Conheça a carreira de Dennis Rodman, um dos líderes em rebotes de todos os tempos da NBA

Cinco vezes campeão, o polêmico ex-jogador foi incrível em quadra e ajudou a “salvar o mundo”

Dennis Rodman rebotes NBA Fonte: Andy Hayt / AFP

Dennis Rodman foi, sem dúvida alguma, um defensor de elite na NBA, mas ele se destacava como poucos em um detalhe: os rebotes. Líder por sete anos consecutivos na liga, o polêmico ex-jogador sempre soube o que fazer em quadra. Apesar de problemas dentro e fora dela, Rodman foi muito além de um cara cheio de tatuagens e cabelo colorido.

Mas se tem algo que Rodman não conseguiu foi uma despedida. Não daquelas em Las Vegas, se é o que você está pensando. Ele não teve a chance de parar de jogar basquete por escolha própria. Digamos que “pararam” com ele. Na verdade, os problemas que o ex-atleta tinha eram, na visão dos times, maiores do que o benefício de contar com seus talentos.

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Apesar de ter um pouco de verdade nisso, Dennis Rodman ainda podia ajudar nos rebotes em qualquer equipe da NBA. Para ter uma noção de seu domínio no quesito, sua última partida, pelo Dallas Mavericks, aconteceu quando ele estava próximo de completar 39 anos. Foram 15 em 35 minutos. Três dias antes, entretanto, ele somou 19, sendo oito deles de ataque.

Mas o saldo de sua passagem pelo Mavs não foi dos melhores: três vitórias em 12 jogos. E aquele período em que Dirk Nowitzki colocou o Mavericks nos playoffs poderia começar um ano antes. Em 2000, o time terminou com a quatro triunfos do Sacramento Kings, o oitavo. Então, torcedores afirmam que a experiência com Rodman teria sido determinante para não se classificar naquele ano.

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Em partes, sim. Rodman era uma distração, mas foi bom para colocar a equipe nos eixos.

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No entanto, ali foi o seu último ano na liga. Embora tivesse conversas aqui e ali com o seu agente, nada passou do “quase”. Mas vamos voltar no tempo, quando ele começou a jogar basquete.

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A grande verdade é que Dennis Rodman sequer era para ter conseguido ser um ícone nos rebotes na NBA. Sem a presença do pai, ele começou a trabalhar muito cedo e só começou a pensar no esporte depois de alguns anos.

Enquanto suas irmãs estavam indo bem no basquete, ele era muito baixo para ter qualquer chance. As duas atuavam na Divisão I da NCAA, por Austin e Louisiana Tech, respectivamente. Então, quando Dennis terminou o colégio, ele tinha apenas 1,80m. Isso, próximo dos 18 anos.

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Só que, do nada, ele cresceu. Nada menos que 20 centímetros de um ano para o outro, algo incomum entre 19 e 20 anos. Assim, seu interesse pelo basquete aumentou. Então, um dia ele estava jogando com amigos e um técnico o viu e o convidou para estudar (e jogar) por uma faculdade comunitária. Mas após um ano no Texas, ele ganhou nova oportunidade, em Southeast Oklahoma State.

Embora Dennis Rodman seja conhecido por sua defesa e seus rebotes na NBA, no basquete universitário, ele era uma máquina de pontuar. Os 25.7 pontos e 15.7 rebotes meio que explicam, né?

Mas havia um problema…

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Vindo de uma família que o apoiava, Rodman, ao mesmo tempo, cresceu sem a figura de um pai. Mas quando estava em SE Oklahoma State, uma família o acolheu e, ali, ele teve um pai. Por três anos, ele tinha uma ligação forte com eles e, de repente, veio a NBA.

Por mais que seja um sonho para a imensa maioria, entrar na liga não foi um processo tão simples para Rodman. Primeiro, ele já estava com 25 anos.

Tudo bem.

Naquela época (1986), o “normal” era cumprir os quatro anos de universidade, mas Dennis Rodman já estava alguns anos atrasado. Três, para ser mais exato. E quanto mais ele tentava se acostumar ao novo estilo de jogo, no Detroit Pistons, o fundo do poço se aproximava. No entanto, Chuck Daly, seu treinador, o acolheu como um filho, exatamente o que precisava.

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Então, com dois títulos consecutivos e seus colegas envelhecendo, era o momento de o time partir para uma reestruturação. Ou seja, Daly foi embora. Só que Rodman ficou e isso o perturbou. Não tinha mais com quem passar o Dia de Ação de Graças, por exemplo.

Aquilo caiu como uma bomba para ele.

E toda aquela pressão o fez “explodir”.

