A NBA é uma experiência nova e surpreendente para qualquer calouro. No entanto, para Donovan Mitchell, a surpresa tem sido (ainda) maior do que o costume: o ala-armador saiu da 13ª posição do último draft para acabar tornando-se o inesperado substituto de Gordon Hayward como a principal referência ofensiva do Utah Jazz. Um cenário que o próprio novato admite que não imaginava tão cedo na carreira.
“Muita coisa pegou-me de surpresa na NBA. Eu realmente não esperava nada disso. Tudo tem sido uma loucura. Essa experiência tem sido um redemoinho e o fato de estar fazendo o que já tenho feito é incrível mesmo para mim. Agora, meu dever é manter esse nível de jogo”, reconheceu o jogador de 21 anos, em longa matéria publicada pela ESPN nesta semana.
O mero fato de estar na NBA pode ser considerado uma surpresa para Mitchell, que revelou ter se inscrito no recrutamento convicto de que retornaria para Louisville. “Quando saí do meu dormitório na faculdade, eu deixei tudo arrumadinho. Estava limpo, com as coisas no lugar. Nunca pensei em empacotar nada, pois, para mim, voltaria para lá. Estava certo de que não ficaria no draft”, contou.
As surpresas começaram ali. O garoto pagou a viagem para uma sessão de treinos de uma empresa de agenciamento, visando manter sua elegibilidade na NCAA, mas acabou sendo o destaque do evento e viu sua projeção no draft “disparar” antes do draft. Um dos clientes mais famosos da agência, Chris Paul, saiu de um dia de treinamentos impressionado com o futuro atleta do Jazz.
“Donovan realmente sabe jogar. Não estou nem um pouco surpreso com o que está acontecendo. Ele é forte e ama competir nos dois lados da quadra, seja no ataque ou na defesa. É muito bom jogador. Seu potencial é tão alto que ele vai controlar quão bom pode ser”, avaliou o astro do Houston Rockets, que foi acompanhado nos elogios pelo ala Paul George.
Mitchell lidera a classe de novatos deste ano em média de pontos (17.9) e índice de acerto de lances livres (84.9%), além de ser o segundo maior ladrão de bolas entre os estreantes (1.47 por jogo). Ele ainda acumula 3.2 rebotes e 3.4 assistências por partida, sem contar que, neste mês, tornou-se o primeiro calouro da história do Jazz a ter uma atuação de 41 pontos.
“Eu estou honrado em receber essa oportunidade. E acho que isso é o fator mais importante: manter a humildade. Nós ouvimos tantas histórias de jogadores que brilham e deixam o sucesso subir a cabeça. Tento ser, ao máximo, aquele mesmo garoto que leva uma vida comum, passa o dia assistindo a TV e Netflix. Esse é quem sou”, concluiu o calouro, que foi surpreendido e vem surpreendendo a NBA.