Dejounte Murray e Trae Young podem dividir a quadra no Hawks?

Depois de uma temporada frustrante, o Atlanta Hawks se reforçou com o All-Star Dejounte Murray para contribuir com Trae Young em quadra. No entanto, há um questionamento sobre como será o encaixe de dois armadores que gostam de ter a bola em mãos e articular jogadas.

Então, fica o questionamento: é possível que Trae Young e Murray possam coexistir e elevar o nível do Hawks em 2022/23?

Diferenças que se complementam

É claro que, ao se tratar de suas estrelas, tudo é possível. Eles não tem exatamente o mesmo estilo de jogo, apesar de serem grandes assistentes. O ponto-chave é que, ainda assim, um pode completar o outro. Afinal, a maior deficiência de Young é a defesa – algo que Murray executa muito bem.

Dessa forma, a presença do ex-jogador do San Antonio Spurs ao lado da grande estrela do Hawks equilibra a defesa de perímetro da equipe e pode ajudar, aliás, a suprir os espaços deixados pelo camisa 11. Algo que prova a eficiência defensiva de Murray é que, na última temporada regular, ele foi o segundo melhor da liga em desvios de bola, sendo quatro por jogo. Além disso, foi o líder da NBA em roubos de bola com 138 totais.

Dejounte Murray pode, então, ser usado como o marcador principal de armadores que oferecem perigo, diminuindo a carga de “trabalho sujo” para Young. Assim, o grande astro da franquia pouparia energia para poder infernizar os adversários no ataque.

Por outro lado, Murray não é um exímio arremessador de três pontos, algo que seu futuro companheiro é considerado um especialista. O reforço do Hawks para a próxima temporada terminou 2021/22 com 32,7% de aproveitamento em bolas do perímetro, enquanto Young atingiu 38,2%.

Garçons

O principal “conflito” entre os dois está no quesito passe. Ambos se destacaram na última campanha pelo alto número de assistências distribuídas. Enquanto Young terminou com média de 9,7 por jogo (a maior de sua carreira), Murray também bateu seu recorde pessoal com 9,2 assistências por partida. Além disso, ambos estiveram entre os dez jogadores com mais passes executados na liga na última temporada.

Desse modo, é inegável que um dos dois terá que diminuir seu número de participações em assistências. Isso porque, naturalmente, um dos astros ficará menos tempo com a bola em mãos. A tendência é que Young faça o papel de armador, enquanto Murray cumpra as funções de ala-armador, atuando como um “dois”.

Portanto, é provável que, ao menos a princípio, vejamos Trae Young sendo o principal articulador de jogadas do Hawks e Murray seja usado para espaçar a quadra e apareça como um “elemento surpresa” no ataque. Isso certamente dará muito trabalho aos adversários que não poderão focar suas marcações apenas em uma arma ofensiva de Atlanta.

Encaixe com o garrafão

Quem pode se beneficiar com a presença de dois dos melhores assistentes da NBA na última campanha, são os homem de garrafão do Hawks. Então, John Collins e Clint Capela podem se animar com a presença dos armadores.

Os números também provam que tanto Collins quanto Capela podem ser munidos pelos articuladores de jogadas. Afinal, em 2021/22, Young teve 501,3% de frequência no uso de pick and rolls. Da mesma maneira, Murray selecionou a jogada em 46,7% de suas jogadas.

Isso mostra, portanto, que ter homens que sabem fazer uma boa parede e se apresentar próximos à cesta favorecem o jogo de ambas as estrelas. Evidente que o maior beneficiado disso, provavelmente, será Capela que sabe executar bem os movimentos.

Vai dar liga

Sob os pontos de vista abordados, então, a aposta é que ambos podem coexistir – e muito bem. Por mais que Trae Young seja um jogador considerado mais individualista no Hawks, Dejounte Murray passou cinco anos sob o comando de Gregg Popovich e provavelmente aprendeu muito sobre coletividade no basquete.

Além do fato de poderem se completar em quadra, as estrelas de Atlanta tem tudo para dar dor de cabeça nos adversários.

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