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Contrariando todos os prognósticos, o Milwaukee Bucks vem fazendo uma campanha sólida nesse início de temporada, com dez vitórias e sete derrotas. Se a temporada acabasse hoje, o Bucks teria mando de quadra na primeira rodada dos playoffs, já que ocupa a quarta colocação na conferência Leste.
A franquia, que ainda está em processo de reconstrução do elenco, “tirou” o treinador Jason Kidd do Brooklyn Nets e o resultado em quadra vem agradando bastante aos fãs da equipe.
O sucesso do Bucks é explicado pela consistência defensiva do time, já que no ataque, a equipe deixa a desejar (sétimo pior em eficiência ofensiva, com 99.1 pontos anotados por 100 posses de bola). Se, em 2013/14, o time de Milwaukee foi o segundo pior no quesito eficiência defensiva (108.9 pontos sofridos por 100 posses de bola), nesta temporada o Bucks já é o quinto melhor (98.7 pontos sofridos por 100 posses de bola).
O time de Milwaukee está levando quase dez pontos a menos a cada 100 posses de bola, uma melhora absurda que pode ser entendida pela presença do pivô Larry Sanders, pilar defensivo da equipe. No último ano, Sanders enfrentou lesões e problemas extra-quadra e atuou em apenas 23 partidas. Já em 2014/15, o pivô só ficou de fora de um jogo.
Sanders é tão importante na defesa que, com ele em quadra, o Bucks tem permitido aos outros times que anotem apenas 96.7 pontos por 100 posses de bola. Os adversários do pivô vêm acertando 47% dos arremessos contra ele na área próxima à cesta. E mais: os oponentes de Sanders chutam 10% a menos do que seus aproveitamentos normais quando o enfrentam.
Até o reserva imediato de Sanders vem se destacando na defesa. Os adversários chutam 11.7% a menos em relação aos seus aproveitamentos normais quando enfrentam o pivô georgiano Zaza Pachulia.
Outro fator que contribui para a melhora defensiva do Bucks é o tamanho de alguns de seus jogadores. O ala grego Giannis Antetokounmpo se destaca pela envergadura monstruosa. O armador Brandon Knight, que vem sendo o cestinha da equipe, também é um jogador de boa envergadura para a posição.
Devido à altura privilegiada, o Bucks tem forçado erros dos adversários e contestado mais arremessos. Só para se ter uma ideia, o time de Milwaukee tem forçado os oponentes a tentarem 21% dos arremessos nos últimos seis segundos de posse bola, quando o chute é pior. É o líder da NBA nessa estatística.
Outro fator que precisa ser destacado é a rotação da equipe. Apenas Knight tem média superior a 30 minutos em quadra (32.9). Os outros dez jogadores que participam da rotação atuam pelo menos 17 minutos. O mérito de Jason Kidd é rodar o time e não perder a consistência defensiva. A entrega dos jogadores em quadra salta aos olhos.
Porém, nem tudo são flores em Milwaukee. Dos 17 jogos disputados até o momento, o Bucks enfrentou apenas duas equipes que estão entre os dez melhores ataques da temporada (Toronto Raptors e Memphis Grizzlies).
As semanas seguintes nos darão uma ideia melhor do poderio defensivo do time de Kidd, já que oito dos próximos dez adversários serão times ranqueados entre os 11 ataques mais eficientes da liga. Só na próxima semana, a equipe de Milwaukee terá pela frente Cleveland Cavaliers, Miami Heat e duas vezes o Dallas Mavericks, líder em eficiência ofensiva.
Dito tudo isso, é inegável o ótimo início do Bucks, time cotado antes da temporada para figurar entre os piores do Leste. O bom trabalho de Kidd também é uma surpresa, já que sua estreia como treinador não foi lá muito boa em Brooklyn. Com o baixo nível de boa parte dos times da conferência Leste, seria cedo demais afirmar que o time de Milwaukee vai brigar por playoffs?