Culpado, Russell Westbrook é o mordomo no Lakers

Com a trade deadline acontecendo agora, é provável que armador deixe a equipe

Russell Westbrook culpado Lakers Fonte: A.J. Mast / AFP

Russell Westbrook não faz o Los Angeles Lakers vencedor, mas ele é sempre o culpado pelas derrotas da equipe. É meio que se você voltasse no tempo e assistisse novelas da Globo, o mordomo leva o fardo por alguma trama. E Westbrook é o mordomo do Lakers. Não importa o que aconteça, o erro é dele.

Em julho de 2021, LeBron James filmava Space Jam 2, mas ao mesmo tempo que recebia colegas da NBA para a película, ele dava uma de GM. Ou seja, James conversava com jogadores sobre a chance de reforçar o time californiano. Embora seja algo como na seleção dos EUA, quando astros deliberadamente recrutam outros atletas, ali foi uma ocasião especial. LeBron teve tempo e liberdade da direção do Lakers para agir como um gerente geral.

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Primeiro, o Lakers já contava com Anthony Davis. Então, LeBron queria fazer o time vencer múltiplos campeonatos para terminar a carreira como o maior de todos os tempos. Apesar de ele não dizer abertamente, é o que vários jogadores confirmam. James quer se aposentar como o número 1.

Sim, Michael Jordan é sua grande referência na NBA, mas toda a pressão durante 20 temporadas fizeram com que ele abraçasse a ideia. A camisa 23 que ele utilizou em quase todos os anos é um tributo a Jordan. Mas ao tentar ser um jogador-diretor, as coisas não deram tão certo assim.

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Damian Lillard

O primeiro a participar das reuniões de LeBron foi Damian Lillard. O jogador do Portland Trail Blazers pensou no assunto, mas ficou em dúvida se era o caminho certo.

“LeBron me perguntou sobre o que eu estava achando sobre minha situação e eu disse a ele que gostaria de estar em um lugar para vencer”, afirmou Lillard, na época. “Ele me mostrou como seria se eu saísse [de Portland], como seria a situação. Ele não me disse para ir para Los Angeles e ele não me disse algo que eu não soubesse. Mas eu falei a ele que se eu fosse jogar com eles, eu sei como funcionaria por causa das minhas habilidades. Eu sei quem eu sou e eu sei quem eles são”.

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Mesmo sem um convite formal, Lillard sabia qual seria o seu papel em Los Angeles. Mas ser campeão por uma equipe que não seja em Portland não é exatamente o que o armador gostaria. Imagine um jogador ser tão querido por uma torcida, uma cidade e, do nada, ir atrás de um título ainda em grande fase. É um pouco diferente de Karl Malone, por exemplo, que deixou o Utah Jazz para o seu último ano na liga. Mas no caso de Malone, os fãs de Utah sabiam que era para encerrar seu ciclo na NBA com um anel. Ele já não seria mais um protagonista, como não foi.

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“Eu não sabia bem o que fazer no futuro. Não sei se é esse rumo que eu quero ter”, disse Lillard. “Durante todo o tempo eu sabia que eu era um jogador do Blazers, mas vindo daquela derrota nos playoffs eu precisava mostrar que estávamos tentando fazer algo em Portland para vencer”.

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Então, Lillard seguiu em Portland e o Lakers (LeBron) foi atrás de outro jogador.

DeMar DeRozan

Quando LeBron e Davis notaram que não daria certo com Lillard, os dois foram atrás de outros jogadores. Entre eles, DeMar DeRozan. Havia um acerto verbal entre as partes e James queria contar com DeRozan. Na época, o atual atleta do Chicago Bulls estava no San Antonio Spurs.

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“Foi uma ótima experiência, acima de tudo. Tive ótimas conversas com LeBron e até tentamos fazer as coisas funcionarem, mas não deu. São negócios e é assim que funciona mesmo. Jogar em Los Angeles teria sido louco, porém, não pudemos finalizar alguns detalhes. Seria uma grande oportunidade que não aconteceu, então seguimos em frente”, contou o pontuador, em entrevista ao repórter Shams Charania, do site The Athletic.

DeRozan tinha certeza que iria para o Lakers, um sonho desde quando era criança. Californiano, o ala estava apenas aguardando o anúncio de sua troca. Mas aí veio a surpresa de todos…

Russell Westbrook

Após muitas conversas com astros, LeBron e o Lakers conseguiram um acerto. Havia a chance de o time fazer uma troca por Buddy Hield, então jogador do Sacramento Kings. Era um arremessador que a equipe não tinha, mas Hield jamais foi uma estrela. E o que a equipe mais queria era que seus oponentes sentissem medo quando olhassem para três grandes jogadores.

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Existe um filme que falam sobre o New York Yankees, da MLB. Não me lembro do nome, mas a ideia era basicamente a mesma.

“Sabe por que os rivais ficam com medo do Yankees? Por causa do uniforme”.

Apesar de o Lakers ser gigante, a direção queria assustar seus oponentes em um misto de uniforme roxo e dourado com grandes jogadores.

