O Los Angeles Clippers foi eliminado pelo Oklahoma City Thunder na noite dessa quinta-feira e seus jogadores agora estão em férias, o que acaba sendo irrelevante no momento. Mas até quando isso pode durar, eu não sei. Em alguns relatos que li nos últimos dias, existe sim, uma chance de Donald Sterling não vender sua franquia, e assim, iniciar um processo muito mais trabalhoso e tenso.
Sterling disse que não quer vender, que não é racista, e que não vai pagar a multa estipulada pela NBA, em U$ 2,5 milhões. Além disso, ele afirmou que vai entrar com uma ação judicial para que o Clippers continue em suas mãos. Sua esposa, Shelly, quer substituir Donald, mas a Liga entende que a situação não permite que ninguém da família esteja no controle da equipe. E é aí que as coisas podem ficar ainda piores.
Na última semana, alguns jogadores chegaram a conversar secretamente sobre um boicote. Entre eles estão Roger Mason, vice-presidente da União de Jogadores da NBA, atualmente sem equipe, e LeBron James. Mason teria dito que o astro do Miami Heat estaria orquestrando uma paralisação da Liga em 2014-15, caso a família Sterling ainda esteja comandando o Clippers. LeBron nega.
De acordo com informações do jornalista Shandel Richardson, do Sun Sentinel, Chris Paul é um dos mais revoltados com a situação na equipe, assim como o técnico Doc Rivers. Paul chegou a pedir ao comissário Adam Silver, que anulasse seu contrato com a equipe, enquanto Rivers reclamou publicamente sobre o caso e disse não sentir mais que ali era a sua casa. O treinador falou que, se Shelly estiver no lugar de Donald, a situação será muito difícil de ser sustentada. Outros jogadores estariam alinhados ao armador e também deixariam seus acordos com a equipe.
Na semana em que tudo aconteceu, os jogadores do Golden State Warriors, equipe eliminada pelo Clippers na primeira fase dos playoffs, estavam preparados para deixar a quadra logo após o aquecimento para o quinto jogo daquela série. Eles ficariam perfilados para a execução do hino, mas quando a bola fosse lançada ao ar, eles sairiam. Naquele dia, porém, Silver baniu Sterling e a ideia do protesto foi colocada de lado. Teria sido emblemático, lindo, mas não precisou.
Ninguém comenta abertamente, até porque a NBA chega em sua parte derradeira da temporada, com as finais de conferência. Até o draft, que acontecerá no dia 26 de junho, é esperado que Silver tenha dado um ponto na situação. Já teve dono de equipe dizendo que não vai aceitar o Clippers selecionar ninguém. A equipe possui a 28ª escolha e essa seria mais uma forma de punição caso nada seja resolvido. Além deste ano, foi pedido para que o time californiano fique sem seleção nos próximos três anos e que medidas mais drásticas sejam tomadas. Uma delas é que a Liga venha a extinguir a equipe de seus quadros e que uma nova franquia seja aberta em seu lugar, provavelmente em Seattle ou em Las Vegas.
Claro que são medidas extremistas e que provavelmente nada disso acontecerá. Caso tenha 75% de aprovação dos outros donos de times, a NBA pode tomar o controle por Sterling ter violado regras do contrato. No último dia 9, a Liga nomeou Dick Parsons como o presidente interino. Essa medida foi tomada por tempo indeterminado.
Recentemente, diversos nomes surgiram como possíveis compradores. Entre eles, o ator Matt Damon, o cantor Snoop Dogg, a apresentadora Oprah Winfrey, e até mesmo o pugilista Floyd Mayweather Jr. e o ex lutador, Oscar De La Roya. Magic Johnson, em um primeiro momento, também se interessou.
Quem vai ficar com a direção do Clippers, ninguém sabe. Nem mesmo Silver.
O comissário, que substitui David Stern no comando da NBA, pegou uma batata quente para resolver. Em seu primeiro round, vitória esmagadora, que lhe rendeu muitos adeptos. O fato é que foi apenas a primeira página de um livro que apenas ele poderá finalizar.