A dualidade sobre a offseason do Chicago Bulls para a temporada 2023/24 da NBA é uma das maiores entre todos os times. Muitas coisas são quase que unânimes e nem todas apontam para o lado certo. Afinal, por que a franquia está atualmente no pior lugar da NBA?
E esta é uma questão muito mais complexa do que apenas analisar os movimentos de mercado feitos pela equipe. Reforçar a base com nomes que, sobretudo, são ótimos coadjuvantes como Torrey Craig e Jevon Carter, é muito bom. Mas de que adianta se as suas lideranças não garantem que você está vencendo jogos? É um dilema e tanto para um time que se recusa a desistir de competir.
O problema da equação, porém, é que isso os coloca na posição menos confortável do tabuleiro. Há uma visão muito equivocada sobre equipes que estão em reconstrução, baseada em pura análise de resultado. Mas tenha certeza de que estar no topo do Draft é muito melhor do que estar sempre na nona ou décima escolha. Afinal, isso não te garante nem playoffs e nem acesso aos melhores calouros que estão chegando à NBA.
Ou seja, nem bom e nem ruim o suficiente. Vale investir e acreditar em uma base que não está funcionando, como fizeram Washington e Portland, que enfim negociaram Bradley Beal e Damian Lillard? Ou é melhor abrir mão de dois anos em competição para um bom trabalho de reestruturação da base?
Para muitos, é óbvio o que a franquia deveria fazer. E para eles também. Afinal, seguem firmes em sua posição de ‘estar a um passo do paraíso’. Mas estar na contramão quase sempre não é sinônimo de sucesso. Portanto, o que esperar do novo (velho) Chicago Bulls na nova temporada da NBA?
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O elenco
PG | 2 | Lonzo Ball | 1.98 m | 86 kg | ||
SF | 17 | Onuralp Bitim (TW) | 1.98 m | 98 kg | ||
PG | 5 | Jevon Carter | 1.85 m | 91 kg | ||
SG | 6 | Alex Caruso | 1.96 m | 84 kg | ||
PF | 13 | Torrey Craig | 2.01 m | 100 kg | ||
SF | 11 | DeMar DeRozan | 1.98 m | 100 kg | ||
PG | 12 | Ayo Dosunmu | 1.93 m | 91 kg | ||
C | 3 | Andre Drummond | 2.11 m | 127 kg | ||
SG | 8 | Zach LaVine | 1.96 m | 91 kg | ||
SF | 34 | Justin Lewis | 2.01 m | 111 kg | ||
SF | 15 | Julian Phillips | 2.03 m | 90 kg | ||
PF | 21 | Adama Sanogo (TW) | 2.06 m | 111 kg | ||
SF | 5 | Terry Taylor | 1.96 m | 104 kg | ||
SG | 25 | Dalen Terry | 2.01 m | 88 kg | ||
C | 9 | Nikola Vucevic | 2.08 m | 118 kg | ||
PG | 0 | Coby White | 1.96 m | 88 kg | ||
PF | 44 | Patrick Williams | 2.01 m | 98 kg |
Movimentações na offseason
Chegaram: Jevon Carter (Bucks), Torrey Craig (Suns), Onuralp Bitim (Bursaspor-TUR), Julian Phillips (Draft), Adama Sanogo (não draftado)
Saídas: Patrick Beverley (76ers), Derrick Jones Jr (Mavericks), Javonte Green (sem time), Marko Simonovic (Crvena Zvezda-POL)
O técnico
Billy Donovan está um tanto quanto pressionado no cargo de treinador do Bulls. A equipe de Chicago até melhorou ao longo do ano passado no aspecto defensivo, mas o ataque do time é muito problemático. Isso cai na conta do profissional que assumiu a equipe em 2020/21. Desde então, venceu 119 jogos e perdeu 124, contando temporada regular, play-in e playoffs.
É justo dizer que a identidade da equipe nos dois lados da quadra só existiu no começo da campanha de 2021/22. Ali o time foi líder do Leste, até a lesão de Lonzo Ball que assombra Chicago até hoje. Aliás, ele já não entra em quadra há mais de 650 dias.
Nos 40 jogos iniciais daquela temporada, nos quais Ball atuou em 35, a equipe obteve 27 vitórias e 13 derrotas. No entanto, em todo o resto do trabalho, seja antes ou depois, a equipe acumulou 92 triunfos e 111 derrotas. Não ter encontrado um substituto ideal, seja no elenco ou no mercado, pesou desde então para que a equipe se estabilizasse.
O técnico precisa que Chicago entregue mais em 2023/24. Caso contrário, a reconstrução esperada do time também deve chegar à área técnica.
