Como LeBron James, tão acostumado a perder, pode ser tão mau perdedor?

LeBron James, astro da ESPN e do Miami Heat, vive uma dura realidade ao final de cada temporada. Abalado pela decepção da derrota, algo que deveria ser tão ordinário para jogadores em esportes de alto nível, James usualmente responde à dor da perda com atitudes e declarações que encadeiam uma avalanche de críticas e resenhas […]

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LeBron James, astro da ESPN e do Miami Heat, vive uma dura realidade ao final de cada temporada. Abalado pela decepção da derrota, algo que deveria ser tão ordinário para jogadores em esportes de alto nível, James usualmente responde à dor da perda com atitudes e declarações que encadeiam uma avalanche de críticas e resenhas que diminuem os feitos do grande atleta que ele realmente é.

Fosse James uma figura carismática da NBA, como foram tantos outros astros da Liga que nunca conquistaram o anel de campeão, poucos aproveitariam os insucessos do jogador para ridicularizar a imagem do atleta perante o mundo do basquete. Alguma vez Reggie Miller, Steve Nash, John Stockton, entre outros, foram esculhambados pela imprensa norte-americana ao final dos playoffs pelo simples fato de que suas equipes foram eliminadas por um adversário superior? Tiveram tais figuras suas carreiras manchadas pelo fato de nunca terem atingido a glória maior? Sinceramente, não me recordo. Muito pelo contrário, vejo todos eles serem exaltados pelo que fizeram pelo esporte e pelos fãs.

É difícil saber o ponto de partida exato de todo esse ódio que LeBron carrega. Teria sido o fato de que James sempre culpava seus colegas do Cavaliers após cada eliminação, ao invés de humildemente fazer o mea culpa e assumir que simplesmente não havia feito o suficiente? Ou seria culpa da mídia especializada, que enfiou goela abaixo dos fãs um “ídolo” que raras vezes provou dentro de quadra que merecia tal status? Talvez tenha sido aquele episódio ridículo da “Decisão”, que aflorou a ira de uma cidade, que contagiou um estado, que dominou um país…

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Enquanto isso, James parece definitivamente não querer colaborar. A entrevista após o jogo 6 da final contra o Dallas Mavericks foi, indiscutivelmente, uma das declarações mais infelizes de um atleta em relação aos fãs de um esporte da história recente. Como é que alguém, em plena consciência daquilo que representa para uma Liga, é capaz de proferir ofensas veladas ao seu público do tipo “essas pessoas seguem tendo os mesmos problemas que tiveram hoje. Enquanto isso, eu vou continuar levando minha vida da forma que eu vivo,  e vou seguir fazendo coisas que eu quero”?

Como diz o comediante Norm MacDonald em seu “Sports Show”: wait, what? Quer dizer que aqueles com poucas conquistas pessoais perderam o direito de torcer contra ou a favor de alguém? Pessoas com problemas – sejam financeiros, de saúde, etc – não podem criticar os que se consideram “superiores”, acima do bem e do mal? Que ridículo, James.

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Qual é a graça do esporte, afinal? Não é levar diversão e entretenimento aos espectadores? Não é dar o direito a pessoas comuns o prazer de vibrar com uma conquista, mesmo que essa não seja uma vitória pessoal? Cansei de torcer, embora em vão, contra Michael Jordan. Odiá-lo, entretanto, jamais. E as pessoas não odeiam a pessoa LeBron James, mas sim, o que ele representa. É inadmissível um contra-ataque pessoal como aquele. Desnecessário, para não dizer mais.

É fato, para mim, que o anel de campeão de Lebron James está próximo. Confio na capacidade dele, de Pat Riley, Wade e outros para montar uma equipe que chegará ao triunfo. Talvez seja isso que ele, que parece acreditar que esporte significa apenas vitória, necessite para mudar de atitude. Talvez. Seremos todos testemunhas, Sr. Rei.

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