Chaves da Formação #4: Conheça as ideias de Flávio Espiga, treinador brasileiro no Jr. NBA Latin-America 2019

Ex-treinador do Minas Tênis Clube é o entrevistado na quarta edição da série

Fonte: Ex-treinador do Minas Tênis Clube é o entrevistado na quarta edição da série

Embora o basquete no Brasil tenha vivido momentos históricos muito antes do “boom” da NBA por aqui, a popularização da Liga Norte-Americana de Basquete em terras tupiniquins tem contribuído ao oferecer uma espécie de ‘novo vigor’ da paixão do brasileiro pelo esporte da bola laranja.

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Não por acaso, os executivos da principal liga de basquete do mundo enxergam o Brasil como seu segundo maior mercado fora dos Estados Unidos – ficando atrás apenas do gigantesco mercado chinês.

Alguns dos frutos dessa visão de mercado são a parceria firmada NBA e NBB, bem como a promoção de camps de incentivo para a formação básica de nossos atletas a partir do projeto Jr. NBA.

Em 2019, a edição latino-americana do projeto teve a oportunidade de contar com um rosto bem conhecido da comunidade do basquete brasileiro.

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Ex-treinador da equipe principal do Minas Tênis Clube e campeão da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) em 2014-2015, Flávio ‘Espiga’ uniu sua experiência de dez anos como treinador à estrutura da NBA. Além de oferecer sua expertise como formador, teve a oportunidade de realizar um intercâmbio com diversos profissionais da liga a partir do projeto.

Treinador do Mavericks, Rick Carlisle foi um dos profissionais com quem Espiga teve contato durante experiência no projeto Jr. NBA

De volta ao Brasil, Espiga relevou à Central do Draft alguns de seus conceitos e convicções a respeito da formação de atletas no país.

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Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Central do Draft – Como alguém que já trabalhou nos dois estágios, qual sua percepção sobre o nível de fundamento e entendimento tático dos jogadores recém subidos da base para o profissional? Eles já chegam bem polidos nesse sentido para contribuir com a equipe adulta ou é preciso que a comissão técnica continue trabalhando conceitos e fundamentos que – em tese – já teriam de fazer parte do repertório desse garoto?

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Flávio Espiga – Nós começamos a jogar basquete no Brasil muito tarde. E penso que o processo de formação de um atleta de basquetebol se equipara com os conteúdos da escola. Na minha visão, está faltando tempo para que esse atleta possa passar por todos conteúdos e chegar melhor formado no adulto.

Central do Draft – Qual o papel do treinador das categorias de base nesse processo? Como ele deve balancear o desejo de vencer e o dever de preparar os jogadores para o próximo nível?

Flávio Espiga – Para mim, o treinador da base deve se preocupar com a formação do atleta. Sua principal função é capacita-lo de forma global, para que que ele possa estar preparado para entrar no funil que existe na categoria profissional.

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Central do Draft – Descreva algumas das principais características que te chamam a atenção nos jovens jogadores de cada uma das posições.

Flávio Espiga – armadores – o que me chama a atenção num jovem armador é a capacidade de entender em qual situação criar uma oportunidade de boa finalização para seu companheiro ou a própria finalização;

alas-armadores – ter a capacidade de colocar a bola no chão para criar oportunidades para seus companheiros, além de ser um bom arremessador;

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ala – um ala para chamar minha atenção tem de ter a versatilidade para executar o jogo interno e externo. Ter um bom arremesso também é importante;

ala-pivô – essa é uma posição importantíssima nos dias de hoje. Para chamar minha atenção, o jovem ala-pivô precisa ser um bom arremessador, ter boa leitura de jogo e a capacidade para ser um bom reboteiro;

pivô – precisa combinar altura, mobilidade e boa leitura de jogo;

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Central do Draft – Se tivesse que citar três atributos que um jovem atleta, seja ele de qualquer posição, tem de possuir para chegar ao profissional no basquete contemporâneo, quais você citaria?

Flávio Espiga – Sem dúvida alguma, o que um jovem de hoje precisa ter para chegar ao basquete profissional é combinar a capacidade de pontuar, bons atributos no âmbito do atleticismo e boa leitura de jogo.

Central do Draft – Que questões permitem que os atletas se destaquem nas categorias de base, mas que – não necessariamente – se transferem para o basquete profissional?

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Flávio Espiga – O ponto que não se traduz obrigatoriamente para o profissional é a maturidade. Seja ela a maturidade física (alguns jovens atletas amadurecem fisicamente em relação à competição de mesma idade) ou a cognitiva (alguns atletas amadurecem antes de seus pares).

Central do Draft – Pra você, quais são as principais lacunas dos jogadores formados no Brasil – que deveriam receber mais atenção dos responsáveis pelo desenvolvimento dos jovens atletas do país?

Flávio Espiga – Na minha visão, as principais lacunas a serem preenchidas nos atletas da base brasileira atualmente – e que devem receber maior foco dos treinadores que trabalham na formação – é o desenvolvimento da capacidade de pontuar, a habilidade de manter um nível alto de intensidade de jogo e de ter clareza e leitura de jogo nas tomadas de decisão

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