O perímetro
Com a saída de Patrick Beverley, o Bulls não tinha certeza sobre quem seria o armador titular até a pré-temporada começar. E não é que os amistosos tenham sido tão animadores assim. Afinal, a equipe só venceu um dos cinco duelos. Mas, ao menos, descobriu que Coby White será o nome da função, vencendo a concorrência de Jevon Carter e Ayo Dosunmu, de acordo com o próprio Billy Donovan.
White não é amado por muitos. É um dos muitos símbolos de uma reconstrução que precisou ser acelerada para aproveitar o auge de Zach LaVine e que resultou em nem uma coisa nem outra. No entanto, é justo dizer que o vi melhor no fim da última campanha. Um pouco mais aplicado na defesa e um pouco menos errático na construção.
O time ainda vai depender muito mais do que seus companheiros estelares, Zach LaVine e DeMar DeRozan, fizerem, mas tê-lo pode ser interessante. Pode acelerar um pouco mais o jogo em um ataque de meia-quadra tão pobre. Além disso, fornecer espaçamento e arremessos fora da bola é a ideia.
Apesar das dúvidas, existem muitas opções no setor. Alex Caruso é um All-Defense e sairá do banco para fornecer a energia e movimentação necessárias em todas as noites. Carter é o tipo de jogador que pode brigar para ser titular no futuro, tendo alcançado 42% do perímetro em 2022/23 pelo Milwaukee Bucks em mais de quatro tentativas por jogo, algo que o Bulls não teve.
Ayo Dosunmu tenta se livrar da estigma de um segundo ano ruim com a confiança da franquia, que renovou seu contrato. Dalen Terry tenta provar que tem nível de NBA, e o calouro Julian Phillips é uma boa aposta para o longo prazo.
O garrafão
É um ano importante para Patrick Williams. DeRozan e LaVine comandam as ações ofensivas, e a incapacidade do primeiro em arremessar de três, aliada a um estilo mais lento de ataque, exige um bom espaçamento ao redor para que tudo possa funcionar. Além disso, ambos são defensores abaixo da média, ao contrário da grande capacidade de Williams nesse aspecto.
Se você não assiste muito ao time e observa apenas os números, o jovem ala é considerado ótimo e eficiente. No entanto, é necessário entender que ele poderia ser ainda melhor. Muito reservado ao papel de coadjuvante, ele raramente toma a frente dos jogos e é pouco agressivo, além de parecer um tanto moroso. Este é o ano para ele provar que é um nome importante para a equipe, independentemente do rumo que ela tomar após 2023/24.
Torrey Craig chega para desempenhar a mesma função. A missão é manter o ótimo aproveitamento do perímetro, mesmo atuando com muito menos espaço em comparação com sua passagem pelo Phoenix Suns, que contava com Chris Paul, Devin Booker e Kevin Durant.
Nikola Vucevic e Andre Drummond ganharam renovações de contrato com o Chicago Bulls para a próxima temporada da NBA. A equipe de Illinois poderia jogar mais vezes através do pivô montenegrino, que é um talento muito versátil e ainda menos utilizado do que deveria no ataque. Muitos dos melhores momentos da equipe no último ano foram com uma dose de maior protagonismo e volume de Vucevic.
Enquanto isso, Drummond fica responsável para pegar rebotes e só, embora já não esteja no auge como nos melhores dias. Sua presença defensiva é basicamente nula.
Análise geral
Não entenda mal, torcedor do Chicago Bulls, o time melhorou para a temporada 2023/24 da NBA. No entanto, ainda está longe da primeira ou até mesmo da segunda prateleira da Conferência.
Os rumores estão ficando mais fortes sobre uma mudança de rumo que pode acontecer no meio da campanha, caso as coisas não ocorram como a franquia deseja. A sensação que se tem é que, mesmo que troquem os jogadores em um projeto que não dê certo, a equipe já está atrasada.
E isso não é nada contra os jogadores principais. O estilo de jogo atual da NBA impede DeMar DeRozan de ser uma potência, principalmente quando a hora da pós-temporada chega. LaVine ainda não se provou nos playoffs, mas é um dos pontuadores mais versáteis e poderosos do jogo. O que ele jogou na segunda metade do último ano, por exemplo, foi uma enormidade.
Mas para vencer nas grandes noites da liga, é necessário muito mais do que talento. A franquia, que tanto se orgulha de ter tido o maior de todos no quesito, só venceu cinco séries desde 1998. Ou seja, após o famoso The Last Dance. A equipe sequer venceu um único jogo da fase decisiva em casa desde 2015.
Então, além da reformulação em quadra e dos nomes que estão em evidência quando se critica este time, é necessário também modificar toda a estrutura de trabalho, desde a abordagem técnica até a filosofia do dono da equipe.
Só um nível de mudança como este pode evitar que o gigante Chicago Bulls fique no limbo da NBA nesta temporada, ou nas próximas. Tem sido uma infeliz tendência desde que o maior de todos os tempos deixou o time há 25 anos.
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