O draft já está batendo na porta. Faltam apenas dois dias. Nesta quinta-feira (27), 60 dos melhores jovens talentos do mundo vão ser selecionados para viver o sonho de jogar na NBA. Como já acontece todos os anos, o Jumper Brasil prepara uma cobertura especial para essa reta final, incluindo postagens especiais e nosso tradicional programa ao vivo no dia do recrutamento. Será o fim de um trabalho que começamos ainda em maio, com a publicação dos perfis dos principais prospectos do recrutamento.
No último mês, o site vem dando espaço crescente para notícias sobre o draft e postou três projeções da primeira rodada. Agora, estamos trazendo três dos integrantes responsáveis por nossa cobertura do recrutamento para um novo exercício: ranquear aqueles que são, para eles, os dez melhores jogadores de cada posição. A opção aqui está totalmente desvinculada de projeções ou opiniões de terceiros. São os favoritos de cada um deles.
Hoje, é o ponto final desta série e falaremos dos pivôs da classe de 2013. Se você não viu a edição dos armadores, dos alas-armadores, dos alas e dos alas-pivôs, essa pode ser a sua última chance.
Além do ranking feito por nossos integrantes, o Jumper Brasil criou também o que chamamos de “Consenso EUA”. Aqui, para que você possa ter um padrão de comparação, sintetizamos a opinião de quatro dos mais conceituados meios especializados norte-americanos sobre os pivôs elegíveis neste ano. São levados em conta os rankings de prospectos – e não mock drafts – dos sites NBAdraft.net (Aran Smith), ESPN (Chad Ford), DraftExpress (Jonathan Givony) e CBS Sports (Gary Parrish).
Posição |
Consenso EUA |
Ricardo Stabolito Jr. |
Gustavo Lima Publicidade
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Zeca Oliveira |
1 |
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DeWayne Dedmon |
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Agora, nós abrimos espaço para que cada um dos analistas do site explique brevemente suas escolhas. Concorda? Discorda? Deixe seu comentário e faça sua voz ser ouvida. Vamos lá!
RICARDO STABOLITO JR.
1. Alex Len (Maryland, 20 anos)
Na verdade, pode-se dizer que Len e Noel dividem esse primeiro lugar.
Essa é uma lista de preferência pessoal e a vantagem do ucraniano aqui é a semelhança do seu jogo com o de Zydrunas Ilgauskas, um dos meus jogadores favoritos. É mais agradável observá-lo em ação do que Noel, pois tem base técnica mais refinada do que o concorrente. Len produz no ataque e na defesa em alto nível, mas não sei até que ponto ele é capaz de realmente tomar as rédeas do jogo em um dos lados da quadra.
2. Nerlens Noel (Kentucky, 19 anos)
Noel não está no topo desta lista só por causa da comparação de Len com Ilgauskas? Mais ou menos. O pequeno histórico de lesões que pode estar desenvolvendo não ajuda. De qualquer forma, ele tem tudo o que você espera de um defensor de elite de garrafão (recursos atléticos, agilidade, envergadura, vontade, instintos). Seu corpo está preparado? Não. Ele é magro, mas não o será para sempre. Larry Sanders também era quando foi recrutado e passou quase dois anos sem jogar. Então, há algumas semanas, votei nele para defensor do ano.
3. Steven Adams (Pittsburgh, 19 anos)
Para mim, Adams possui várias semelhanças com Andre Drummond antes do último draft. Do ponto de vista físico-atlético, o prospecto de 19 anos é um fenômeno: tem corpo pronto para a competição profissional e agilidade de um jogador de perímetro. Seu único ano universitário foi um pouco abaixo do esperado e evidenciou que ainda precisa evoluir tecnicamente, mas todos sabem que o neozelandês é um talento de elite que dominou torneios de base. Na NBA atual, alguém que pode operar e defender o pick and roll como Adams é artigo de luxo em potencial.
4. Gorgui Dieng (Louisville, 23 anos)
A projeção de Dieng é comprometida pelo fato de já ter 23 anos. Isso é uma pena, pois acho que se trata de um titular em potencial na NBA. Seu jogo ofensivo é bem mais versátil do que se comenta (passa a bola, arremessa de média distância) e ele pode causar impacto no lado defensivo da quadra de imediato. Possui velocidade e agilidade de elite para alguém de seu tamanho, atributo que costuma se traduzir com sucesso em nível profissional.