Após passar por um divórcio difícil e perder seu “novo pai”, Rodman pegou sua caminhonete e foi parar em frente ao ginásio The Palace of Auburn Hills. Ele tinha, ao seu lado, um rifle. De acordo com John Salley, seu colega nos tempos de Pistons e, depois, no Chicago Bulls, ele planejava se matar. Entretanto, ele dormiu ouvindo Pearl Jam e policiais o acordaram.

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A “explosão” veio de outra forma

Em 1993, o Detroit Pistons o trocou para o San Antonio Spurs. Em sua nova equipe, Dennis Rodman parecia um peixe fora d’água. Ele simplesmente não se encaixava. Então, ao assistir o filme “O Demolidor”, Rodman encontrou sua inspiração: Simon Phoenix.

Depois de ouvir vaias de todo o ginásio ao ser anunciado no All-Star Game de 1992, ele chorou e perguntou ao repórter: “Por que todo mundo me odeia?”. Então, o personagem de Wesley Snipes servia para tentar encobrir o sofrimento. Era tudo uma “capa invisível”.

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Mas as tatuagens e o cabelo cheio de cores não eram exatamente o que a mídia gostava. Aliás, era tudo o que ela queria: um jogador com problemas pessoais, que tinha hábitos diferentes da maioria. Na verdade, ele apenas mostrava o que outros não tinham coragem.

E por ser tão incomum, Dennis Rodman era um problema em San Antonio. Quase todos os seus companheiros, incluindo David Robinson não gostavam dele. E era recíproco. Quando digo quase todos, é porque havia Jack Haley, um jogador ruim, terrível, mas que estava ao seu lado o tempo todo.

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Então, veio a troca para o Chicago Bulls. Haley foi junto, como uma espécie de babá.

Mas para a negociação acontecer, o Spurs estava disposto a receber qualquer coisa. E o Bulls deu apenas um pivô em contrapartida, Will Perdue. No entanto, precisava de um pouco mais…

Benção de Scottie Pippen

Antes de a troca acontecer, Phil Jackson, técnico do Bulls, precisou conversar com Scottie Pippen, seu então desafeto. Apesar de alguma resistência no início, Pippen sabia que Chicago precisava de um ala-pivô para substituir Horace Grant. E toda a direção sabia que Toni Kukoc, embora fosse muito talentoso ofensivamente, não tinha o que precisava para ser campeão.

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Pippen aceitou, Haley foi junto e o Bulls foi campeão por três anos consecutivos. Mas o sonho de um quarto título esbarrou na diretoria do Bulls e, assim como o Pistons fez deixou Rodman mais uma vez sem saber sobre seu futuro.

O passado, perfeito. Dennis Rodman tinha cinco títulos, sete vezes consecutivas liderando a NBA em rebotes, duas participações no All-Star Game e duas premiações como o melhor defensor da liga.

Mas e o futuro?

Bem, com o fim do Bulls de Jordan, veio uma reformulação no elenco. Ao mesmo tempo, acontecia o locaute. Então, Chicago não quis seguir com nenhum veterano que tinha contrato além de um ano. Rodman foi embora e, aos 37 anos, ainda queria jogar.

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Lembre-se que ele começou sua carreira na NBA apenas aos 25, então tinha “gasolina no tanque”.

Los Angeles Lakers

É bom lembrar que era o Lakers antes de Phil Jackson, então ainda não era exatamente um time pronto. Tinha Shaquille O’Neal e Kobe Bryant, mas seus atrasos e seus problemas fora das quadras fizeram que sua passagem por lá durasse apenas 23 jogos.

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Dallas Mavericks

O problema de Rodman jogar pelo Mavericks era apenas um: ambição.

Apesar de ele querer seguir na NBA, a motivação era um tanto justa. Rodman sabia que seus problemas poderiam aumentar fora das quadras, então quis continuar em quadra. Só que o Mavs não era exatamente um time vencedor. Estava construindo uma cultura, uma ideia de como vencer e, eventualmente, chegou lá no ano seguinte.

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Mas Rodman era uma distração. Você já leu isso. Doze jogos, três vitórias.

Seu temperamento não agradava. Não era mais engraçado para donos de equipes, não era profissional o bastante (segundo eles). Ali, acabava a carreira de um dos jogadores mais controversos e incrivelmente inteligentes que a liga já teve.

Pós-NBA

Depois de tudo isso, Dennis Rodman ainda teve tempo de salvar o planeta de uma Terceira Guerra Mundial. Amigo de Donald Trump e, ao mesmo tempo, de Kim Jong-un, ele promoveu o encontro entre os dois. Ao menos, é o que parece.

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Na época, o então presidente dos EUA e o dirigente da Coreia do Norte trocavam ameaças e havia um grande temor de que o pior acontecesse.

Não aconteceu, pois Rodman estava lá. Quem diria, não?

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