Clássico é clássico, e vice-versa
Um dos aspectos mais encantadores do basquete europeu é a quantidade enorme de rivalidades, sejam dentro dos próprios países ou até mesmo internacionais, daqueles que não são tão óbvios. O que não falta é dérbi com muita história para contar, renovada ano após ano. E, na última quinta-feira (21), pudemos presenciar mais um deles.
A narrativa de Maccabi Tel Aviv x Real Madrid – que já foi final da Euroliga em duas ocasiões – ganhou mais um capítulo para lá de interessante. A princípio, uma partida corriqueira, mas o seu decorrer dentro de quadra é que fez a diferença no sentimento que ficou depois que o cronômetro zerou. Com uma vitória por 86 x 84 (e 15 alternâncias na liderança do placar), o time de Israel se credenciou de vez a uma vaga nos playoffs. Mas, mais do que isso, trouxe aos fãs e até mesmo aos personagens do duelo a oportunidade de se divertir com uma partida de altíssimo nível. À altura de um clássico:
“Em qualidade, nível, tensão, foi como um jogo de playoff, como um jogo de Final Four. Foi possível, sim, sentir durante o jogo que estava acontecendo um duelo de grande qualidade, daqueles que quem assiste de fora adora e se diverte”, analisou o técnico do Maccabi, Ioannis Sfairopoulos.
“Jogar contra o Real Madrid é algo especial e bem único para mim, que vim da NCAA Division III, nos Estados Unidos, e cheguei até aqui. Tento não pensar nisso enquanto estou jogando, mas depois a ficha cai e é realmente especial”, afirmou na mesma linha John Dibartolomeu, capitão da equipe israelense.
Pois é. Não foi uma final, como em 1980, com vitória madrilenha. Nem mesmo a semifinal de 2011 ou a grande decisão de 2014 com direito a prorrogação, ambas vencidas pelos israelenses. Mas foi uma partida com gostinho de “quero mais”. Que se encontrem nos playoffs. E de preferência com público para saborear cada segundo. A ausência de uma arena lotada foi o único “porém” do lindo espetáculo. Quem sabe em breve, para a alegria ser tão completa quanto a história de um clássico.
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