5. Lucas “Bebê” Nogueira (Brasil, 20 anos)
Depois de ficar conhecido nos bastidores por uma conduta questionável no dia-a-dia de treinos, “Bebê” parece ter entrado nos eixos. Ele mesmo admite isso. E o brasileiro nunca me agradou tanto como na última temporada do basquete espanhol. Não exatamente pela polidez técnica, mas porque se movimenta com leveza e o que já faz bem coincide com o atual estilo de jogo da NBA: Lucas tem bons instintos protegendo a cesta e é cada vez mais eficiente no pick and roll. Mesmo que não esteja pronto, trata-se de um ótimo prospecto internacional.
6. Mason Plumlee (Duke, 23 anos)
É difícil se empolgar com Plumlee. Afinal, imaginar uma evolução considerável no jogo de um prospecto de 23 anos não é algo realista. Por outro lado, trata-se de um pivô atlético que sabe jogar nos dois lados da quadra. Eu me preocupo com seu estilo excessivamente mecânico, mas quantos pivôs da NBA movem-se de forma realmente leve, fluida?
7. Jeff Withey (Kansas, 23 anos)
Withey é o que é. Parece uma versão um pouco mais refinada de Adonal Foyle. Ele protege a cesta, distribui tocos, sem cometer faltas. Isso não é tão pouco quanto soa e seria de extrema valia para uma série de equipes. O que mais pode fazer? Não sei se há alguma coisa.
8. Mike Muscala (Bucknell, 21 anos)
Muscala é um jogador inteligente e refinado tecnicamente. Pontua dentro e fora do garrafão. Seu trabalho de pernas e fundamentos defensivos é algo bem difícil de encontrar em âmbito universitário. Mas ele tornou-se vítima da competição que enfrentou. Dominar a conferência Patriot League significa pouco projetando seu jogo na NBA e não passou por um verdadeiro teste contra prospectos de elite. Não é unanimidade.
9. Rudy Gobert (França, 20 anos)
É verdade que uma envergadura de quase 2,40m ajuda a esconder muito de suas limitações dentro de quadra. Mas não te faz um jogador diferente. Do ponto de vista técnico, Gobert está simplesmente longe de ser um jogador de impacto. No final das contas, é impossível não ter a impressão de que já vi essa história antes. São tantas lembranças: Michael Olowokandi, Alexis Ajinca, Hasheem Thabeet, Saer Sene e por aí vai. Só mitos.
10. DeWayne Dedmon (USC, 23 anos)
Dedmon não foi exatamente espetacular na universidade e só ganhou real projeção a partir de boas medições no Combine. Ele é meio que um clichê entre os prospectos de garrafão: alto e atlético, defende bem melhor do que ataca. Pega rebotes e distribui tocos. Se cometer menos faltas, tem os recursos físico-atléticos para jogar na NBA.
Outros três alas-pivôs em que eu ficaria de olho: Vitalis Chikoko (Zimbábue, 22 anos), Colton Iverson (Colorado State, 23 anos) e Mindaugas Kupsas (Lituânia, 22 anos)
GUSTAVO LIMA
1. Nerlens Noel (Kentucky, 19 anos)
Noel é o melhor prospecto do draft deste ano e o mais cotado para ser a primeira escolha geral. Embora seja muito magro para a posição, possui qualidades que saltam aos olhos: é atlético, destaca-se pegando rebotes e protege o aro como poucos (melhor defensor de garrafão do recrutamento). Imagino-o em de duas ou três temporadas, mais encorpado e com um jogo ofensivo mais refinado. Sim, ele tem potencial para se tornar um All-star.
2. Alex Len (Maryland, 20 anos)
Len é um atleta que me agrada muito. Ele é um legítimo pivô de ofício com condições para fazer sucesso na NBA. Tem incrível coordenação e agilidade para um pivô, protege bem a cesta e é dono de um versátil repertório ofensivo. Apesar de acreditar que Noel tem maior potencial, não me surpreenderia se Len fosse a primeira escolha – como, não à toa, já vem sendo cogitado.
