Apesar de não ter chamado a atenção do grande público, o crescimento de Donte DiVincenzo nessa temporada, em comparação com sua campanha de estreia, foi fundamental para que o Milwaukee Bucks minimizasse as lacunas deixadas pela saída de Malcolm Brogdon.
O segundo-anista, que atuou em apenas 27 partidas (média de 15.2 minutos) em seu ano de estreia na NBA, cresceu e apareceu: não só atuou em 59 das 65 partidas do time de Wisconsin até aqui, como foi titular em 22 delas e superou jogadores como George Hill para ocupar o posto de reserva com maior tempo de quadra na rotação de Mike Budenholzer.
Diferente da maioria dos sexto-jogadores da liga, que cumprem a missão de trazer pontuação instantânea do banco de reservas, DiVincenzo tem entregado uma grande injeção de energia, versatilidade e disrupção defensiva à equipe. Ele é, de fato, diferente.
Com média de só sete minutos a menos que a estrela da companhia, Giannis Antetokounmpo, o ex-jogador de Villanova supera-o na disputa pelo posto de jogador que mais consegue desvios de passe no lado defensivo da quadra, com 2.3 deflecções.
O curioso é que DiVincenzo não tem lá uma envergadura que indicasse desempenho de tamanho destaque nessa área (1.98m), mas, aos 23 anos, o jovem tem exibido uma excepcional evolução tática sob o comando de Budenholzer e usado seu atleticismo (esse sim) acima da média para executar com agilidade suas antecipações defensivas.
Acostumado a atuar com a bola nas mãos desde os tempos de armador no basquete colegial, o jovem tem utilizado seu controle de bola para criar para si e os companheiros a partir de suas infiltrações. Nelas, converte 64.1% de uma média de três tentativas por jogo na área restrita e distribui 2.3 assistências por jogo (para apenas 1.2 erros de ataque).
DiVincenzo, além de disruptivo na defesa e bom playmaker situacional, tem cumprido bem o papel de coadjuvante fora da bola graças ao timing para utilizar seu atleticismo em cortes sem a bola (1.36 ponto por posse nessas situações) e sólido desempenho como arremessador de três pontos em situações de catch and shoot (36.3% de aproveitamento em 2.8 tentativas por jogo).
No retorno da NBA, em Orlando, DiVincenzo poderá até não “explodir” da maneira mais visível em termos estatísticos. Carregará com ele, porém, responsabilidades importantes nas ambições do Bucks de ganhar o primeiro título da franquia desde a década de 1970.