Parece próximo de um consenso que Stephen Curry é o melhor arremessador de todos os tempos. Não se trata somente de uma questão de pontaria e precisão, mas também do nível de dificuldade e a combinação de movimentos que antecedem as tentativas do armador do Golden State Warriors. O técnico Steve Kerr admite que trabalhar com o craque desafiou-o a rever conceitos que adotou em décadas de vivência no basquete.
“Stephen mudou a minha compreensão sobre o que é um bom arremesso e o que não é. Os primeiros meses em que treinei esse time, eu podia ouvir cada um dos meus antigos treinadores falando no meu ouvido e minha cabeça que metade de suas tentativas eram péssimas decisões. Falavam que era um arremesso ruim atrás do outro”, afirmou o ex-armador, em entrevista à rádio 95.7 The Game na sexta-feira passada.
Depois de assumir o comando do Warriors, em 2014, Kerr passou quase uma temporada vivendo em constante indignação com os arremessos de Curry – por mais que estivesse convertendo mais de 44% de suas tentativas de longa distância. Isso acabaria em 08 de março de 2015, quando o ídolo da franquia converteu um dos tiros mais icônicos de sua carreira, após driblar meio time do Los Angeles Clippers.
“Aquele arremesso foi a última vez em que eu coloquei minhas mãos na cabeça quando Stephen tentava um desses chutes. Foi, provavelmente, alguns (vários) meses após o início do trabalho. Foi o tempo que levei para notar que, no fim das contas, eram bons arremessos para ele. Elas só não eram boas tentativas para ninguém que havia jogado até aquele momento, antes desse cara”, disse o treinador tricampeão da NBA.
Kerr notou que as suas noções precisariam ser revistas com o passar do tempo a cada partida comandando Curry. Mas isso não foi uma exclusividade do técnico. Ele vê hoje que o duas vezes MVP da liga veio para alterar a forma como o jogo é visto e pensado. “O que aconteceu é que Stephen mudou o basquete para todos os torcedores, atletas e treinadores, em todos os níveis de competição”, resumiu o veterano.