3. Gorgui Dieng (Louisville, 23 anos)
Dieng não vem sendo cotado para ser escolha de loteria por causa da idade “avançada”, mas é um dos prospectos que mais me chamam a atenção. O senegalês é bastante atlético, excelente reboteiro e bom passador. Além disso, é um monstro defensivo. O problema é que seus movimentos ofensivos são pouco refinados. Ele tem tudo para ser útil de imediato na NBA, ajudando seu time, sobretudo, no “trabalho sujo” dentro do garrafão.
4. Steven Adams (Pittsburgh, 19 anos)
Adams está sendo cotado para ser escolha de loteria pelo que pode virar e não pela temporada na NCAA. Ele tem muito potencial (especialmente, defensivo), mas ainda é bem cru. Dotado de atributos físico-atléticos para se tornar um marcador de elite na NBA, seu trabalho de pernas defensivo é de dar inveja. No ataque, porém, precisa melhorar muito. Nada que duas ou três temporadas na Liga não resolvam. Em suma, trata-se de uma aposta em médio prazo.
5. Mason Plumlee (Duke, 23 anos)
Plumlee tem boa mobilidade, sólido arremesso de média distância e pega muitos rebotes. Não compromete no ataque, mas, em compensação, não tem muita força física e comete muitos desperdícios de bola. Melhorando esses aspectos, ele pode ser uma peça útil vindo do banco na NBA. Mas é aquela história: sempre desconfie de pivôs branquelos sem força física…
6. Jeff Withey (Kansas, 23 anos)
Considero Withey uma aposta segura para quem quer um pivô que proteja muito bem a cesta. Ele é alto, de boa mobilidade em quadra e tem um jogo ofensivo em franca evolução. Só não está mais bem projetado por causa da idade e do upside limitado.
7. Lucas “Bebê” Nogueira (Brasil, 20 anos)
O brasileiro tem rara combinação de tamanho, condição atlética e mobilidade. Além disso, pega rebotes e protege a cesta. Com mais músculos (ainda é muito magro) e intensidade em quadra, Lucas possui talento para ser um ótimo defensor de garrafão. Enfim, ele é um projeto de médio/longo prazo para a NBA.
8. Rudy Gobert (França, 20 anos)
Gobert tem uma envergadura assustadora (2,39m), característica que mais chama a atenção de olheiros da NBA, mas ainda é muito magro e seus movimentos no garrafão são bastante limitados. Ele não está pronto para jogar na NBA, mas a aposta é válida.
9. Mike Muscala (Bucknell, 21 anos)
Muscala obteve médias expressivas em uma universidade de pequeno porte e merece ser observado com atenção. Vale destacar seu arsenal ofensivo variado, movimentos embaixo da cesta e capacidade de coletar rebotes. Ele ainda defende muito bem o garrafão, embora não seja dono de grande condição atlética. O pivô só não está melhor ranqueado porque a conferência em que atuou é muito fraca.
10. Colton Iverson (Colorado State, 23 anos)
Iverson é um pivô de ofício, muito forte e com altura ideal para a posição. Sua maior qualidade está no jogo físico, utilizando bem o corpo para estabelecer posição na área pintada ofensiva e defensiva. No entanto, ele é muito lento e tem arremesso inconstante – o que prejudica sua projeção. Provavelmente, será escolha de segunda rodada.
ZECA OLIVEIRA
1. Nerlens Noel (Kentucky, 19 anos)
Não é todo o dia que se vê um atleta com o potencial defensivo de Noel. Nesta temporada, Kentucky cedeu aos adversários apenas 56% de acerto nos arremessos próximos do aro – número muito bom no basquete universitário. E ele não só protege a cesta, como pode ser ótimo defensor em jogadas de pick and roll e contesta passes com seus longos braços. Sua contusão, porém, fará com que perca todo o verão – época importante para a adaptação e desenvolvimento de um novato.
2. Alex Len (Maryland, 20 anos)
Eu sempre gostei de Len. Trata-se de um pivô que esbanja potencial. É verdade que não foi muito feliz ao escolher ir para Maryland dois anos atrás: o estilo da equipe claramente não é favorável ao desenvolvimento de um prospecto de garrafão. Mas, ainda assim, ele teve uma temporada que classifico como muito boa – sobretudo, se compararmos com a anterior. É quase outro jogador, muito melhor tecnicamente.
