Quando um atleta está em seu último ano de contrato, geralmente é quando ele vai produzir seus melhores números na carreira. No entanto, é justamente ali que eles são avaliados e, invariavelmente, recebem propostas absurdas. Saiba quais serão os dez jogadores que vão receber os contratos mais supervalorizados na agência livre da NBA, que começa na próxima sexta-feira.
Anfernee Simons (Portland Trail Blazers) restrito
O jovem Anfernee Simons teve grandes performances substituindo Damian Lillard na última temporada. Entretanto, qual é o seu real valor? Enquanto o mercado diz que ele receberia, no máximo, cerca de US$12 milhões anuais antes de 2021-22, agora o papo é outro. De acordo com rumores, Simons pode receber quase US$21 milhões por ano.
Em 30 jogos como titular, Simons teve grandes performances: 22.0 pontos, 5.5 assistências e aproveitamento de 41.5% nos arremessos de três. Mas tudo isso aconteceu com ele em um time sem ambição alguma de playoffs. Apesar de todos os ótimos números, ele atuou como armador principal. Ou seja, justificaria, uma renovação em valores mais altos caso o Portland Trail Blazers não tivesse um tal de Lillard.
Com Lillard, o técnico Chauncey Billups terá de decidir se Simons vai jogar como ala-armador ou se ele será o reserva do astro. O que o histórico diz, todavia, é que não se paga tanta grana assim para um sexto homem. Portanto, é de se esperar que ele seja titular e, aí, cria-se outro problema: a defesa.
Simons evoluiu muito no quesito, especialmente em 2021-22, mas terá a obrigação de marcar caras maiores que ele. Talvez, por questões defensivas, Billups terá a obrigação de não utilizar Lillard e ele juntos por tanto tempo assim. É só um exercício de adivinhação, mas estou me baseando no que já vimos (muito) acontecer. Assim, ele se tornará um dos dez jogadores com os contratos mais “salgados” da agência livre.
Deandre Ayton (Phoenix Suns) restrito
Deandre Ayton tem um potencial enorme, só que não é no Phoenix Suns. Agente livre restrito, o pivô dificilmente vai seguir no time do Arizona. Seu agente e ele queriam o contrato máximo, mas não vai acontecer. A diretoria do Suns procura, então, parceiros para “desovar” seu salário e receber algo em troca. Especula-se que Ayton receberá acima de US$30 milhões anuais. Portanto, será em sign and trade.
O Detroit Pistons abriu espaço suficiente para acomodar tais valores e parecia ser o principal interessado. No entanto, o time estaria “pulando fora”. De acordo com o jornalista James L. Edwards, do site The Athletic, a equipe de Detroit estaria satisfeita com a aquisição de Jalen Duren na noite do draft. Portanto, gastar mais de US$30 milhões em Ayton e comprometer sua folha salarial não seria mais uma opção.
Dos times que precisam de pivô com certa urgência, sobraram Charlotte Hornets e Toronto Raptors. Enquanto o Hornets selecionou Mark Williams no recrutamento, o time canadense foi de Christian Koloko na segunda rodada. Não existe, ainda, uma informação segura se Williams será titular em Charlotte, mas dificilmente Koloko será em Toronto. Portanto, ainda existem chances de Ayton parar em um dos dois.
Mas, mesmo que o pivô não vá para uma equipe desesperada por atletas da posição, é necessário monitorar as situações de Rudy Gobert no Utah Jazz, Nikola Vucevic no Chicago Bulls e Clint Capela no Atlanta Hawks.
Zach LaVine (Chicago Bulls) irrestrito
Falando em Chicago Bulls, aqui vai a situação em que o time vai pagar muito, mas pelo astro Zach LaVine. Antes, havia uma certa pressão de empresário (Klutch Sports) e outros jogadores pela extensão máxima de LaVine. Depois, a permanência do atleta virou dúvida, já que não existia a confirmação de que o Bulls iria dar a ele tal contrato.
Todavia, o staff de LaVine afirmou que ele deve mesmo seguir em Chicago. Ou seja, vão dar a ele o acordo máximo.
O que se questiona, porém, é que LaVine passou por cirurgia recentemente, não é exatamente um grande defensor e a equipe vai ficar com o teto salarial “engessado” após a extensão. De acordo com o jornalista Jake Fischer, do site Bleacher Report, os valores devem ultrapassar os US$200 milhões por cinco anos.
