Fonte: Barry Gossage / AFPCapacidade técnica é um atributo crucial para um atleta profissional. Mas será que, por si só, isso basta para que alguém seja vencedor e bem-sucedido em sua modalidade? Geralmente, a resposta costuma ser não. Há diversos fatores intangíveis necessários para um esportista de elite. Por isso, o comentarista Stephen A. Smith possui sérias reservas ao estilo de liderança de Kevin Durant no Phoenix Suns.
“O que podemos dizer de um time que tem um superastro com a postura de Kevin? Ele é uma referência que diz que é o que é, nada mais do que isso, então aceitem o que sou. Tudo bem, mas como fica se a sua equipe precisa de algo a mais? E se isso aí não for o bastante, por exemplo? No fim das contas, esse comportamento é algo normal ou uma característica que deve ser aprimorada?”, questionou o analista da ESPN.
Smith, aliás, passa longe de ser uma voz única na crítica à capacidade de liderança de Durant. Charles Barkley, por exemplo, tornou-se um desafeto público do craque por causa desse tipo de comentário. Não resta para dúvidas que o ala do Suns é um dos melhores jogadores de todos os tempos. No entanto, para a celebridade da televisão estadunidense, essa “passividade” afasta-lhe de várias lendas.
“Quando discutimos sobre os grandes jogadores e vencedores da história, antes de tudo, falamos de grandes líderes. Michael Jordan e Kobe Bryant, por exemplo, são nomes fáceis. Mas o que dizer sobre Isiah Thomas? Pois foi ele quem transformou os bad boys de Detroit em um elenco comprometido. Isso é um líder, mas simplesmente não vemos esse tipo de postura em Kevin”, completou o polêmico comentarista.
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Mudança impossível
Falar em uma mudança de Kevin Durant como liderança no Suns parece bem difícil. Em primeiro lugar, ele já tem 35 anos de idade. Assim, está muito mais próximo do fim do que do início da carreira. O jeito menos verbal, além disso, é uma marca do atleta desde o começo da carreira. O ex-jogador Tim Legler não aposta que o comportamento do ala vai se alterar agora.
“A esta altura da carreira, eu acho que é irreal esperar uma mudança de parte de Kevin. Afinal, ele sempre foi assim. É o jogador que entra em quadra, faz grandes atuações e acredita que isso seja o bastante porque é um talento excepcional. Essa situação pode exigir mais, mas não vejo uma mudança como algo possível agora. Pois essa é a personalidade de Kevin”, explicou o colega de bancada de Smith.
Legler, na verdade, até entende que Durant seja um líder pelo exemplo nas equipes por onde passou. O problema é que se limita a ser uma influência pelo desempenho dentro de quadra. “A forma como Kevin lidera é jogar todas as noites e produzir em alto nível. É assim que ele faz, como um exemplo técnico. Mas, talvez, realmente não seja o bastante para o caso de Phoenix”, reconheceu.
Questão de carisma
Durant já deu várias declarações públicas sobre as críticas que recebe por essa postura e comportamento. Foi para o ataque direto recentemente, por sinal, com Barkley. Mas a questão nem sempre lhe causa irritação e pode gerar uma ótima reflexão. Durante um recente episódio do podcast “The Boardroom”, que comanda ao lado do seu empresário, o craque falou sobre o assunto abertamente.
“Eu não sou tão carismático quanto outros colegas. Não tenho aquela personalidade que nasceu para brilhar na televisão. Mas, às vezes, você precisa ‘vender’ o que faz. Admito que não faço isso o bastante, pois não sinto que seja necessário. Eu não preciso que as pessoas me chamem de um líder por aí, mas também não gostaria que dissessem que não sou”, desabafou o veterano.
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