3. Steven Adams (Pittsburgh, 19 anos)
E se existisse uma regra que obrigasse os pivôs a ficarem, pelo menos, três anos na NCAA? Seria melhor se chegassem prontos à NBA. Isso certamente não vai acontecer com Adams, que está no draft mesmo ainda muito cru. Jogava minutos limitados em Pittsburgh, mas era dono da melhor taxa de rebotes entre os freshmen das seis principais conferências do país e foi quase tão impressionante quanto Noel bloqueando arremessos. É um projeto em longo prazo no ataque – sendo bonzinho com o neozelandês.
4. Lucas “Bebê” Nogueira (Brasil, 20 anos)
Não é de hoje que “Bebê” vem chamando a atenção de olheiro. Biyombo acabou ofuscando o brasileiro no Nike Hoop Summit de 2011, mas, agora, parece que nada tem o atrapalhado. Ele usou as duas últimas temporadas para provar que pode ser útil ofensivamente e também vem trabalhando muito mais para desenvolver seu jogo do que costumava. O basquete espanhol fez bem ao jovem.
5. Gorgui Dieng (Louisville, 23 anos)
Gosto de Dieng. Acho que o risco de seu jogo não dar certo na NBA é pequeno e, fatalmente, será um bom defensor. Ele se destaca na parte ofensiva operando no pick and roll – cada vez mais utilizado na Liga – e seu arremesso de média distância é um tanto quanto subestimado. Jogadores de Louisville não têm sido bem preparados como prospectos ultimamente, mas eu acho que a história vai ser diferente com Gorgui.
6. Mason Plumlee (Duke, 23 anos)
Plumlee teve um início de temporada perfeito, assim como Duke, mas caiu de produção junto com a equipe em janeiro, depois da contusão de Ryan Kelly. Ele se mostrou maduro e seu jogo evoluiu bastante no último ano, mas não poderia deixar de comentar sobre o desempenho ruim quando enfrentou pivôs do mesmo nível. Não foi por menos que a maioria das derrotas do time na temporada veio para times com bons pivôs – Louisville de Dieng, Maryland de Len e por aí vai.
7. Jeff Withey (Kansas, 23 anos)
Se você está aprendendo a proteger o aro, eu recomendo observar Withey jogando. Ele sabe como evitar cestas adversárias e faltas ao mesmo tempo. Joga simples nos dois lados da quadra e acho que ainda subestimam sua habilidade de pegar rebotes. Parece-me ter um QI muito mais puxado para Nick Collison do que Cole Aldrich. Conseguirá se adaptar bem a um papel menor e vai ter espaço na NBA.
8. Rudy Gobert (França, 20 anos)
Conheço pouco de Gobert, mas, se você tem uma envergadura monstruosa como a dele, vai chamar a minha atenção. Infelizmente, ele é cru demais para ser considerado pelos times da loteria que precisam de ajuda urgente. É uma aposta que pode dar uma grande e demorada recompensa.
9. Mike Muscala (Bucknell, 21 anos)
Com a contusão de C.J. McCollum (Lehigh), Muscala teve sinal verde para levar Bucknell ao Torneio da NCAA e ser eleito o melhor jogador da temporada na conferência Patriot League. Foi tão dominante quanto um atleta de garrafão de sua técnica pode. Neste quesito, chega a lembrar um pouco Andrew Nicholson: dominou em sua carreira universitário, mas, por jogar numa liga mais fraca, acaba sendo subestimado como prospecto. Assim como o ala-pivô do Orlando Magic, ele deve ser um steal caso caia muito. Além de habilidoso, não compromete nos rebotes.
10. Colton Iverson (Colorado State, 23 anos)
O treinador de Colorado State, Larry Eustachy, conseguiu montar um ótimo time na última temporada jogando em função de Iverson. O pivô já tem rodagem e conhece os caminhos pontuando no garrafão. Também é bom reboteiro nos dois lados da quadra. Com suas medições no Combine, é fácil cravar que será selecionado na noite do draft – mesmo que na segunda rodada.
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