Portanto, imediatamente, LaVine será um dos jogadores com os contratos mais altos da agência livre deste ano.
James Harden (Philadelphia 76ers) player option
Bem, a amostra de James Harden no Philadelphia 76ers não foi das melhores, né? Mas quem manda por lá (Daryl Morey) não quer saber disso e anunciou que vai estender o contrato do astro. De acordo com Adrian Wojnarowski, da ESPN, Harden vai optar por manter seu vínculo até o fim da temporada 2022-23, por US$47 milhões e, em seguida, ampliar por mais dois ou três anos por um “valor significativo”.
O que Woj quis dizer com “valor significativo”, é algo acima de US$40 milhões anuais.
Vamos ser sinceros, ok?
Harden terá 33 anos quando iniciar a próxima temporada e 35 ou 36 quando o novo contrato acabar. Os 18.6 pontos, 8.8 assistências e 5.7 rebotes, com 40.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra nos playoffs não são de um jogador que vai receber quase US$50 milhões por ano. Já está supervalorizado, embora a gente saiba que ele pode reverter a situação em quadra.
Mas alguém aí crava que Harden será, em Philadelphia, o que foi em Houston? Boa sorte com isso.
Bradley Beal (Washington Wizards) player option
Bradley Beal é um cestinha muito, mas muito bom. Capaz de ajudar na organização do Washington Wizards, Beal é o nome da franquia desde a lesão de John Wall. Todavia, trata-se de um jogador com muito volume, mas eficiência apenas razoável nos arremessos de três. E nem estou falando dos 30% de aproveitamento no quesito em 2021-22, mas dos cerca de 35% dos três anos anteriores.
Muito se fala de uma possível saída de Beal, mas isso faz tempo já.
De acordo com Michael Scotto, do Hoopshype, ele vai deixar o atual contrato (uma player option de US$36.4 milhões) para testar o mercado. No entanto, seja lá para onde ele for, dificilmente será sem sign and trade (quando assina um acordo e é negociado em seguida).
Se Beal sair do Wizards, é por um contrato de quatro temporadas e, certamente, será por um valor superior aos US$43 milhões anuais. Quem pode bancar isso hoje? Por isso, alguns times surgem como favoritos (de novo, por sign and trade), como Miami Heat, Boston Celtics e Los Angeles Lakers (embora seja bem difícil).
Leia mais
- Após impasse na renovação, Kyrie Irving pode deixar o Nets
- Lakers prepara proposta de troca por Bradley Beal
- Estas são as opções de trocas por Deandre Ayton
Kyrie Irving (Brooklyn Nets) player option
A situação de Kyrie Irving é complicada, mas pode piorar ainda mais. Para quem? A gente descobre depois.
Irving afirmou que gostaria de estender seu contrato com o Brooklyn Nets, mas o time não quer arriscar. Embora tecnicamente seja um jogador espetacular, ninguém sabe qual será o seu próximo passo. Então, pode acontecer de tudo: ele aceitar jogar 2022-23 sem extensão pelo Nets, pedir troca, deixar o contrato e assinar com outro time, sair em sign and trade ou, até mesmo, se aposentar. Sim, até aposentadoria pode ser uma opção. Ele mesmo disse isso.
Portanto, se ele optar por sair de seu contrato, com certeza o time que o receber vai fazer um acordo de risco. Mas por quanto?
Irving possui opção de US$36.5 milhões. Portanto, se ele convencer alguma equipe, seu salário será ainda maior. Não se esqueça que ele perdeu cerca de US$17 milhões em 2021-22 por não querer cumprir os protocolos de saúde e segurança da liga. Então, se ele deixar o atual contrato, seu novo salário será bem maior que isso, de acordo com Adrian Wojnarowski, da ESPN.
Aos 30 anos, Irving será um dos jogadores com os contratos mais caros da agência livre.
Kevon Looney (Golden State Warriors) irrestrito
Olha só como são as coisas. Kevon Looney era para ser reserva de James Wiseman, mas o jovem pivô se machucou e ele ganhou espaço. Nos playoffs, quando Looney era o mais questionado do quinteto titular, ele correspondeu e fez seu papel. Só que nas finais, mesmo saindo do banco, o jogador cresceu ainda mais e foi responsável por diversos rebotes ofensivos. Como resultado, um agente livre reserva, que ganharia um salário “comum” na NBA, vai encher o bolso.
