Conheça as movimentações na agência livre que resultaram em título da NBA

Listamos equipes que se tornaram campeãs da liga após um bom trabalho na offseason

agência livre título NBA Fonte: JEFF HAYNES/AFP

A agência livre da NBA é um dos melhores caminhos para conquistar um título. É quando os times buscam no mercado opções para montarem grupos vencedores (ou nem tanto). Pensando nisso, hoje listamos dez times que receberam reforços determinantes para a conquista da Liga em pouco tempo.

Toronto Raptors (2018)

Foi em uma troca, mas a chegada de Kawhi Leonard ao Toronto Raptors na agência livre de 2018 foi determinante para o time canadense conquistar o seu único título da NBA. Embora tenha sido por apenas um ano no Raptors, Leonard fez a diferença nos playoffs e comandou a equipe. No entanto, chegar em Toronto para substituir um dos maiores ídolos da franquia (DeMar DeRozan), não foi fácil.

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Primeiro, porque havia uma união muito grande naquele elenco entre Kyle Lowry e DeRozan. Os dois chegaram ao Raptors em uma época difícil e a direção pensava, a todo momento, em implodir o grupo por uma reformulação. Claro, Lowry e DeRozan eram os primeiros nomes na lista. Todavia, a coisa engrenou e o time passou a ir aos playoffs.

Só que faltava uma peça.

Então, após desgaste no San Antonio Spurs, Leonard pediu troca e foi para o Raptors por DeRozan. Se deu certo? Bem, ainda tem gente que contesta o título da equipe, mas não dá.

Com Serge Ibaka e Marc Gasol ainda competindo, Pascal Siakam e um Fred VanVleet crescendo de produção, além de Leonard e Lowry, aquele foi o ano do Raptors. Toronto bateu times fortes nos playoffs (incluindo o Philadelphia 76ers, naquele arremesso de Kawhi no estouro do cronômetro), superou o favorito Golden State Warriors e sagrou-se campeão.

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A passagem de Leonard pelo Raptors foi curta, mas sufuciente para cravar o título.

 

Boston Celtics (2007)

O Boston Celtics não era campeão há mais de duas décadas e a diretoria sabia que precisava fazer algo com urgência. Paul Pierce era o melhor jogador da equipe na época, mas vivia só. Sim, ele teve Antoine Walker ao seu lado durante alguns anos, mas não era o bastante para competir.

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Em 2001-02, no entanto, o Celtics chegou até as finais do Leste, mesmo não tendo um grande elenco. Chegou, mas não era aquilo tudo. Walker saiu em 2003, voltou um ano depois, mas deixou a equipe, em definitivo, em 2005. Doc Rivers assumiu naquele ano e o Celics caiu na primeira rodada dos playofffs. Depois, foram dois anos seguidos fora dos mata-matas.

Era hora de se mexer.

Então, Danny Ainge fez das suas.

Primeiro, Ainge enviou Jeff Green (escolha 5 do draft de 2007), Wally Szczerbiak, Delonte West e uma pick de segunda rodada para o então Seattle Supersonics. Ray Allen chegou. Depois, mandou o promissor Al Jefferson para o Minnesota Timberwolves, ao lado de Ryan Gomes, Gerald Green, Theo Ratliff, Sebastian Telfair e escolhas de draft. Em contrapartida, recebeu Kevin Garnett.

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Pierce, Garnett e Allen precisavam de um armador e questionaram isso a Ainge, mas ele já estava lá. Era Rajon Rondo. Com um jovem Kendrick Perkins, o Celtics formou um time que terminou a fase regular em primeiro no Leste, com 66 vitórias em 82 jogos. Nos playoffs, porém, a luta foi enorme.

Diante do Atlanta Hawks e Cleveland Cavaliers, o time precisou de sete jogos. Na final de conferência, mais seis contra o Detroit Pistons. Por fim, superou o Los Angeles Lakers em outros seis e foi campeão.