Então, veio a negociação por Russell Westbrook.

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Como o meu colega Ricardo Stabolito Jr, aqui do Jumper Brasil disse: “Lakers queria um mordomo para se tornar o culpado caso não desse certo e o papel foi de Russell Westbrook”. Ricardo completou dizendo que Westbrook é um escudo para os problemas. Algo como antigos técnicos de futebol faziam (fazem) no Brasil.

“Olha, se você se lembrar, sempre tinha um treinador como Émerson Leão ou Felipão para assumir a função. O time tinha problemas claros, mas eles blindavam seus elencos para a imprensa. É o que Westbrook faz em Los Angeles”.

Encaixe?

Claro que o encaixe com LeBron não funcionava. Nem mesmo antes da troca. Mas não dava para apostar contra James, né? Embora o plano fosse trazer um armador melhor que Dennis Schroder, algo que deu certo, não era “normal”.

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Você tem um jogador que, apesar de não ser armador, demanda muito a posse de bola (LeBron). Então, faz troca por outro jogador com as mesmas características, mas sem o arremesso de três. Obviamente, o que se espera é algo ruim. E, assim, foi.

Enquanto o Lakers fazia os primeiros jogos da pré-temporada, já havia um culpado caso não funcionasse: Russell Westbrook.

E não deu outra.

O estilo de jogo do armador é de partir para cima do oponente. O tempo todo. Não existe um meio termo. Foi assim que ele foi eleito MVP, foi assim que ele fez sua carreira toda. Portanto, todo mundo sabia o que estava por vir. Desde a parte boa, como a agressividade, o atleticismo, até a ruim, como os erros de ataque, a falta do arremesso e a defesa ruim.

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Mas não que Westbrook seja um defensor terrível. Ele só não o fazia para pegar rebotes. Foi assim no Oklahoma City Thunder e no Washington Wizards. Mas você já viu ele realmente defendendo? É um carrapato, chato, incômodo. Veja o vídeo abaixo e vai entender o que estou escrevendo.

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O problema é ele não fazer isso o tempo todo. Mas aí, amigo, quem aguenta tanta intensidade dos dois lados da quadra aos 34 anos? É bem verdade que o Lakers perdeu a partida para o Los Angeles Clippers e ele teve uma atuação apagada no ataque (dois pontos). Mas foram cinco roubos de bola e apenas um erro de ataque.

O culpado por tudo no Lakers é mesmo Russell Westbrook?

É uma pergunta retórica, pois você sabe que não. Claro que sua contratação não deveria ter sido feita, mas Westbrook se tornou um mero mordomo no Lakers.

Nas entrevistas coletivas, ele não foge do pau. Ele contesta, ele briga, faz caras e bocas. Serve como um escudo mesmo. E quer saber? Westbrook não gosta do papel. Claro que o armador entende sua função, mas merece mais respeito. E nem sou um fã de seu basquete, tá? Ele toma decisões ruins no ataque, perde a bola mais do que a maioria, mas em momento algum a culpa é só dele.

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Aliás, apenas para deixar claro, sou um LeBronzete. Torço para o Boston Celtics, mas aprecio o que existe de melhor na NBA. Então, nunca vou cair na pilha de quem é maior de todos os tempos: Jordan ou LeBron?

Eu só acho que Westbrook está sendo servido em uma bandeja todas as noites. O Lakers não tem arremessadores, a folha salarial está toda comprometida e faz uma campanha ruim. Precisa de um milagre para ir aos playoffs.

Aliás, precisava.

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É apenas um sentimento, tá? O Lakers vai se mexer durante a semana. Vai fazer de tudo para fazer a troca por Kyrie Irving. Os rumores apontam que outros times estão no páreo, mas a ligação entre LeBron e Irving é forte. Eles já foram campeões juntos e existe um respeito muito grande de um pelo outro.

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Então, parece que tudo vai dar certo para o time. No entanto, Westbrook estará envolvido. Provavelmente, para um terceiro (ou quarto) time. Daí, é só começar a imaginar entre San Antonio Spurs, Indiana Pacers, Charlotte Hornets…

Trade deadline

Sinceramente, pelo que ando lendo e ouvindo, a direção do Lakers acredita que está a uma troca de se tornar candidato ao título. Para isso, é provável que Rob Pelinka, o verdadeiro GM da equipe, libere as escolhas de 2027 e 2029. Mas eu não imagino que o time irá fazer apenas uma negociação. Portanto, é bom ficar de olho no que está acontecendo no mercado.

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As movimentações levam a entender que, apesar de o Lakers ser apenas o 13° no Oeste, basta uma sequência de vitórias para se encaixar entre os seis primeiros. A diferença para o Dallas Mavericks, o sexto, é de somente três triunfos. E ainda falta muito tempo para acabar a fase regular.

Seria um tudo ou nada. Se acontecer mesmo, Russell Westbrook vai deixar de ser o vilão, o culpado, que jamais foi no Lakers. Ao menos, não foi sozinho.

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