 11 milhões de pessoas, uma nação pequena. Mas hoje fomos apenas um, jogamos por todos eles. Espero que consigamos promover algumas mudanças com essa visibilidade e a evolução ainda maior do nosso país”, afirmou.

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O pivô também falou sobre como tem orgulho de representar seu país e que o basquete africano tem tudo para avançar nos próximos anos.

“Cara, tem muita gente que sequer sabe onde está o nosso país. Então, é muito legal representar o nosso país. Hoje, fomos corajosos contra os EUA. Mostramos o nosso orgulho e potencial como nação nessa noite. Tenho, acima de tudo, muito orgulho de todos os meus companheiros de time. Buscamos o respeito por nosso país. Para todos nós. O basquete na África representa o futuro. Afinal, estamos no mesmo nível. É uma questão de tempo para que as coisas avancem ainda mais”, concluiu.

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Luol Deng

A figura mais importante do país no esporte: Luol Deng. O ala que teve passagens por Miami Heat, Chicago Bulls e Los Angeles Lakers, ajudou no desenvolvimento do esporte no país. Uma figura central do Sudão do Sul no basquete.

Ele tornou-se presidente da federação de basquete no país. Além disso, é um dos maiores embaixadores esportivos de lá desde 2011. Deng investiu na descoberta de novos talentos, e também em melhorias de infraestrutura que ainda estão em andamento.

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Há pouco tempo, ele falou sobre o impacto do Sudão do Sul disputando os Jogos Olímpicos no país.

“Quando temos um jogo, a nação para pra ver. É uma chance incrível para nós. Somos muito abençoados de poder representar o Sudão do Sul nessa aventura. Eu joguei no basquete de seleções pela Grã-Bretanha. E não é a mesma coisa. Sinto uma emoção muito maior em estar aqui agora”, garantiu.

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Deng falou também do orgulho dos atletas, como Wenyen Gabriel no time do Sudão do Sul. De acordo com ele, todos estão muito engajados para levar o país a um ótimo lugar na disputa.

“Esses caras se reuniram e estão fazendo grandes coisas. Eles assumiram esse compromisso. Só querem deixar a nação orgulhosa. É muito legal de ver. Alguns caras com experiência na NBA, com os olhos brilhando pelo que estamos fazendo. Aliás, é até mais do que eu sonhei. Como disse, acima de tudo, muito orgulho em estar aqui”, concluiu.

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Tabela

O Sudão do Sul está no Grupo C do basquete masculino em Paris. O grupo também conta com EUA, Sérvia e Porto Rico.

A estreia dos africanos será contra os porto-riquenhos no domingo (28) às 6h no horário de Brasília. Depois disso, o segundo jogo é contra os EUA, na quarta-feira (31), às 12h15. Por fim, a equipe encerra sua participação na fase de grupos contra a Sérvia no outro sábado (3), às 16h.

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Vale lembrar, aliás, que além dos dois primeiros de cada grupo, os dois melhores terceiros colocados avançam para a fase eliminatória.

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