 

Miami Heat (2010)

Quando o Miami Heat foi campeão, em 2006, o time tinha um jovem Dwyane Wade, um Shaquille O’Neal caindo de produção (mas ainda era um astro) e boas peças no elenco. No entanto, o grupo foi se desfazendo. Eddie Jones e Shaq saíram em trocas, Gary Payton se aposentou, Jason Williams caiu de produção e Alonzo Mourning ainda durou mais um ano, mas em fim de carreira.

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Sobraram um voluntarioso Udonis Haslem e um incrédulo Wade.

A temporada 2007-08 foi tão ruim, mas tão ruim, que 22 jogadores passaram pelo elenco, resultando em apenas 15 vitórias em 82 partidas. Ao menos, o Heat ficou com a segunda escolha do draft e optou por Michael Beasley. Ainda não era suficiente para voltar a brigar por título, entretanto.

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Aí, em julho de 2010, LeBron James resolveu levar seus talentos para South Beach. Chris Bosh, também agente livre, deixou o Toronto Raptors. Eles se juntaram a Wade.

Enquanto o primeiro ano dos três juntos foi marcado por longas sequências de vitórias, a situação mudou drasticamente nas finais, diante do Dallas Mavericks.

Deu no que deu.

LeBron passou longe de fazer uma grande série na decisão (17.8 pontos, 7.2 rebotes, 6.8 assistências e 4.0 erros de ataque) e o Mavs conquistou o título.

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Nos dois anos seguintes, porém, o trio entendeu o que precisava fazer, venceu 75% dos jogos de temporada regular e superou Oklahoma City Thunder e San Antonio Spurs, conquistando dois títulos. LeBron foi MVP da liga nas duas campanhas e, também, das finais.

 

Milwaukee Bucks (1970)

O Milwaukee Bucks foi campeão duas vezes da NBA. O título de 2020-21 está fresco na memória, mas a outra ocasião foi em 1970-71. Ou seja, 50 anos de intervalo. Mas no primeiro campeonato que o Bucks conquistou, o time recebeu um reforço e tanto: Oscar Robertson.

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Veterano, Robertson chegou ao Bucks aos 32 anos e com dez All-Star games nas costas. Então, era a peça que faltava para transformar um jovem Kareem Abdul-Jabbar em campeão pela primeira vez (foram seis no total). Mas o time ainda contava com outro Hall da Fama, Bob Dandridge, que acabou com mais um título (Washington Bullets, em 1978).

O Bucks tinha, de fato, três dos melhores jogadores da NBA na época. Então, seu caminho para o título nos playoffs até nem foi dos mais difíceis, superando San Francisco Warriors e Los Angeles Lakers em cinco jogos e, na decisão, varreu o Baltimore Bullets.

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Embora o trio tenha permanecido intacto pelos próximos três anos, Robertson já não estava mais no mesmo ritmo e encerrou a carreira em 1974. Por sua vez, Abdul-Jabbar ficou até o ano seguinte e, em seguida, foi para o Los Angeles Lakers, onde se aposentou aos 41 anos, em 1989.

 

Dallas Mavericks (2010)

Eu sei. Você deve estar tentando se lembrar quem o Dallas Mavericks contratou de tão especial na agência livre de 2010 para ser campeão, mas eu te conto: Tyson Chandler.

OK, entendi. Ele não faz parte do grupo de astros que fizeram um time conquistar o título. Sim, isso é verdade. Mas Chandler era excepcional defensor, tanto que foi eleito o melhor do ano seguinte pela NBA no quesito. Além disso, ele infernizou os pivôs adversários (Chris Bosh e Joel Anthony converteram, somados, 39.6% de seus arremessos) na decisão contra o Miami Heat.

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Claro, ele não era brilhante, não tinha os números de Dirk Nowitzki, mas fazia o trabalho sujo. E muito bem feito, aliás.