Charlotte Hornets e Sacramento Kings seriam alguns dos interessados, mas o primeiro perdeu força porque selecionou um jogador da posição no draft (Mark Williams) e não terá mais Kenny Atkinson como técnico. Em contrapartida, o Kings continua precisando de pivô e o treinador será Mike Brown. O interesse dos dois times passava, também, pelo fato de os dois (Atkinson e Brown) terem trabalhado com Looney no Golden State Warriors como assistentes.
Originalmente, Looney queria cerca de US$15 milhões por três anos. Agora, seu salário será bem maior.
Collin Sexton (Cleveland Cavaliers) restrito
Existem dois lados da moeda em relação ao ala-armador Collin Sexton. O primeiro, um cestinha capaz de decidir jogos. No entanto, tem um outro. Um jogador que não defende, prende a bola em demasia e pouco contribui na organização ofensiva.
De qualquer forma, Sexton pode receber até US$25 milhões anuais. O Cleveland Cavaliers anda pouco receptivo em relação a uma extensão tão alta e a diretoria pensa em “capitalizar” em cima disso, em uma sign and trade. E o Cavs sabe que precisa de peças em vários setores, especialmente para reposição. Basta ver o que aconteceu com a campanha da equipe quando perdeu Jarrett Allen por lesão. O Cavaliers brigava pelos quatro, cinco primeiros lugares do Leste e terminou caindo no play-in.
Antes do draft, o Detroit Pistons era uma das alternativas, mas o time parece bem satisfeito com a escolha (Jaden Ivey) e já trocou quem poderia entrar em sign and trade, Jerami Grant.
Outro time especulado recentemente foi o Atlanta Hawks, mas uma defesa com Trae Young e Sexton no perímetro não chegaria a lugar algum. Indiana Pacers e Washington Wizards (para suprir uma saída de Bradley Beal), são outras opções.
Mitchell Robinson (New York Knicks) irrestrito
O pivô Mitchell Robinson mostrou, na última temporada, que pode ser muito mais do que um cara grande no garrafão. Mas seu salário, agora, pode chegar na casa dos US$54 milhões por quatro anos. Para quem recebeu menos de US$2 milhões, é um aumento bacaninha. Só que seu futuro não deve se resolver tão rápido assim, pois o New York Knicks quer estender seu contrato, mas está mais preocupado em oferecer um acordo por Jalen Brunson (abaixo).
Robinson é muio bom protetor de aro, aprendeu a jogar sem cometer faltas tolas e tudo mais. Ainda assim, ele não consegue ter minutos consistentes em Nova York.
Agora, uma estatística legal para ele: sempre que Mitchell atuou por 30 minutos ou mais em 2021-22, o Knicks venceu nove e perdeu oito (53% de aproveitamento) e ele teve 12.9 pontos, 13.0 rebotes e 2.5 tocos.
Jalen Brunson (Dallas Mavericks) irrestrito
Alguns jogadores vão receber grandes contratos na agência livre, mas Jalen Brunson é um caso à parte. De acordo com várias fontes, Brunson pode ter propostas na casa de US$100 milhões por quatro anos. Uma delas é do New York Knicks, que está abrindo espaço em sua folha salarial para oferecer o acordo.
Vá lá, Brunson é muito bom jogador, capaz de mudar o jogo. Mas o Dallas Mavericks quer manter o atleta e ele quer seguir. Então, é possível que o Mavs siga com ele, mas pagando um salário um pouco salgado demais. O time texano tem o direito de igualar qualquer proposta.
Ah, o Knicks contratou seu pai como assistente há algumas semanas. Certamente, para o ex-jogador Rick Brunson atrair o filho.
Assine o canal Jumper Brasil no Youtube
Todas as informações da NBA estão no canal Jumper Brasil. Análises, estatísticas e dicas. Inscreva-se, dê o seu like e ative as notificações para não perder nada do nosso conteúdo.
Siga o Jumper Brasil em suas redes sociais e discuta conosco o que de melhor acontece na NBA:
Instagram
Twitter
Facebook
Grupo no Whatsapp
Canal no Telegram