A cada temporada, analistas elegem quais são os times que podem brigar por playoffs, enquanto outros lutam, no máximo, por play-in. Cleveland Cavaliers e Memphis Grizzlies não faziam parte do primeiro grupo, mas pegaram todo mundo de surpresa. Hoje, Cavs e Grizzlies são os queridinhos da NBA. No entanto, será que são realmente surpresas? É sobre isso que vamos debater abaixo.
Antes de qualquer coisa, vamos analisar o atual cenário das duas equipes. Como é que foram parar ali? Certamente, não estamos falando de times que chegaram por acaso, mas por conta de ótimas filosofias de trabalho e, claro, talento.
Embora várias equipes estejam recheadas de jogadores talentosos, isso nem sempre é garantia de boa campanha. Basta olhar o que acontece com o Los Angeles Lakers, Brooklyn Nets ou, até mesmo, aqueles que se “desfizeram”, como Indiana Pacers e Portland Trail Blazers. Cavaliers e Grizzlies foram na contramão e montaram seus elencos aos poucos, peça por peça.
Grizzlies na temporada 2021-22
Começando pelo que já brigava por algo, o Memphis Grizzlies flertava com uma boa campanha desde antes da “bolha” de Orlando. Ao superar o Golden State Warriors no play-in do ano passado, o Grizzlies se classificou pela primeira vez desde 2016-17. Portanto, não foi da noite para o dia que a equipe se tornou forte e competente.
Notamos, desde o começo da atual campanha, que o Grizzlies estava mais encorpado. Quando Ja Morant se machucou (joelho), no fim de novembro, o time ocupava o décimo lugar no Oeste, com nove vitórias e dez derrotas. Então, imaginávamos que o Memphis fosse despencar ainda mais na tabela, após um início inconstante.
Entretanto, o Grizzlies emplacou dez triunfos em 12 partidas disputadas. Isso tudo sem Morant. Aí, quando ele voltou às quadras, a equipe já ocupava a quarta posição, agora, com 19 triunfos e 12 derrotas.
O que mais se percebeu nesse período foi que o time se tornou sólido na defesa e sofreu 95.8 pontos. Porém, quando Morant retornou, o Grizzlies perdeu duas seguidas e parte da torcida, inexplicavelmente, ofendeu o jogador. Sem problemas, no entanto. Depois disso, foram 11 vitórias consecutivas, a maior sequência da franquia.
Mas não foi só a volta de Morant. Teve as evoluções de Desmond Bane e Jaren Jackson Jr, um banco subestimado, com caras que já estavam no elenco e um pivô veterano (Steven Adams). Além disso, um treinador inteligente (Taylor Jenkins), e que briga pelo prêmio de melhor técnico do ano.
Hoje, o Grizzlies é o terceiro do Oeste e encostou no Golden State Warriors, o segundo.
Definitivamente, o time não é aquele cavalo que apareceu no telhado.
Cavaliers na temporada 2021-22
Kevin Love estava em vias de interromper seu contrato com o Cleveland Cavaliers. Embora tenha sido convocado para jogar pela Seleção dos EUA nas Olimpíadas, Love alegou que não estava bem o suficiente. Na offseason, o Cavs contratou Lauri Markkanen e selecionou Evan Mobley, todos da mesma posição. Portanto, Love não teria tempo de quadra e ficaria “mofando” no banco, assim como John Wall no Houston Rockets. Todos os rumores indicavam sua saída, mas ele ficou.
Porém, os problemas do Cavaliers estavam só começando.
Em sua quarta temporada na NBA, Collin Sexton havia sido o cestinha do Cavs em quase todas elas. Então, com 11 jogos disputados, Sexton se machucou e o diagnóstico era o pior possível: fora do resto da campanha. Tudo bem, então. Tinha Ricky Rubio no elenco, um armador experiente, para suprir a ausência e deixar o jovem Darius Garland brilhar. Mas, adivinhe…
Rubio também se machucou e ficou fora da temporada.
Mesmo com tantos percalços, o Cavaliers seguia na zona dos playoffs. Mas como assim?
Bem, Jarrett Allen e Garland se tornaram astros, Mobley se mostrou extremamente talentoso, Love virou um cara solidário, muito profissional, saindo como reserva. Fora Isaac Okoro, especialista na defesa, Cedi Osman, útil até como organizador de jogadas e o veterano Rajon Rondo. O Cavs, ainda, adquiriu o talentoso Caris LeVert, que estava no Indiana Pacers.
Décimo primeiro no fim de novembro, o time chegou a ser o terceiro no Leste. Hoje, o Cavaliers apresentou queda de rendimento nas últimas rodadas e precisa se reencontrar com uma sequência boa, mas é o sexto.
Apesar disso, o Cavs segue com a quarta melhor eficiência defensiva da NBA.
Futuro
Não dá para negar que Cleveland Cavaliers e Memphis Grizzlies são times empolgantes de se ver em quadra. Com jovens astros e equipes sólidas dos dois lados da quadra, Cavs e Grizzlies são parte do futuro da NBA. Os trabalhos que as duas diretorias fizeram nos últimos anos são exemplos para a liga.
Embora o Cavs esteja acima do teto salarial, Kevin Love vai entrar em seu último ano de contrato na próxima temporada. Em contrapartida, o de Darius Garland, também. E é óbvio que o armador deverá estender e o valor será considerável.
No Grizzlies, que está abaixo do cap, as coisas podem ser tão complicadas quanto o Cavaliers. Assim como Garland, Morant também vai para a sua última temporada sob contrato. Além disso, Jaren Jackson Jr começa a receber a extensão em 2022-23 (acima dos US$25 milhões anuais).
Por serem times de mercado pequeno (Grizzlies tem uma situação pior aqui), existe o temor de que eles não sigam no topo pelos próximos anos. No entanto, as duas diretorias implantaram filosofias distintas, mas eficazes. O elenco do Grizzlies tem uma média de 23.7 anos, enquanto o do Cavs tem 26.1.
É preocupante, mas a torcida é para que os dois continuem nos surpreendendo (positivamente).
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