O Mavs conquistou, ali, o seu único título da NBA até o momento. Porém, a equipe negociou Chandler para o New York Knicks em uma troca pra lá de estranha no ano seguinte.

Mark Cuban, dono do Mavericks, afirmou que a saída de Chandler foi um de seus maiores erros e o trouxe de volta após três temporadas no Knicks. No entanto, foi só por mais um ano e ele foi para o Phoenix Suns.

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Que coisa doida.

 

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Golden State Warriors (2017)

O Golden State Warriors já havia sido campeão de 2015 contra o Cleveland Cavaliers, mas caiu no ano seguinte diante do mesmo time. Então, a equipe californiana contratou Kevin Durant, ex-Oklahoma City Thunder na agência livre e o Warriors ficou com o título da NBA nas duas próximas temporadas.

Durant sofreu muitas críticas por deixar o elenco do Thunder, que perdeu na final de conferência para o Warriors após sete jogos. Ou seja, para muitos, ele se juntou ao rival, sendo que poderia brigar pelo título em Oklahoma City.

Mas Durant passou por cima disso e foi MVP das finais nas duas ocasiões contra o Cavs de LeBron James. Na época, chamavam de “finais das panelas”.

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Bobagem (ou não), Durant se juntou a um grupo forte, que já contava com Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green. O sonho de um terceiro campeonato acabou quando o Warriors perdeu para o Toronto Raptors na decisão. Ele se machucou ali e, em seguida, foi para o Brooklyn Nets. Sem jogar por um ano, retornou às quadras na campanha seguinte, mas anda brigando com a direção e pode sair.

Enquanto isso, o Warriors obteve o seu quarto título em oito anos na temporada passada.

 

Chicago Bulls (1995)

Michael Jordan retornou às quadras após pouco mais de um ano jogando beisebol. Ele sabia que o Chicago Bulls poderia voltar a ser campeão, mas faltavam peças. Na verdade, a peça. Para conquistar um novo título da NBA, o Bulls teria que ir atrás de algo na agência livre.

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Scottie Pippen e Jordan entendiam que Horace Grant estava no Orlando Magic e Toni Kukoc ainda não estava pronto para ser titular. Então, surgiu um nome que Pippen odiava: Dennis Rodman.

Acontece que Rodman estava em baixa na NBA. Não por suas performances, mas pelas atitudes. Ele jogava pelo San Antonio Spurs, que tinha David Robinson como um semideus (Rodman explica isso em seu livro, Bad As I Wanna Be). O Spurs não queria ele mais, mas como fazer uma troca de alguém que ninguém (supostamente) quer?

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Aliás, é isso o que acontece quando falam de uma troca de Kyrie Irving no Brooklyn Nets. O valor de mercado despenca. E foi o que aconteceu com Rodman.

O Spurs sondou vários times, mas apenas o Bulls ofereceu algo. A diretoria pensou em deixar o reboteiro sair no draft de expansão daquele ano, mas resolveu esperar. Recebeu Will Perdue, um pivô sólido, mas que era, em suma, um reserva na NBA. Não teve escolha de draft, nada.

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Bem…

Como resultado, o então técnico Phil Jackson obrigou Rodman a se desculpar com Pippen. E deu tudo certo.

Em 1995-96, o time de Illinois venceu 72 das 82 partidas e foi campeão naquela temporada, diante do Seattle Supersonics. Nos dois anos seguintes, o Bulls superou o Utah Jazz e conquistou o seu sexto título.

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Depois de 1998, no entanto, o trio se desfez: Rodman (Los Angeles Lakers), Pippen (Houston Rockets) e Jordan (aposentou).

Los Angeles Lakers (2019)

O Los Angeles Lakers já contava com LeBron James há um ano, mas o time sequer foi aos playoffs. James se machucou quando o time lutava pelas quatro primeiras posições do Oeste e o time despencou. A equipe tinha Lonzo Ball, Kyle Kuzma e Brandon Ingram, mas todos muito jovens, sem experiência suficiente para mudar a situação.

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Então, a cada jogo fora de casa, os gritos de “LeBron vai trocar você” eram entoados por adversários quando qualquer um dos três ia ao lance livre.

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De fato, todo mundo sabia que alguma coisa iria acontecer. O Lakers tinha interesse em Anthony Davis, então jogador do New Orleans Pelicans e era mútuo. E não é que aconteceu?

Davis chegou ao Lakers, LeBron quis dar a ele a camisa 23, mas era tarde. Ficou para o ano seguinte, pois era impossível a mudança em tempo (na verdade, na verdade, mais ou menos). No fim das contas, James mudou para o número 6 e Davis seguiu com a 3.

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No entanto, a temporada foi interrompida em 20 de março de 2000 e só retornou em agosto, na “bolha” de Orlando. E o Lakers superou seus adversários com alguma facilidade. Enquanto LeBron jogava de armador, Davis estava em ótima forma física e técnica. A equipe californiana conquistou o seu 17° título da NBA após a troca no período de agência livre e empatou com o Boston Celtics.

Desde então, Davis e James não conseguiram atuar juntos com regularidade e o Lakers teve duas temporadas bem complicadas.

 

Philadelphia 76ers (1982)

Moses Malone era duas vezes MVP da NBA quando deixou o Houston Rockets rumo ao seu único título da carreira, no Philadelphia 76ers, após uma troca na agência livre de 1982. Malone se juntou a Julius Erving, Mo Cheeks e Andrew Toney no Sixers, formando um dos melhores quartetos da liga.

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Embora seja pouco reconhecido (e conhecido pela maioria), Toney foi duas vezes All-Star e era um cestinha incrível. No entanto, seguidas lesões fizeram com que ele parasse de jogar aos 30 anos.

Enquanto isso, Erving já era o Doctor J e Cheeks era um armador de ótima visão de quadra e que cometia poucos erros. Era o bastante para Malone chegar e arrebentar.

Foi o que aconteceu.

Em seu primeiro ano na equipe, o pivô dominou o garrafão da liga e foi eleito o MVP daquela temporada, o terceiro da carreira. Nas finais, ele fez 25.8 pontos e 18.0 rebotes, varrendo o Los Angeles Lakers de Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar. Não por menos, ele ficou com o MVP da decisão.

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Posteriormente, Malone formou, ao lado de Charles Barkley, uma das melhores duplas de garrafão de todos os tempos (combinaram para 43.8 pontos, 24.6 rebotes e 2.6 tocos em 1985-86).

 

Milwaukee Bucks (2020)

Por último, mas não menos importante, está o Milwaukee Bucks de 2020. Na agência livre daquele ano, o Bucks estava atrás de peças na agência livre para deixar Giannis Antetokounmpo contente e, se tudo desse certo, brigar pelo título da NBA.

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A situação estava ficando perigosa. Após a derrota por 4 a 1 para o Miami Heat na semifinal do Leste de 2019-20, Antetokounmpo deixou de seguir todo mundo nas redes sociais e exigiu uma reunião urgente. Havia o temor de que o astro deixasse a equipe, seja por troca ou como agente livre.

No entanto, o primeiro passo da diretoria foi resolver a armação. Em uma negociação que envolveu quatro times, o Bucks trouxe Jrue Holiday. Depois, fechou com Bobby Portis.

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Pronto! O Bucks tinha um time para brigar pelo título.

Holiday é um armador que não precisa estar com a bola o tempo todo, mas tem um bom arremesso e é incrível na defesa. Com ele, no lugar de um Eric Bledsoe não tão eficiente, o Bucks bateu todos os oponentes e voltou a conquistar um título após meio século.

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Pergunte, agora, se Antetokounmpo quer sair.

 

 

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